Voltei ao zumba e mesmo não sendo só zumba sobrevivi.
Dizer "o tempo passa e nem damos conta" não é apenas um cliché.
Na verdade ele corre e estamos tão embrulhadas com o dia-a-dia que parece que nem damos conta. Já não fazia exercício físico em aula há mais de um ano e por este post reparo que sim, há bem mais de um ano.
Foram as lesões. Depois os problemas de saúde. Depois os desaconselhamentos médicos. Depois a professora, minha amiga, que bazou. Depois a vontade zero e por fim deixei tudo. Nem zumba, nem aulas específicas de treino. Nada. Até que algumas vezes consegui seguir planos em casa mas acabou tudo por ir água abaixo. No início do mês de Março voltei a programar exercícios diários com aplicações. Fiz no primeiro dia e em todos os outros ignorei completamente a notificação de "mexe essa bunda e vai treinar". Esta é a verdade nua e crua.
Convidaram-me para ontem voltar. Ao mesmo sítio. Com outra professora.
Confesso, prontamente disse "vou tentar", mas à medida que o dia se aproximava, já estava a arranjar mil e duas desculpas a mim mesma. Ontem durante o dia, achei-me estúpida. Ando cansada, as coisas não andam a correr muito bem em todo o lado e cheia de trabalho. O meu psicológico também anda desnorteado. Problemas. Saúde dos meus. Medos. Desconcentração. E achei que não haveria lugar melhor para ir desanuviar. Afinal de contas. Preciso muito. Mesmo. E nem vou falar que seja pelo bem que o exercício faz a estes quilos que acumulei. Mas precisava de uma hora sem pensar no mundo cá fora.
Ontem voltei. Disseram-me que a aula seria de zumba. E foi, mas também foi de localizada e uma amostra de Pilates.
Nos primeiros dez minutos já me apetecia desistir. O coração a querer saltar do peito e eu a querer mandar-me para o chão. Parece que nunca tinha feito aquilo na vida. O meu corpo não acompanhava a minha cabeça e muito menos os movimentos tão rápidos e ofegantes da professora. Mas a aula foi passando e tentei conseguir conjugar a minha respiração com a vontade de correr ali para fora. Não foi fácil. Nada. Os movimentos não saíram como eu queria. Doeu a puxar as pernas. A fazer abdominais. A fazer flexões e a prancha. Se doeu. Doeu querer acompanhar coreografias novas e rápidas quase sem pausas e em modo aceleração máxima. E Pilates. Que dizer? Se aquilo foi uma amostra não vai ser fácil querer arrastar-me para uma aula. Esticar braços, esticar pernas, esticar pontas do pés. Balançar para aqui balançar para ali. Sempre esticada. Só com uma perna, só com a outra tentar equilibrar e eu a aterrar quase de cabeça. Não vai ser fácil. Mas gostei de voltar. Mesmo. Tentei concentrar-me em estar só ali. Coisa que não tem sido fácil. Mas ali foi. E melhor, soube bem!