Cusco as tuas fotos, só para me lembrar do teu rosto(como se fosse possível esquecer). Perco-me no quadro de fotos pregado na parede do meu quarto onde também te encontras e não, não sairás. Pego no telemóvel e chego a escrever coisas, daquelas cenas nossas, palavras que sempre trocamos, só não carrego na tecla "enviar", é mais forte. Parece que todas as noites ouço o "ainda não dormes" como se aqui estivesses, ou como se lesse aquela mensagem tua que não mais enviaste. Mal acordo continuo a tentar ver o que não chega. O que não chegou mais (tirando uma ou outra). Até lhe posso chamar hábito. Porque não? Habituamo-nos ao que gostamos não posso negar. Será que também pensas ou também tentas dizer algo mas... será? Acho que não. E ligar-te? Como me apetece só para ouvir a tua voz. Só para me rir um bocado. Só para cair à cama e dormir melhor. Se te desejo? Claro, como sempre. Mas quero muito mais o Amigo. Aquele de infância. O melhor o de sempre e Para todo o sempre (como tanto repetimos). Quero pois. Apagar as mensagens no telemóvel? Isso é que era bom. Se já tentei? Já. Assim de repente mandar tudo ao ar, apagar tudo. Reset total. Mas não é que me esqueço como se faz sempre que tento? Pois , vai-se lá entender. Acreditas que me perguntam por ti, como desde sempre perguntaram e agora pela primeira vez ouço-me usar o "deve estar"; "penso que sim"; "não sei bem"; ou até mesmo " ai é? não falei com ele não sei". As tuas desculpas não me servem de nada agora, são todas elas como um enorme silêncio. Disseste as palavras certas no momento errado. Eu já entendi e tu também já o entendeste faço-te esperto. Conheço-te. Lembraste como repetimos isso também? Afinal de contas não nos conhecemos há dois dias, por isso conheço o homem que és tão bem. E tu próprio sabes que não é fácil contrariar isso, também lhe posso chamar hábito? Posso. Habituei-me a conhecer-te. E foi fácil. Extremamente fácil.
*Sabendo eu perfeitamente que (e ainda bem) não.