Pedrógão grande é só um exemplo, a ser verdade, de "mas onde raio pára o dinheiro angariado"?
Ele não desapareceu como se não existiu. Todos, mas TODOS mesmo temos a consciência que ele está por aí, nas mãos de quem não deve enquanto quem precisa continua a ver "navios".
Quando me pedem dinheiro para alguma coisa, sou um pouco fria. De coração gosto de ajudar, mas gosto de ir aos sítios que precisam da ajuda ou às pessoas em causa. O dinheiro é algo fácil de fazer nosso quando cai em maus fáceis de se esquecerem de valores.
Isto é assim desde que, um dia, ali na zona do liceu onde andava, um miúdo se aproximou de mim, com uns chinelos de sola gasta e uns farrapos a transparecer o corpo magrela e me disse "dá-me um moedinha, estou cheio de fome". Eu dei. Não pensei duas vezes. Dei e apenas disse vai comer qualquer coisa.
Pouco tempo depois ao entrar no café que eu frequentava, o miúdo estava sentado à porta do café eu entrei e lá dentro estava a mãe a comer um hambúrguer.
Aquilo revoltou-me, porque foi fácil de perceber o que ali tinha acontecido.
Pedi um pão com queijo chamei o miúdo e dei-lhe.
Usou o filho para seu proveito.
Ficou-me. Jamais esqueci. Ficou a lição.
Toda uma atitude desprovida de valores, afectos, convicções e moralidade.
Não é disso que se trata quando se usam "vítimas" em prol de algo que não seja apenas e só a ajuda a elas?