Um murro no estômago!
Há lugares que eu acho que todos devíamos visitar na vida. Uma vez que fosse.
E partilhar.
Não é para sentir pena das pessoas. É para quando muito, sentir pena de nós próprios quando nos queixamos de merdas insignificantes. Mas sim para dar valor. Para nos fazer sensíveis ao próximo. Para ter um "cara a cara" com realidades tão diferentes. E com um amanhã do qual não sabemos o que esperar.
Estive esta tarde numa conversa com um senhor de 88 anos que não conheço de lado nenhum. Desabafava. Comovido. A mulher tem um cancro galopante. Apareceu há cerca de três meses e está a sentir-se muito sozinho. Ainda há pouco passeavam pelo Alentejo.. De lágrimas nos olhos contava. "Às vezes conhece-me outras vezes não, isto é triste"... "Queria que fosse eu e não ela" dizia-me. Enquanto ela nos olhava. "Leva-me a passear. Até já" disse ela.
Tudo naquele quarto quente, mas frio.
Caraças, aqueles murros no estômago. Isto é amor. E a vida devia ser de amor.
E esta minha mania de dizer que não gosto de domingos. Hoje é domingo. Que bom
[Isto aconteceu hoje, numa unidade de cuidados continuados.]