Do ser uma pessoa simpática!

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Já me perguntaram porque sou tão simpática quase sempre com as pessoas e a coisa é fácil de explicar.
Muito pelas pessoas pouco simpáticas que encontro na vida e não quero ser igual.
Simpatia é vinho de outra pipa.
E eu gosto. De vinho. Já de ser tão simpática tem dias.
Dou um exemplo.
Trabalho com uma equipa de Lisboa que é muita simpática. Já há uns anos. Não conheço pessoalmente ninguém, mas falamos muito ao telefone. E quase todos os dias por email.
Aqui na empresa também ninguém conhece a equipa. No ano passado, no Natal mandaram-nos uma caixa de chocolates com a mensagem "para a equipa mais simpática do norte".
E uma pessoa fica babada. Primeiro porque nunca fomos apresentados, mas já com tanto tempo de trabalho "juntos" e através de chamadas, emails conseguem ver que somos essa equipa simpática.
Cada dia que abro um email da empresa e que começa por "Olá Olá equipa mais simpática do Norte" , "Olá boa tarde gente Boa do Norte" seguida SEMPRE de um sorriso aquilo faz o dia. Porque é sinal que o trabalho que estamos a fazer está a ser feito da melhor maneira, daquela que é a nossa maneira de trabalhar e de estar na vida. Na verdade a nossa equipa é mesmo simpática, somos todos boa onda, e gostamos de resolver tudo sempre em bem (até as nossas divergências clubísticas!). E isto é reconfortante. "Oferecemos sempre cafés e sorrisos". É o que dizemos todos aqui. E na verdade é mesmo bom quando alguém nos diz que gosta de trabalhar connosco. Felizmente há muita gente que vem cá e nos diz. Mas dizerem-nos quando nem nos conhecem o rosto, quando nunca nos apertaram a mão, quando nunca nos olharam nos olhos é mesmo muito bom!
Assim como outro exemplo que tenho um senhor de outra empresa que também não conheço e que normalmente manda emails como "Bom dia cara linda" "cumprimentos menina simpática"... e uma vez, visto que nunca nos vimos pessoalmente em tom de brincadeira disse-lhe ao telefone "olhe a minha sorte de não me conhecer pessoalmente, os seus bons dias são sempre diferentes" ao que me respondeu "uma pessoa tão simpática como você, que o é sempre, só pode ser uma cara linda". Eu agradeço até porque este é um dos senhores que sempre me manda umas garrafinhas de maduro tinto no Natal (ahah).
E é isto.
E isto bate muitos pontos no que diz a satisfação no trabalho.
Se é que me entendem...
Mas há alguém que goste de pessoas que não conjuguem a palavra simpatia? Acredito que só mesmo aqueles que também não o são e se assemelham.
Eu não gosto. E tento lidar o menos possível com pessoas que não o sejam. Se as poder riscar na minha vida para todo o sempre assim será. Sejam conhecidos, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, pessoas cujo profissionalmente nos cruzamos, ou dono de lojas, e afins que eu visite.
O ser simpático, faz-me olhar novamente. O não ser tira-me a vontade.
Isto para contar o que me aconteceu um dia destes. Éramos quatro em busca de vestidos de cerimónia. E é aqui que a discrepância entre o ser simpático e o não ter simpatia nenhuma altera todo o caminho a seguir.
Entramos numa loja, cujo atendimento foi maravilhoso. Sempre nos deixaram à vontade, escolher à vontade. Ver à vontade. Experimentar se assim o quiséssemos. Tirar fotografias até, nos disse a dona da loja que fomos. Sempre com um sorriso. Sempre simpática. É sem dúvida uma loja a voltar ou a aconselhar.
Entramos noutra loja. Para lá da montra era todo um outro mundo. Caras sisudas. E algumas pessoas à espera. E nós lá esperamos também sem que aparentemente tivessem notado que cinco pessoas tinham entrado na loja.. Passado cerca de quinze/vinte minutos de ninguém nos dizer nada, uma de nós viu uns vestidos num expositor e começou a aproximar-se para ver. Até que, surgiu, primeiro vindo sei lá bem de onde uma voz, tom alto, antipático e rude: "não mexa, não é para mexer, é esperar pela "Catarina" que ela é que vai amostrar o que quiserem ver".
Olhamos umas para as outras impávidas com a arrogância de um senhor que depois reparamos estava lá encostado a um canto (tipo a assobiar pro ar e a coça-los enquanto mandava uns bitaites debaixo de uma bata branca) que provavelmente seria o dono, e sem sequer falarmos, decidimos todas sair sem querer ver o que quer que seja.
Não percebi o porquê de não nos ter dito nem bom dia nem boa tarde quando chegamos e só nos falou assim que demos um passo para tentar fazer o que fomos ali a fazer - ver vestidos de cerimónia.
Escusado será dizer que perdeu a oportunidade de vender quatro vestidos e que ganhou também a nossa antipatia. De modo algum será aquela loja uma hipótese a voltar a visitar.
Gente triste. E vazia.
(ainda ouvimos a menina que devia ser a tal "Catarina" a dizer para umas senhoras - "fui ali rápido ao dentista e ele nem me deu tempo de isto desinchar")
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