Sexismo. Machismo. Feminismo.
Hoje em dia por conta da luta de igualdade de direitos há muito deturpar de situações e de expressões que não fazem as pessoas olhar com olhos de ver para a situação em si.
A descriminação existe. Existe o machismo. Existe o feminismo. Existe o racismo.
Assim como existe a má educação. A falta de civismo. A falta de respeito pelo próximo. A frustração.
Tudo isto são bombas em constante manuseamento e prestes a dar o booom literalmente.
São pontos de vistas completamente diferentes que chocam.
Muitas vezes tiram a razão a quem a tem. Porque lá está, quando estamos convictos da nossa opinião e confrontados com algo que não acreditamos, por todos os astros alinhados ou não, somos contra.
E já vi guerras começarem por menos.
Vamos lá atinar numa coisa. Deixemos-nos de levar tudo ao exagero e tentemos analisar as questões sem nos envolvermos pelo que acreditamos.
A mais recente polémica, do texto também ele polémico de alguém na Capazes que escreveu "Se és mulher mantém-te Serena!".
Eu gosto da plataforma da Capazes. Já escrevi lá. O que não quer dizer que concorde com todas as crónicas que lá vão parar. De longe.
Esta então foi, a meu ver, um autêntico disparate.
Por muito feministas que sejamos, por muita luta que queiramos ter em busca da IGUALDADE de direitos. Não podemos, em caso algum, fazer-nos rever desses direitos em atitudes de má educação, mau perder, frustração, desrespeito para com o outro. Que foi nitidamente o caso da Serena para com o jogo, para com o adversário, nomeadamente para com o árbitro, que pelo pouco que percebo de Ténis, fez o que lhe competia. O texto sim é que foi triste. Começando logo pela opinião de que o árbitro quis ser o protagonista do jogo...
Não consigo ainda mais perceber, como uma plataforma como a Capazes, em cada comentário que foi sendo feito não concordando com o texto, respondeu com um excerto do mesmo texto que em nada, nada tinha a ver com o que realmente ali aconteceu.
Não foi uma situação de racismo nem de machismo nem de sexismo. Foi uma pessoa que está habituada a vencer que errou, foi punida e respondeu da pior maneira possível. Resmungou, levantou o dedo ao árbitro, foi mal educada e ainda deitou a raquete ao chão numa de o mandar para lá de Bagdá (bem sabemos).
Se o texto fosse sobre parabenizar a adversária da Serena, que levou com uma menina mimada a não querer descer do trono e a levar um "espectáculo" todo para ela ofuscando injustamente a verdadeira campeã, quando a outra tenista merecia todo o brilho do espectáculo para si. Serena também lhe faltou ao respeito com toda aquela atitude espalhafatosa, lamentável e injusta.
Não consigo perceber como, ao querer lutar contra a desigualdade de género se deixem deturpar com outro tipo de situações que nada tem a ver.
Neste caso. Eu nunca me "manterei Serena". A sê-lo, cortem-me os pulsos, não quero que me ponham num pedestal porque sou gaja, mal educada, frustrada, má perdedora e a fazer birras como se tivesse quatro anos e não me deram aquela boneca que eu tanto queria.
Poupem-me. Eu sou feminista no querer que a igualdade se dê. E não no querer acima do que quer que seja, dizer que sou feminista e apoiar atitudes de mulheres que também erram. Em grande.
Antes que venham as chibatadas do lado de quem concordou com o texto, tenho a explicar que, a Serena pode ser uma activista feminista, mas associarem aquele acto, daquela situação, a sermos todas Serenas é descabido. D-e-s-c-a-b-i-d-o.