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SorrisoIncógnito

Todo o sorriso é apaixonante devido ao incógnito que o ofusca! SORRIR_um estado de espírito...

10
Nov20

De volta ao teletrabalho

Maria

Depois dos 67 dias em teletrabalho no início da pandemia se me dissessem que voltaria ao teletrabalho não acreditaria. Porque quis que aquilo tivesse sido um exemplo pontual. Porque quis muito pensar que as coisas fossem realmente melhorar. Porque quis muito acreditar que tínhamos tempo suficiente para "programar" um novo ataque/vaga. Porque quis acreditar que medos os há mas que não os varremos para debaixo do tapete e sim os enfrentamos. Porque quis muito acreditar em pessoas. Ter fé nelas. Achar que as pessoas não precisam ser obrigadas a fazer algo e a fazê-lo por si. Eu, numa pontada de loucura acreditei, até chegar aqui ao início desta nova vaga e ver que a inconsciência das pessoas é ainda surpreendente. Que conseguem ser piores que aquilo que uma pessoa pensa. Que conseguem mesmo perante uma pandemia dar voz ao seu umbigo e não pensar em comunidade, no próximo, nos amigos e na família. Sobretudo nos mais velhos. Nas "presas mais fáceis". Nos mais vulneráveis.

(aqui foi uma festa de anos que originou talvez o maior número de casos positivos ao mesmo tempo, isolamentos e pessoas que omitiram estar na dita festa... festa que originou com que familiares da pessoa que fez anos chegassem a estar internados - pessoas que perderam qualquer credibilidade como seres humanos para mim)

E isto, oh pá, isto é muito triste.

O caminho mais fácil é talvez apontar o dedo. A quem? Ao governo que numa visão ampla pode parecer quem está mais à mão de semear para ser escrutinado e por ser um alvo fácil de atacar. De apontar. De crucificar. E de dizer que não valem um chavo.

Sim, nós sabemos que isso é muito fácil de fazer. Principalmente por quem não dá "voz" ao seu direito de voto e deixa para os outros. Principalmente por aqueles que acham não ter que olhar para o que eu faço mas para o que os outros fazem..

Fácil.

Se calhar, a maioria dos que têm uma voz mais activa insultando o governo pela actual situação são mesmo aqueles que, no perímetro dos seus actos e valores, continuam a sair, a ir a festas, a abraçar os amigos e família. A não fazerem uso da máscara. A não manterem distâncias sociais. A não acharem que isso bate a qualquer porta (normalmente só à do vizinho). A não acharem necessário uma quarentena ou mesmo um isolamento porque não querem saber. A omitirem sinais.

Eu não quero com isto dizer que, concordo com todas as medidas e decisões que o governo toma, longe disso, mas continuo a achar que, por cada insulto que leio ao nosso governo a cada nova medida, algures por aí há uma criatura que infecta um membro da família pelos seus comportamentos inadequados e continua a assobiar para o lado.

Sim, há pessoas, jovens, adultos, que ainda continuam a assobiar para  ar.

E eu que concordei com o Costa quando ele disse que era melhor ele nos aconselhar a uma coisa que nos obrigar... não sei onde estava com a cabeça a achar que certas pessoas percebiam a mensagem.

Não perceberam.

E eu não percebo as festas. Não percebo os casamentos e que me desculpem quem casa, mas nesta altura não percebo. Não percebo as festas em família ou com amigos com grandes aglomerações. Mas não consigo mesmo entender as festas na rua (porque não conseguem fazer em sítios fechados muitas vezes) e onde todos se juntam para grandes brindes, danças, e chegas para cá.

Eu que adoro festas. Sou tão de abraços e brindes. Jantaradas e saídas para conversetas e gargalhadas. Eu que adoro a minha família. Que sempre tivemos todas as desculpas do mundo para viver em convívios em casa uns dos outros. Eu que tenho família fora que não vejo quanto gostaria. Eu que tenho familiares a linha da frente que não abraço há meses e faz-me falta. Eu que não tenho estado com os meus amigos, que não vejo a minha melhor amiga há meses...

Eu que tenho a minha Mãe que foi operada e ficou ainda mais vulnerável e evito estar com ela sem máscara (mesmo dentro de casa usamos máscara durante quatro semanas) que comemos distanciados e que reduzi ao mínimo necessário qualquer saída em prol do outro... não consigo perceber as atitudes de certas pessoas.

Isto é triste.

Um dia destes entrei numa loja aqui à beira de casa, para ir buscar uma encomenda que tinha feito e vejo alguém na loja que sei que há pouco tempo tinha dado positivo (por causa da tal festa até) e pensei para os meus botões, qual a necessidade daquela pessoa estar ali, não trabalha, só costuma dar à língua aqui ali e acolá e não consegue manter o rabo em casa, acreditando que já tivesse passado a quarentena, mas que poderia manter-se resguardada visto que ver as novidades de uma loja de roupa não me parece um bem necessário. Sair por sair continua a ser o dia a dia de pessoas que não se interessam pelos outros. Mas que esperam que se interessem por elas quando forem entupir os hospitais por terem uma mentalidade de amendoim...

A culpa de estarmos como estamos é das pessoas que não tiveram actos conscientes. Perdão - que não tiveram e não têm.

 

Isto para dizer que estou desde sexta-feira em teletrabalho e do alto da minha janela, com um mundo meio virado do avesso, tento buscar a paz necessária para garantir a minha sanidade mental para conseguir fazer o meu trabalho, para conseguir proteger os meus, para tentar evitar entupir a linha da frente, para tentar organizar os meus medos, frustrações e ansiedades. Para tentar ser melhor pessoa, como sempre tento todos os dias. 

Não quero com isto dizer que agora vamos todos enfiar-nos dentro de casa e fazer de conta que não existe nada lá fora. Mas evitem saídas desnecessárias. Pessoas que raramente ficam doentes a precisar de cuidados hospitalares ainda consigo perceber a vossa estupidez mas isto está longe de acabar e os hospitais vão falhar ainda mais nas respostas. Porque eles tentam ser super-heróis, mas nós sabemos que os super-heróis às vezes só existem na nossa cabeça. E isto não é só Covid-19. Os serviços hospitalares são muito mais que isso...

Pensem um bocadinho. Se não for pedir muito.

Cuidem-se e cuidem dos outros antes deles precisarem mesmo  

01
Nov20

Sweet November

Maria

Novembro de há uns anos aqui passou a ser um mês agridoce. Das melhores lembranças às um bocadinho menos boas. Do aniversário de uma das pessoas mais importantes na minha vida ao cuticar feridas abertas de outrora. Novembro passou a ser um mês muito bom para ser um mês assim assim.

E chegamos a este Novembro de 2020, a este dia 1 longe do que habitualmente se faz, estar em família.  Com família,  com abraços,  conversas em dia, partilhas e gargalhadas. Hoje estamos longe disso e como se não bastasse, aqui #umbocadinhoabaixodoPóloNorte fazemos parte destes 121 concelhos com regras mais apertadas a partir já do dia quatro.

20200316_184748.jpg

[ da minha janela ]

Algum dia pensei escrever isto? Jamais!  Mas o caos lá fora assim obriga a este recolhimento obrigatório e sabe Deus, nos próximos dias mais o quê. Mas a pandemia está à nossa volta. A crescer tipo erva daninha de forma invisível e tão surpreendente como quando apareceu em Março mas agora com mais força e com um sistema de saúde de mangas arregaçadas mas a desfazer-se nas costuras para aguentar a pressão. E a nós cabe-nos fazer o melhor pelos da linha da frente e pelos que estão a lutar contra o "bicho" - ficar em casa. Reduzir contactos. Sair o menos possível. Ser cautelosos. Cuidadosos. E lembrar-nos sempre dos mais velhos.

Ainda hoje cá na terrinha uma senhora idosa faleceu com covid-19 e foi levada para o cemitério sozinha porque quase toda a família está infectada. Que tristeza esta nos corações destas pessoas de não se poderem despedir e acompanhar estes últimos minutos da pessoa referência de família? É tão triste... e é preciso lembrar que cada um de nós é um agente de saúde pública e por não acontecer só aos outros, todos os cuidados são poucos...

E de repente "Sweet November" soa mesmo só a título de filme...

Cuidem-se e que Novembro consiga superar este caos e trazer-nos alegrias!

O mais doce possível Novembro a todos 🤞🙏🌈

 

18
Mai20

Bolo de Noz e Banana com cobertura!

Maria

Tal como já aqui tinha dito, aderi ao "movimento" um bolo ao fim-de-semana e fiz muitos, e como bem sei, não tem passado despercebido ao pessoal que me segue no instagram ou no facebook, partilho aqui, a receita do bolo deste fim-de-semana.

A receita original vi na Filipa Gomes, mas fiz umas alterações ao Bolo de Noz e banana com cobertura de chocolate e noz triturada.

Bolo noz

 

receita 

  • 3/4 bananas
  • 4 ovos
  • 270 gr açúcar
  • 290 ml óleo
  • 100 gr farinha maizena
  • 400 gr farinha de trigo s/fermento
  • 1 colher de chá de canela
  • 2 colheres de chá fermento
  • 1 pitada de sal
  • 1 chávena de nozes

Para a cobertura chocolate:

  • 6 colheres de sopa de açúcar
  • 6 colheres de sopa de chocolate em pó
  • 3 colheres de sopa de manteiga
  • 2 colheres de sopa de leite

 

Dica: As bananas quanto mais maduras estiverem melhor. E é importante dizer que, se são como eu e gostam de diminuir sempre ao açúcar, neste caso não o façam pois já ponho a quantidade reduzida em relação ao original.  E o bolo não ficou nada doce, por isso se quiserem mais doce podem aumentar ao açúcar até 300/310 gr. Não utilizei a batedeira eléctrica. A farinha foi peneirada para não ter grumos.

Começamos por desfazer as bananas com um garfo. Juntamos os ovos inteiros, e vamos mexendo sempre com a colher de pau  juntando o açúcar e o óleo. Reservamos os líquidos e vamos aos sólidos.

Noutra taça juntamos a farinha, a canela, o fermento e o sal. Misturamos a grosso com a colher de pau e então depois vamos juntar tudo aos líquidos, mexendo sempre a grosso.

Picamos as nozes com a faca, também meio a grosso para deixar em pedaços - a gosto - de maneira que depois se encontrem no bolo. Envolvemos na massa sem mexer muito, só de maneira que fique incorporada.

Pegamos numa forma, se possível com furo no meio, já previamente bem untanda com manteiga e farinha e dispomos a massa na mesma.

Levamos ao forno, previamente aquecido e deixamos cerca de 40/50 minutos. Ir espreitando e fazer o teste do palito para saber quando está no ponto.

Para a cobertura de chocolate, é juntar os ingredientes e ir mexendo até começar a ferver, nessa altura baixar um pouco o lume e deixar mais um pouco em lume brando. Depois retirar o chocolate do lume. Ir mexendo. Eu deixei arrefecer bastante, tanto o bolo como  a cobertura para deitar o chocolate, para que ele fique por cima do bolo e não se entranhe no mesmo e para ficar com aquela camada mais durinha. Se quiser que ele se entranhe, ponha com o bolo ainda quente e não deixe arrefecer muito o chocolate. Ainda polvilhei com restos de nozes trituradas.

Fiz só em metade do bolo, para ter com cobertura e sem.

Com a cobertura ficou uma maravilha!

Espero que gostem da sugestão e se tiverem sugestões para dar, fico aguardar!

15
Mai20

Cenas de uma quarentena!

E a sanidade mental?

Maria

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Às vezes dá medo. Às vezes custa mesmo acreditar que tudo vai ficar bem, até porque, nós sabemos que não ficará para todos, tudo bem

Às vezes dá medo. Mesmo ali por trás do enorme sorriso com que abres a porta assim que sais do quarto pela manhã para enfrentar o mundo. Nem que seja esse mundo que fica fora de portas, mas que ajudas a segurar aqui dentro de casa junto com os teus. Ou pelo menos por eles. Por nós. Pelo outro.

Às vezes dá medo. Como as coisas se processam agora rápido demais. Como se perdem vidas, como se magoam pessoas, como nos sentimos incomodados com um simples passo fora de casa. Como não sabemos bem lidar com os outros. Como olhamos de cabeça baixa para os outros.

Às vezes dá medo. Saber que nada será assim como sempre foi. E que para chegar lá perto sabemos nós o que caminho que temos a percorrer, as pessoas que não vamos ver e as pessoas que se vão afastar.

Às vezes dá medo. As histórias que nos chegam. As vidas que se continuam a perder. E o esforço que continua a ser feito.

Às vezes dá medo. Mas temos que começar a enfrentar, fora de portas o inimigo invisível. Com cuidados. Mas na fé e na esperança, ainda que com medo.

Às vezes dá medo. Toda esta saudade de gente, de normalidade, de querer ir passear, de férias, de ir jantar, de conviver, de reencontros, de visitar família, mas sobretudo de abraços sentidos.

Foram dois meses daqui. A olhar pela janela e a tentar acreditar vai ficar tudo bem. Mesmo que, com medo e a saber que não vai ficar assim tão bem para todos.

Voltaremos. Ainda a medo. Voltaremos a tentar ser fortes. A tentar manter a normalidade. Convictos que isto vai passar e na esperança de também nós fintarmos esta ameaça invisível que está por aí, em todo lado. A tentar continuar a proteger os nossos. Com essa força que nos fará ser mais nós.  E que sejamos mais conscientes. Resilientes. Melhores pessoas - a olhar o próximo e a diminuir a proporção do nosso umbigo.

Estamos sempre a aprender. E esta é mais uma fase de aprendizagem que ficará na nossa história. Na minha. Na tua. Na dos nossos.

Hoje ao 63º dia, é talvez o meu último dia de teletrabalho e segunda-feira provavelmente já sairei de casa a tentar voltar à normalidade que tanta falta me faz. A tentar voltar a uma rotina fora de portas. A tentar ir - mesmo que em dias com medo. Eu sei, mas também sei que o importante agora é ir, mesmo com medo.

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Coragem Maria, coragem. Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte - mas desta vez - a acreditar que vai #ficartudobem - a vida não tem sido fácil para ninguém, por este mundo fora principalmente àqueles que continuam lá, na linha da frente. Por todos nós. E depois por eles.

Sanidade mental desse lado, como está a correr isso?

13
Mai20

Dúvidas existenciais! #20 (em quarentena)

Dia 61

Maria

Pois que, diz que são 61 dias de quarentena. Mais coisa menos coisa de dias em teletrabalho. Cerca de dois meses em casa com pouquíssimas saídas à rua.

Eis que, ao 61º dia acordo com uma mensagem da ARS Norte a informar que se eu precisar de apoio psicológico entrar em contacto.

Importa dizer que o meu colega de trabalho, também é psicólogo.

Eu cá não acredito em coincidências e vocês? 

09
Mai20

Desafio para voltar ao foco?

Maria

Todos os dias ouço a @veraafernandes na @radiocomercial a falar de exercício físico e aquilo apoquenta-me. Principalmente depois dos quilos que vieram com a quarentena e só tenho aula à quarta. De modos que, comecei hoje a seguir este desafio que ela está a fazer. Eu acrescentei-lhe agachamentos a fazer o mesmo número de abdominais. E junta-se o que quiser a gosto que o que vier faz doer 😂 vão deixar-me sofrer sozinha, ou alinham no desafio gente?

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O primeiro dia já está! Vamos 💪

Sigam-me no desafio no Instagram! Vou actualizando...

06
Mai20

Cenas de uma quarentena!

Dia 54

Maria

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Não fiz um único directo no instagram.

Não aderi ao TikTok e  não aderi ao Peoople.

Não fiz todos os dias exercício físico e não fiz um único vídeo de um dia em que fiz.

Passei muito mais tempo na cozinha.

Aderi ao "movimento" um bolo ao fim-de-semana e fiz muitos.

Engordei mais uns quilos.

Não fumei um único cigarro - o que tem ligação ao que constatei na afirmação anterior.

Levei isto do teletrabalho um bocado a sério e dei por mim a trabalhar ao fim-de-semana, assim como alguns dias depois das nove da noite.

Não tive/tenho falta de trabalho - graçá'Deus - e não trabalho nem com nada ligado à saúde, nem em materiais que se liguem a proteção e desinfeção e nem com bens alimentares - vá e trabalho maioritariamente com o estrangeiro, logo sim, durante toda esta quarentena não me falharam as relações intra-comunitárias e exportações.

Vesti calças de ganga em casa, poucas vezes é certo.

Um dia ou dois pus maquilhagem.

Fiz vídeo-chamadas para o trabalho com calças do pijama e mais arranjadinha para cima.

Queimei-me na cozinha - consequência de lá passar mais tempo.

Saí de casa pouquíssimas vezes. De quinze em quinze dias para ir ao trabalho e nesse giro aproveitar para fazer as compras para casa. Fui umas três vezes à farmácia. E parece que sempre que o fiz fui assaltar alguma coisa.

Comecei a beber vinho ao almoço. E mais vezes ao jantar. Nada que fosse costume. No geral, bebi mais vinho porque quase deixei de conduzir e esse foi o argumento que achei válido para o meu pai.

Vi séries. Temporadas completas e nunca de tarde (salvo o fim-de-semana) porque não furei o teletrabalho.

Nunca mais usei relógio e eles ainda estão pela hora antiga - isto pasma-me!

Fiz compras online.

Passei dias inteiros de pijama.

Em 54 dias evitei ao máximo mexer em dinheiro,, fui ontem a primeira vez ao multibanco.

Desde que estou em casa meti uma vez combustível no carro. Isto de ficar tanto tempo sem ir a umas bombas não me acontecia desde que ando de carro e é assustador, a minha conta deixou de ser assaltada todas as semanas, o que é assustador em bom diga-se. E agora que fui, está mais barato cerca de 0.20€ em litro. Tenho a sensação que acordo noutro tempo.

Alguém próximo ficou infectado pelo bicho.

No primeiro dia (anteontem) de desconfinamento na loucura fiz o meu primeiro passeio higiénico. Diga-se que aproveitei depois do jantar, para ir buscar o correio a casa de um familiar que não está e fui a pé, aproveitando para dar a volta ao "quarteirão". Soube bem. Até ver mais gente a fazer o mesmo e ir para casa.

Não pedi comida pela internet porque aqui não chega (ahah).

Não usei salto alto (só mesmo o do perfume da fotografia).

Agradeço por sentir que mesmo em 54 dias de quarentena sou uma privilegiada - tenho espaço lá fora, vivo no campo e respira-se ar mais puro ainda, tenho bons vizinhos e todos os dias falamos à varanda, aos portões, não estou sozinha, evito ao máximo ter que sair e posso e a nível de trabalho não fui afectada.

Pasmem-se eu respiro, e vocês, identificam-se?

16
Abr20

Sanidade mental em tempos de quarentena!

Maria

Foi no dia 13 de Março que decidi a minha quarentena voluntária, mas foi no dia 16 de Março que fui buscar as trouxas ao trabalho para começar o teletrabalho por cá, em casa. Há um mês. Escrevi aquele texto que nunca sonhei na vida escrever. E mais, agora um mês depois tudo estar mais ou menos no mesmo ponto. Em casa a trabalhar com o escritório aqui montado. Sem saber quando volto e sem saber quando isto acaba. A diferença é que um mês depois temos quase 600 mortos e mais de 18.000 infectados confirmados.

Num mês, fui duas vezes ao trabalho e nessas duas vezes aproveitei para ir ao supermercado fazer compras cá para casa. No trabalho continua quase tudo igual. E digo quase porque continua-se a trabalhar, para o estrangeiro, não com o movimento num outro ano normal nesta altura, mas a agradecer todos os dias a coisa não ter descarrilado, até à data muito.

Trabalhar em casa não é de todo uma cena maravilhosa, mas agradeço ter que sair o mínimo possível de casa e faço a minha parte no que diz respeitar a quarentena.

Há dias melhores que outros. A parte de ter bastante trabalho ocupa-me basicamente quase o dia todo e isso é óptimo. No entanto há dias menos bons. Por já estar nisto algum tempo. Por ter saudades de muita coisa, principalmente de ouvir presencialmente as minhas pessoas, família e amigos. Pelos abraços. Pelos beijos das minhas pequenas. Pelas jantaradas e confidencias com a minha melhor amiga enquanto brindamos, pelo pegar no carro e ir dar uma volta. Por espairecer fora de portas. Por ter falhado o aniversário da minha afilhada de quatro anos. E tivemos a Páscoa e o que me faz falta desta época é mesmo o sentar-me à mesa com a família, nesta casa ou naquela e aquele convívio. A sorte é que ainda moro na melhor rua do mundo, com os melhores vizinhos e aqui leva-se muito à letra ir para a varanda conversar.

E por talvez, há um mês não fumar. E quem é que vai deixar de fumar, logo numa altura de confinamento em que te apetece bufar a toda a hora por tudo e por nada? Não fumar nesta situação é do caraças. Acreditem. Eu não disse que deixei de fumar, que isso é todo um processo que nunca sei se vai começar e ter pernas para andar - quando quem me segue há mais tempo sabe que já parei algumas vezes de fumar e uma das vezes durou 22 meses. Mas não fumo há um mês. Ainda não me apeteceu cortar os pulsos, nem subir paredes e acho que ainda não comecei a delirar mas... acredito que contribui bastante para ter níveis de sanidade mental a oscilar muito diariamente.

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Coragem Maria, coragem. Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte - mas desta vez - a acreditar que vai #ficartudobem, logo #ficaemcasa!

Sanidade mental desse lado, como está a correr isso?

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