Este ultimo post, publicado anteontem, 21 de Outubro, esteve em rascunhos alguns dias.
Escrevi-o de rompante. Li-o várias vezes.
anteontem publiquei-o.
Gostei logo dele. Bonito, intenso mas triste.
[coincidência] Passado uns minutos recebi uma chamada que parece que me tirou o chão. Primeiro tremi. Não acreditei. E o dia ficou mais triste que as minhas palavras nem expressam perto.
Perdi um Amigo, alguém com quem cresci, que convivi anos e anos. Vizinhos. Melhores amigos. Histórias em conjunto. Namorados na juventude. Bons amigos. Alguém que me ensinou o que era amar mesmo uma pessoa. Que me ensinou que a vida é para curtir. Que devemos estar disponíveis sempre para os nossos amigos. Com quem aprendi a cair e levantar. Com quem fui feliz. Com quem chorei muito e ri ainda mais. Que era fácil a fazer novas amizades. Com quem falhei e sempre fui a primeira a pedir desculpa e ele a melhor pessoa a perdoar. Com quem pude sempre contar. Com quem passei aqueles maravilhosos anos da parvoíce que todos temos. Com quem joguei ao berlinde, às escondidas, à sueca, que andei de bicicleta, que joguei à bola, com quem bebi as primeiras bejecas, que me deixou conduzir o carro quando tirei a carta. Que me deu amigos. E com quem também aprendi que sorrir é o melhor a vestir todos os dias. Que me deu mil e duas histórias para contar um dia. Os bons amigos são esses. Que mesmo mais ou menos separados cresceram juntos e têm histórias em comum.
Desejei-lhe sempre o melhor. Ele sabe. Ele merecia muito mais da vida. Isto é tão injusto. É um dos bons que parte cedo demais.
É mesmo boa pessoa. Tem um bom coração. É das melhores pessoas que tive a sorte de conhecer na vida.
A minha rua não é melhor que a tua, porque é a mesma e não mais será igual.
Estou só triste. Anteontem ficou um dia triste. Continua só triste. 🤍💫
E eu só quero que estejas em paz ❤️
E o texto que escrevi ganhou todo o sentido:
Há na ferida um ardor constante abafado
a superação inegável do querer anestesiar a dor
um corroer de alma, galopante e fugaz.
inebriado pela luz de um sorriso escasso.
uma réstia de esperança à qual se agarra como de um poço se quisesse sair
quantos dos teus sorrisos trazem lágrimas incolores?
invisíveis aos olhos dos que rodeiam
a insana dormência de um corpo talvez são, talvez não.