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SorrisoIncógnito

Todo o sorriso é apaixonante devido ao incógnito que o ofusca! SORRIR_um estado de espírito...

15
Mai20

Cenas de uma quarentena!

E a sanidade mental?

Maria

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Às vezes dá medo. Às vezes custa mesmo acreditar que tudo vai ficar bem, até porque, nós sabemos que não ficará para todos, tudo bem

Às vezes dá medo. Mesmo ali por trás do enorme sorriso com que abres a porta assim que sais do quarto pela manhã para enfrentar o mundo. Nem que seja esse mundo que fica fora de portas, mas que ajudas a segurar aqui dentro de casa junto com os teus. Ou pelo menos por eles. Por nós. Pelo outro.

Às vezes dá medo. Como as coisas se processam agora rápido demais. Como se perdem vidas, como se magoam pessoas, como nos sentimos incomodados com um simples passo fora de casa. Como não sabemos bem lidar com os outros. Como olhamos de cabeça baixa para os outros.

Às vezes dá medo. Saber que nada será assim como sempre foi. E que para chegar lá perto sabemos nós o que caminho que temos a percorrer, as pessoas que não vamos ver e as pessoas que se vão afastar.

Às vezes dá medo. As histórias que nos chegam. As vidas que se continuam a perder. E o esforço que continua a ser feito.

Às vezes dá medo. Mas temos que começar a enfrentar, fora de portas o inimigo invisível. Com cuidados. Mas na fé e na esperança, ainda que com medo.

Às vezes dá medo. Toda esta saudade de gente, de normalidade, de querer ir passear, de férias, de ir jantar, de conviver, de reencontros, de visitar família, mas sobretudo de abraços sentidos.

Foram dois meses daqui. A olhar pela janela e a tentar acreditar vai ficar tudo bem. Mesmo que, com medo e a saber que não vai ficar assim tão bem para todos.

Voltaremos. Ainda a medo. Voltaremos a tentar ser fortes. A tentar manter a normalidade. Convictos que isto vai passar e na esperança de também nós fintarmos esta ameaça invisível que está por aí, em todo lado. A tentar continuar a proteger os nossos. Com essa força que nos fará ser mais nós.  E que sejamos mais conscientes. Resilientes. Melhores pessoas - a olhar o próximo e a diminuir a proporção do nosso umbigo.

Estamos sempre a aprender. E esta é mais uma fase de aprendizagem que ficará na nossa história. Na minha. Na tua. Na dos nossos.

Hoje ao 63º dia, é talvez o meu último dia de teletrabalho e segunda-feira provavelmente já sairei de casa a tentar voltar à normalidade que tanta falta me faz. A tentar voltar a uma rotina fora de portas. A tentar ir - mesmo que em dias com medo. Eu sei, mas também sei que o importante agora é ir, mesmo com medo.

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Coragem Maria, coragem. Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte - mas desta vez - a acreditar que vai #ficartudobem - a vida não tem sido fácil para ninguém, por este mundo fora principalmente àqueles que continuam lá, na linha da frente. Por todos nós. E depois por eles.

Sanidade mental desse lado, como está a correr isso?

05
Jun18

Em dia de pânico...

Maria

 

Após quase três meses de ter começado a minha dieta à minha medida posso dizer que aquilo nem foi sol de pouca dura porque de sol houve muito pouco. A tentativa continua lá, mas não está nada fácil. Quero voltar a treinar agora que acabei o tratamento mas não me parece que tenha vontade. Já arranjei uma aplicação de treinos diários (já fiz dois dias) e já fui buscar o tapete que estava em casa de uma amiga para ver se ganho coragem de seguir certinho, mas não está fácil, é que este ano nem comecei sequer as minhas caminhadas com este tempinho destrambelhado e com os horários que tenho feito para sair do trabalho. Isso e a minha mãe fazer coisas do género que fez hoje:

Eu ontem: Mãe esta semana vou tentar não abusar a comer a ver se aligeira a coisa. 

Eu hoje com o pequeno almoço: Mãe isto é um croissant, logo estritamente proibido para esta semana que queria não comer porcarias.

Mãe: Mas ele tinha tão bom aspecto. Também um croissant não vai fazer mal nenhum!

... Tenho como não o comer depois de ser comprado a pensar em mim com tanto carinho? Não tenho. E comi.

Fim da história. E de uma dieta que não tem pernas para andar. Já o treino vamos ver se se continua.

Vinha falar de pânico, é que hoje é dia de visita ao dentista e eu acho que o pouco que já emborquei hoje, já anda às voltas.

(envolver dentista e dieta num post é degradante)

04
Jul16

Desafio 52 semanas | Semana 25/52

Maria

Semana 25: Tenho pavor de...

 

Perder os meus - Sou muito apegada a eles. Faço imenso por eles. Agradeço todos os dias o que fazem por mim. Sinto que somos mais todos juntos e tenho pavor do dia que assim não seja.

Cobras e bichos rastejantes - Sempre que vejo uma cobra (sem ser em zoológico ou coisa do género) ganho em mim uma urticária de todo o tamanho. Coço-me toda como se não houvesse amanhã.

Dentistas - Já aqui o disse...e pouco mais há a dizer sobre isto. Mas ainda é o dia que tudo me dá urticária ao ir ao dentista. E a dor de barriga está lá.

Gatos - Num contexto especial - Eu e um gato fechados num lugar comum. Cá fora não me metem impressão. Mas não gosto de estar no mesmo espaço que um gato. Ter um gato em casa para mim era impensável.

Pessoas ciumentas - Há uma linha que separa os ciumentos qb dos ciumentos obsessivos. Tenho pavor dos que ultrapassam limites. Pessoas demasiado ciumentas tornam-se "desconhecidos" independentemente do grau que os una, pessoas demasiado ciumentas transformam-se. Tenho urticária.

Nadar debaixo de água - É coisa que não me assiste. Daí a não me aventurar quase em nada que envolva água.

#52semanas

E vocês, qual o vosso pavor?

11
Mai16

As pessoas nunca entendem os teus medos até que..

Maria

Tenham um medo.

Essa é que é essa. Nós dizermos que temos uma fobia, pavor a qualquer coisa, nunca é entendido muito bem aos olhos de outros a não ser que seja alguém que padeça do mesmo mal, não necessariamente do mesmo medo, mas de um qualquer medo, pavor, fobia, pânico.

Eu já aqui falei do meu, mesmo que me custa admitir. Mas é qualquer coisa que me tira do normal. Dentistas. Sim, nunca soube bem explicar de tantas explicações que poderia dar. Mas só de falar até se me revira o estômago. Não é fácil. Mas não suporto muito bem uma simples ida ao dentista. Para mim tirem a parte do simples, sempre é complicado. Começa por ter que decidir ir. É o ter que ser. Depois começam as dores de barriga. O medo, a volta ao estômago, os nervos, os suores. Uma dica essencial, não esperar na sala de espera, ir em cima da hora e não ficar muito tempo à espera. Certezinha absoluta que se isso calha de acontecer não tenho paciência, e bazo dali sem deixar rasto. Aliás já aconteceu. Uma vez lá... são os cheiros, o barulho das brocas, o material... só de falar já estou em pele de galinha. E sim por muitas vezes que o diga, por mais que tente explicar, há quem não perceba, who cares?!

Ontem foi o lá tem que ser. E o ter que ser tem muita força. Consulta marcada e teve que ser com um dentista novo. Isso ainda piora a figura, porque a anterior já sabia do estado depré em que eu ficava. E parecendo que não a coisa ajudava até porque ela era a melhor dentista do mundo. Pelo menos do meu. Como estava a dizer, ontem fui a um novo e tudo se complica. Mais depois daquele fim de tarde de chuva intensa e trovoada que nada ajudou à minha "dor de barriga". Segui caminho e o chegar em cima da hora foi essencial. Nada de tempo na sala de espera.

A auxiliar bem simpática e à qual prontamente expus a minha coragem de ali estar, tranquilizou-me, olhou-me com aquele olhar de quem compreende o meu pânico. Confidenciou-me que tem medo de agulhas, ora para mim, uma dadora de sangue é quase impensável alguém o ter, mas foi assim que se entendeu logo ali, que só compreenderemos os medos dos outros ao olhar para os nossos. Sem julgamentos.

Btw o médico alem de atencioso e um querido que foi, é giro.

22
Mar16

Alerta-terrorismo

Maria

Faz-me lembrar um pouco outro tipo de alarmes. Como por exemplo enquanto o ébola andou a matar pessoas lá no cabo do Mundo por África, informou-se mas não havia alarido, nem aquela preocupação, nem o tremer das pernas, nem o apertar o rabinho como quando se começou a ouvir os casos a chegar perto, a avançar sobre a Europa a ser caço mesmo aqui ao lado na vizinha Espanha.

Agora é isto do terrorismo. Que sempre houve. Que matam pessoas como quem mata moscas. Que criam o pânico, o medo, que geram ondas de violência de grandes dimensões. Que criam cenários de terror dignos de filmes. Que ceifam vidas como quem dá cá aquela palha. Que implantam bichinhos nas cabeças das pessoas pondo em causa toda e qualquer questão antes mais certa. De valores, questões morais, religiosas, políticas de países e segurança pessoal/mundial. Mas enquanto é lá longe, verdade seja dita, afecta-nos porque isto não é brincadeira, porque somos todos humanos, aqui ou na Cochinchina mas vamos lá à nossa vidinha porque aquilo é lá longe e eles nem se lembram de nós aqui.

Mentira. Quando menos se espera eles dão entrada na Europa. Quando é quase aqui ao lado, quando conseguem abalar o coração de um país tão próximo, a cena muda de figura. Eles não brincam e nós não nos queremos calar, e somos todos um pouco mais “Charlie” que ontem, mas o medo vem. Quem tem acompanhado ao longo do dia de hoje a situação é muito grave. e isto é tudo muito bonito quando continuamos aqui ao longe. mas ouvindo lá, falando com pessoas de lá, ver imagens em directo e todo o dia só haver policias nas ruas, ambulâncias, alertas para que não saiam de casa, sem trânsito, crianças que foram mantidas nas escolas sem contactos com os pais e familiares. Pessoas reféns. Reféns daqueles que todos sabemos, matam porque sim. Não imagino sequer o psicológico de todas as pessoas envolvidas, sendo eles polícias a correr o risco a cada segundo, sejam eles civis que se encontram à hora errada no local errado, sejam eles reféns que lutam pela vida frente a frente a uns homens tão vazios de tudo.

Cada vez mais estes grupos de terroristas, jihadistas, extremistas querem lançar o pânico e lançam, disso não temos dúvida. E no dia 7 conseguiram tirar a vida a uns mestres da caricatura, mas falharam ao não quererem que elas corressem mundo. Porque o mundo juntou-se e nunca se viram tantas caricaturas como ontem.

E agora a notícia que morreram os suspeitos. Tanto os irmãos do ataque ao “Charlie Hebdo” como do suspeito ao ataque hoje ao minimercado.

A vida vai continuar. Vai ficar um “7 de Janeiro” assim como ficou um “11 de Setembro”, um “15 de Abril”… Mas vai ficar medo. Porque este foi um ataque diferente.

Este post estava em rascunho desde o dia 16/01/2015. Foi feito após o atentado em Paris ao "Charlie Hebdo" a 7/01/2015. Nunca cheguei a publica-lo e já o tinha visto ali mas não apaguei, mas também não pensei em chegar a publicá-lo. Nem mesmo naquela trágica sexta-feira 13 de Novembro em que voltaram a atacar Paris.

Infelizmente hoje há mais um dia em que a vida continua mas vai ficar um 22 de Março. Não para Paris, mas para a Bélgica, no seu coração o atentado com estas três bombas e já cerca de 34 mortos e um número incalculável de feridos.

Medo?! É uma mistura de tanto que não sei explicar, ouvi porem alguém na televisão que mora lá em Bruxelas dizer algo do género, "não tenho medo do amanhã, porque isso é o que eles - quem faz isto - querem. Tenho antes respeito, pelo que me ensinaram, pelos valores que tenho, pelo que pode acontecer em qualquer lugar em qualquer momento e pela vida, vida que essas pessoas não respeitam.

A vida é isto que nos passa, mesmo com o coração nas mãos é viver. É tentar lutar por um mundo melhor.

Era tão fácil. Não que o mundo fosse cor-de-rosa. Mas que tivesse menos dias negros como este.

Há muita tristeza. E raiva. E fé. Esperança.

E coragem e força para os familiares e amigos das vítimas.

16
Nov15

Uma estranha sexta-feira 13!

Maria

Uma sexta-feira normalíssima. E eu sentada no banco à espera da aula de ginástica começar conversava com uma colega. Hoje não será uma sexta-feira 13 para quem ganhar o euromilhões, mas já para nós parece-me que vai ser uma aula puxada, disse-lhe eu. Parece-me que sim, hoje vai dar burpees respondeu-me. A aula começou. Trinta minutos para começar com quatro sequências de 30 agachamentos, 10 burpees, 15 flexões, 15 dorsais, 15 abdominais e 30 jumping jacks. Em cada sequência aumenta 10 para agachamentos e jumping jacks os restantes 5. Pronto só de ouvir o que se tinha a fazer comecei logo a rogar 359 pragas por ter decidido entrar naquela sala. A aula foi difícil. Desgastante. E desafiante a cada nova sequência que conseguia acabar. Saí daquela sala liberta de qualquer mal psicológico que me podia estar a afectar, durante 60 minutos não pensei sequer na vida cá fora. Saí dali com uma dor em tudo quanto era lado menos na alma. Completamente transpirada a desejar apenas e só um banho. Cheguei a casa e corri para a casa de banho. Marcavam 22 horas. Ainda não tinha fechado a porta e ouço o meu pai em voz alta “olha notícia de ultima hora parece que houve uma explosão num bar em…” Não ouvi o resto. Ainda perguntei cá?! Mas com a água do chuveiro já não ouvi nada. Tirei um peso de cima, o banho deixou-me super relaxada e pensei duas vezes, isto vale a pena. Sinceramente não pensei mais no que ouvira o meu pai dizer, jamais imaginava eu que se tratava de mais um acto terrorista desta dimensão. Uma pessoa é tão inocente nestes pequenos nadas que a vida nos dá. Saí da casa de banho pronta para arranjar alguma coisa para comer porque ainda não tinha jantado e fui à sala onde o meu pai assistia à tv incrédulo. “Não pode ser. Eles atacaram novamente Paris”. Foi naquele momento que senti novamente o peso da “malha” que tinha levado. Parece que me faltaram as forças nas pernas. E queres assim muito acreditar que aquilo não passa de um filme de terror. Um beliscão para percebermos que estas imagens que nos continuam a chegar, aqueles sons, não são de um qualquer filme. Daqueles que há feridos e mortos porque sim, porque faz parte. Daqueles que levantam a mão a pedir ajuda e levam um tiro. Daqueles que se fazem de mortos para não levarem um tiro. Daqueles onde se arrastam os corpos dos amigos feridos no chão para o virar da esquina. Daqueles que no final aparece “the end” e volta tudo ao normal. Não. Aquilo está mesmo a acontecer. Naquela cidade que é a cidade do Amor. Aquela cidade que quero tanto conhecer quando encontrar o Amor. Não está a fazer sentido, nem o que estou a ver, nem o que estou a ouvir. Nem o que estou a dizer. Muito menos o que estou a tentar associar cá dentro.

As informações são escassas. Atrapalham-se. Há vários atentados. Vários feridos. Muitas mortes. Pânico. Um bar. Cafés e esplanadas. Restaurantes. Um jogo de futebol. Coisas tão banais do dia-a-dia a serem interrompidas pelas mãos de alguém que se acha no direito de tirar vidas por quem dá cá aquela palha. Nunca vou acreditar em ideologias que tenham como base matar alguém, fará gente inocente. Que apenas se dá ao direito de viver. Podia ser eu ou tu, ali sentados na mesa de um restaurante a fazer um brinde à vida. Ali naquela esplanada do café às gargalhadas entre amigos. Ali a assistir ao concerto de uma banda que tanto quisemos ver.

Pára tudo. Tenho família em Paris, ligo o facebook e automaticamente entra um alerta. “ “Joana” marcou-se como segura no terror em Paris”. É a minha prima. Grávida que mora ali no centro de Paris. Está tudo bem connosco, diz-me por sms. E começo a receber alertas de vários amigos e conhecidos que vivem em Paris. Incluindo (aquelas pessoas estranhas, vá parvas) pessoas que moram aqui ao lado mas têm como morada no facebook Paris. É giro, é chique e nestas alturas calha mesmo bem. Há família que não me responde. Espera-se. De repente pára tudo. O melhor primo, melhor pessoa, melhor amigo foi para Paris esta semana para um congresso de médicos. Chegava precisamente na sexta. Tentar contactar e nada. Mais tarde notícias. Estava no aeroporto lá quando tudo aconteceu, mas estava bem. E és abalroada pelo sentimento de incapacidade perante a brutalidade das imagens. Não são os meus familiares e amigos mas são os de alguém.

É para nos meter medo? Parabéns. Conseguiram. Vivemos com medo. Não consigo sequer imaginar o medo que atormenta os Franceses. Parisienses em particular. Não basta dizer que não se tem medo. Lá dentro o nosso corpo reage apavorado.

Não consigo sequer imaginar o que é deitar a cabeça na almofada e não conseguir sentir o silêncio. Quem assistiu aquele terror não consegue. Precisará de um tempo para voltar a sentir o silêncio. Se é que voltam a conseguir.

Isto é guerra. E não é daquelas guerras de infância em que o "inimigo" atacava e nós dizíamos "batota, esta não vale porque ainda não estava preparada".

Muita tristeza. E raiva. E fé.

E coragem para os familiares e amigos das vítimas.

16
Dez14

Sonhar com gatos faz-me acordar a transpirar!

Maria

O título pode ser chamativo mas o que tenho a contar nem tanto assim, até porque os gatos que me fizeram acordar a transpirar foram mesmo os de quatro patas (uma tristeza).

Eu tenho um trauma com gatos. Não sei se já aqui o disse, mas tenho. Seria incapaz de lhes fazer mal mas que já tive pensamentos maus em relação a alguns já. Acho-os fofinhos, rio-me à brava com histórias que leio por aí (o Chico da Xio bate recordes) ou ouço dos meus amigos sobre eles, conheço alguns para lá de fiéis companheiros e amigos e tudo aquilo que acho do meu cão, mas ao longe. Tudo que seja a centímetros de mim acelera qualquer coisa cá dentro que nem sei explicar, mas não só começo a fazer filmes na minha cabeça até mais não, como sinto logo uns calores e uma comichão pelo corpo todo. Que querem? A haver vida depois da morte certamente na anterior algum gato matou-me, ou fui eu própria um gato que fiz das minhas e acabei com as sete vidas que dizem que têm de uma forma traumática ou então fui eu que matei um e toda uma legião de fãs voltou para me atazanar. “Deixa-te de mariquices Maria, tens medo queres ver?” Pegando pelo cenário de que Eu fechada num sítio com um gato é certo que não me vou abstrair que ele ali está, mesmo que longe dos meus olhos e isso se torna incomodativo para o meu bem-estar, admito. Tenho. Não chego ao ponto de não ir, não estar, só porque ali mora um gato, fora de questão, mas eu vou sempre lembrar que ali está um gato. Aliás tenho uma prima que tem um gato e eu adoro ir lá jantar, mas o pisco deve ter faro para este meu trauma que passa a vida a passar debaixo da mesa para se roçar nas minhas pernas. Sim já quase me entalei a jantar. E fiz o filme de que ele estava a fazer de propósito. Um dia fui dormir a casa de umas amigas. Têm uma gata linda e sim eu já era da casa, já lá tinha ficado algumas vezes e já tinha ultrapassado a barreira de lhe fazer uns mimos. Na boa. Mas respeitinho é bonito. Eu aqui, ela lá. Nessa noite acordei com um peso nas pernas, olhei para ver o que era, era a gata vidrada a olhar para mim numa de vou-te saltar. Quase não tive tempo para acordar a minha amiga e ela saltou-me. Nesse instante acordei a casa. E acho que quem se assustou foi a gata que fugiu dali. Nunca vou esquecer. Mas vim aqui para contar o sonho desta noite, melhor pesadelo, não só não dormi nada, como o pouco que dormi é como se não tivesse acontecido. Estava a caminho de casa ontem á noite e à minha frente ia um gato. Saltou para o muro e olhava para mim, à medida que me ia aproximando ele escapava mais uns metros à frente. Saltou para umas grades e parou a olhar para mim. Fugiu para uma esquina mais à frente e espreitava para me ver. Nesta altura já quase fazia o filme na minha cabeça daquele gato com um sorriso maquiavélico. Depois fugiu para debaixo do meu carro à porta de casa ficando a olhar atrás de uma das rodas. Não gostei da sensação. Mas lá passei para casa com o meu cão a armar um banzé porque micou o gato. Depois de entrar em casa esqueci até que adormeci. Nos entretanto em pleno “sonho”, estava eu no consultório de um médico de uma novela. O homem adorava gatos. Havia gatos por todo o lado. Demasiados. E mal lá entrei a coisa começou a corre mal. Ao pescoço levava um porta-chaves o qual devia ter um sentido tipo whiskas saquetas que os gatos começaram a aproximar-se. Às tantas médico nem vê-lo e eu só via gatos e mais gatos até que eles começam a saltar-me. A coisa correu tão mal que eu estatelei-me no chão e para eles aquilo foi tarefa básica. Atacaram-me com aquelas unhacas e mordiam-me como se não houvesse amanhã (acho mesmo que quando acordei ainda sentia as dentadas no meu corpo). E voilá acordei, meia sem ar e com o corpo a transbordar rios.

Foi aquele gato que me seguiu até casa que despertou tudo aquilo em mim. Foi ele o causador deste pesadelo, desta cara de zombie que trago. Esse mesmo que nestes ultimos tempos dança o tango em cima do capôt do meu carro (btw déjà vu) aos olhos do meu Rex. Tarde da noite para acordar toda a vizinhança. Estou quase no limite de deixar o Rex avançar sobre ele, mas depois o gato empina-se todo faz “fuuu” e o meu Rex mete o rabinho entre as pernas e dá de frosques à retaguarda. Mereço?

24
Abr14

Da inspiração...

Maria

está fresco, está cinzento.chove.pegas na manta que sempre te refugia dos arrepios. eles não vão.aquilo vem de dentro.aconchegaste mais um pouco até sentires no teu rosto a quentura que a manta te trás.e começas a sentir que está frio mas mais fria estás tu.fria de ti,dos outros,de tudo.fria do mundo,dos sentimentos,do que te invade.continua escuro e mais escura tu pareces.lá fora chove mas é cá dentro que mais sentes os pingos da chuva.tens uma vontade tremenda de ver, de sentir de querer o que já não é teu.nem pensas que há guarda-chuvas que te protegiam disso.queres lá saber agora.a vontade de querer é maior.a vontade do teu coração é mais forte.a vontade do amor não foi embora e embala-te entre suores e medos.tens tanto medo.e até de falar tens medo, mas não estás a conseguir lidar com eles sozinha.sozinha estás tu, nesse mundo incompreendido de medos e angustias.não deixas de ser forte por pedir a mão.deixas de o ser em cada palavra que sufocas e que guardas com espinhos que te magoam a cada segundo.nem assim deixas de querer.na mesma proporção que não deixas de ter medo.muito medo.continua frio.cada vez mais frio.

[ ♥ ]

11
Abr14

Um medo que tenha conseguido ultrapassar.

Maria

Faz hoje um ano que o Sapo inspirou-me a revelar um medo que tenha conseguido ultrapassar. E eu falei.

Nós podemos achar-nos felizes com aquilo que temos, mesmo sabendo que há algo que nos podia fazer ainda mais. Eu acho que durante uns anos senti-me feliz como estava. Eu tinha emprego, ainda que seja o que seja. Eu tinha uma família que amo que tem os seus problemas mas que é uma família. Eu tinha amigos que podem ser chamados disso, amigos. Eu fazia dentro dos meus possíveis o que eu queria. Eu tinha o meu espaço. Tinha as minhas coisas. Tinha o meu sorriso. Não tinha um amor, não tinha um companheiro, não tinha uma relação. Não era isso que me fazia infeliz, mas fazia falta umas vezes mais que outras.

Durante anos o meu grande medo foi amar. Dar de mim. Abraçar isso a que chamam amor.

Há alguns anos atrás um amor foi também um grande desgosto de amor. E há idades que tudo nos marca. Que um pequeno problema passa a grande obstáculo. E isso abriu feridas que demorei anos a fechar. Abriu medos que ainda constam ainda que mais arrumados. Desde esse grande amor abrir-me a alguém ficou fora de questão e o amo-te deixou de existir no meu vocabulário. Fiquei mais fria mais distante das relações. Fechei-me. Mesmo a amigos, confiar em alguém deixou de ser a mesma coisa. Não quis saber de relações, e chamar alguém de namorado nem em sonhos. Assumir o que quer que fosse também não. E o admitir que podia haver ali qualquer coisa era para malucos. E não foi assim tão pouco tempo, aliás agora que relembro esse tempo parece-me demasiado para uma vida, mas foi o necessário. E agora também não acho que tenha sido um amor assim tão grande, mas foi talvez a primeira desilusão com alguém. Eu não sou fácil de sentimentos. Aprendi a amar-me depois disso, tanto que, cá dentro admito que pensei que ninguém era capaz de me amar como eu logo ninguém me merecia nem eu merecia esse alguém. E foi um medo que durante todos esses anos me fez passar por períodos difíceis, tristes, sozinhos e sem conteúdo amoroso. Não vou dizer que nesse período não me envolvi com ninguém, mentiria, mas nada com importância. Ninguém que me conseguisse dar a mão em público, ninguém que conseguisse entrar no meu Mundo e nos meus como minha relação. Ninguém que eu admitisse o que quer que fosse. Ninguém que me conseguisse roubar um amo-te, impensável. Na verdade não amei, não me deixei ir, nunca. Até ao dia. Até ao dia que achei crucial baixar os braços que faziam uma barreira entre mim e o mais além. Em que decidi que se calhar estava na hora de tentar respirar fundo e ultrapassar esse medo. Em que decidi que este iceberg podia derreter e mostrar que lá dentro não é só gelo. Até ao dia que tentei aprender que o passado é passado e o presente é para se viver. Até ao dia em que decidi não desconfiar tanto de quem se mantem a nosso lado e que isso pode ser uma oportunidade de ser mais feliz. E foi a partir desse dia que ainda com as pernas a tremer e o coração a bater a 300 que decidi dar-me uma oportunidade a ir além do medo. Ir além do medo que eu tinha de amar. Hoje sei que fiz a melhor opção, que sou ainda mais feliz que o que era e que tenho alguém a meu lado que me preenche, aquele bocadinho que sempre fez falta mas que nem sempre lhe dei atenção. E agradeço também a quem está a meu lado porque foi a ajuda que precisei. É por ser a pessoa espectacular que é comigo que me ajudou a perder um dos meus grandes medos.

 

Não é preciso dizer nada, pois não?!

12
Mar14

Desaparecer do ar

Maria

O voo MH370 da Malaysia Airlines continua desaparecido. Há cinco dias que o avião desapareceu sem deixar rasto. No dia 7 de Março o avião que saiu de Kuala Lumpur (Malásia) com destino a Pequim (China), um Boeing 777 com 239 pessoas a bordo, puff desapareceu, assim de repente como se nunca tivesse existido. Nos dias de hoje, num mundo tão avançado, como é possível? Assim sem nenhum sinal, sem nenhum alerta, sem nenhum pedido de ajuda, sem nenhum radar o detectar, sem qualquer meio de socorro o conseguir encontrar. Num mundo tão avançado, onde tens um Google earth que quase em tempo real te consegue mostrar que carro está estacionado à porta de tua casa, ou quem está a passar na rua x, ou o raio do homem que se lembrou de parar na estrada para fazer as suas necessidades, mas… Um avião desaparece sem deixar rasto. Como pode? Isto dá-me urticária, só de pensar que já quando pomos um pé dentro de um avião seja o que Deus quiser, saber que, podemos para um sempre desaparecer tipo magia é qualquer coisa que me assusta ainda mais.

E parte de alguns telemóveis de passageiros ainda chamarem? Nem quero imaginar a situação dos familiares...

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