A simpatia pode ser a tua maior arma. A falta dela, a pior.
Mas há alguém que goste de pessoas que não conjuguem a palavra simpatia? Acredito que só mesmo aqueles que também não o são e se assemelham.
Eu não gosto. E tento lidar o menos possível com pessoas que não o sejam. Se as poder riscar na minha vida para todo o sempre assim será. Sejam conhecidos, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, pessoas cujo profissionalmente nos cruzamos, ou dono de lojas, e afins que eu visite.
O ser simpático, faz-me olhar novamente. O não ser tira-me a vontade.
Isto para contar o que me aconteceu um dia destes. Éramos quatro em busca de vestidos de cerimónia. E é aqui que a discrepância entre o ser simpático e o não ter simpatia nenhuma altera todo o caminho a seguir.
Entramos numa loja, cujo atendimento foi maravilhoso. Sempre nos deixaram à vontade, escolher à vontade. Ver à vontade. Experimentar se assim o quiséssemos. Tirar fotografias até, nos disse a dona da loja que fomos. Sempre com um sorriso. Sempre simpática. É sem dúvida uma loja a voltar ou a aconselhar.
Entramos noutra loja. Para lá da montra era todo um outro mundo. Caras sisudas. E algumas pessoas à espera. E nós lá esperamos também sem que aparentemente tivessem notado que cinco pessoas tinham entrado na loja.. Passado cerca de quinze/vinte minutos de ninguém nos dizer nada, uma de nós viu uns vestidos num expositor e começou a aproximar-se para ver. Até que, surgiu, primeiro vindo sei lá bem de onde uma voz, tom alto, antipático e rude: "não mexa, não é para mexer, é esperar pela "Catarina" que ela é que vai amostrar o que quiserem ver".
Olhamos umas para as outras impávidas com a arrogância de um senhor que depois reparamos estava lá encostado a um canto (tipo a assobiar pro ar e a coça-los enquanto mandava uns bitaites debaixo de uma bata branca) que provavelmente seria o dono, e sem sequer falarmos, decidimos todas sair sem querer ver o que quer que seja.
Não percebi o porquê de não nos ter dito nem bom dia nem boa tarde quando chegamos e só nos falou assim que demos um passo para tentar fazer o que fomos ali a fazer - ver vestidos de cerimónia.
Escusado será dizer que perdeu a oportunidade de vender quatro vestidos e que ganhou também a nossa antipatia. De modo algum será aquela loja uma hipótese a voltar a visitar.
Gente triste. E vazia.
(ainda ouvimos a menina que devia ser a tal "Catarina" a dizer para umas senhoras - "fui ali rápido ao dentista e ele nem me deu tempo de isto desinchar")