Do sermos Amor!
Anteriormente partilhei este post e não pude deixar de me lembrar dele ontem.
Também partilhei algures que escrevi este post num banco de um jardim de um lar enquanto esperava para fazer a visita marcada a um familiar.
"Há um tempo na busca incansável por coisas que nos dão prazer mas não nos ensinam a amar.
Não nos acrescentam enquanto pessoas e ser humano que se permita ser ensinado a amar. A ele mesmo. E ao próximo.
É preciso admitir que criamos capas quando as criámos.
Que somos mais que muros, quando o somos.
Que somos sensíveis mesmo com sangue quente e pimenta no nariz quando somos exactamente isso.
Ela é pouco de coisas. É mais de palavras. Não é materialista.
Ela é a que busca constantemente abraços sorrisos e amor para ser mais e melhor.
No que [realmente] vale a pena. ❤"
Ontem voltei lá para mais uma visita. E voltei a sentir aquele murro no estômago. Sinto sempre. E acho sempre que mais deveriam ir para sentir o que ali se sente. Não pelo murro no estômago, mas para termos uma visão ainda que ténue do que ali se passa. Sem pôr em causa como são tratados por quem ali cuida deles.
Muito tristemente de todas as visitas que faço tiro sempre a mesma conclusão nunca vejo visitas de pessoal novo e isso deixa-me triste. Ainda ontem que lá passei boa parte da tarde, não vi um único jovem, adulto da minha idade mais ou menos a lá entrar. E com certeza de tanta gente que lá está terão familiares novos... mas... isso deixa ter um pouco de noção de que o mundo amanhã será ainda mais triste. Pobre em humanidade. Eles não querem ir, os pais não lhes dizem para ir, não se vai. E depois aquilo é só velhos vão lá fazer o quê?! Pode calhar de nunca ter encontrado mas não me parece que as pessoas gostem de ir visitar lares. E às vezes não é só por termos familiares amigos ou conhecidos. Mas há idosos que estão para lá e atenção falo até de um lar privado que não é qualquer um que tem possibilidades de ali estar... mas vejo sempre muita solidão. Ouço histórias. Vejo falta de atenção. E não tem como sair de lá cuticado.
[quadro que estava numa das salas do lar]
As pessoas perdem tempo com frustrações de caca a destilar ódio e podiam canalizar essas energias para fazer o bem e ser empáticos, com certeza cresciam muito mais como pessoas.
Nós, amanhã, seremos os velhos mais tristes de toda a história, porque cada vez mais o idoso é descartado porque não temos tempo. Porque são chatos. Porque repetem sempre a mesma coisa. Porque ninguém está para aguentar aquela boca aberta e aquele olhar no vazio. Temos mais que fazer.