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SorrisoIncógnito

Todo o sorriso é apaixonante devido ao incógnito que o ofusca! SORRIR_um estado de espírito...

24
Mai24

A incompetência dos serviços públicos que temos

Maria

Se há coisa que me tira do sério, que me corrói por dentro , que me dá taquicardia só de conter a minha indignação, é ter que lidar com serviços públicos onde há pessoas que muito sinceramente não consigo perceber como ali estão. Aquilo não pode ser tacho. Até um tacho merece melhor prestação.

Um dia destes precisei de tratar uns assuntos na segurança social. ONde perdi uma manhã de trabalho a tentar resolver o assunto ao qual a senhora que me atende diz que "olhe leve estes papeis preencha e entregue". Respondi que já ali tinha os ditos papeis preenchidos porque adiantei-me e tirei-os da internet, a minha dúvida era se estavam bem preenchidos e se estava em falta alguma coisa. Não sei a quem os papeis pareciam mais fora do contexto se a mim se à dita senhora que ali trabalha. Deitou um "sabe nós agora aqui não podemos preencher nada" - literalmente não percebia nada deles - "mas vejo que preencheu tudo e tudo assinado está feito, é assim mesmo". Mas... questionei novamente e estão bem preenchidos, nada em falta? Passei aqui uma manhã a faltar ao trabalho estamos à volta disto há imenso tempo e não quero sair daqui e depois dizerem-me que está em falta um documento qualquer.

Não quero pôr todos no mesmo saco, mas perdoem-me, estar incompetentes deste género à frente dum serviço que já funciona da maneira que sabemos e depois percebe tanto daquilo como eu percebo de iogurtes de kiwi é desrespeitar qualquer contribuinte que desconta para pagar serviços de caca. Eu perdi meio dia de trabalho, perdi dinheiro, perdi outros assuntos porque atrasei-me ali e isto para quê? Para passado um mês receber uma resposta que está em falta um documento. Documento esse que nem devia ter feito os papeis que fiz sem antes arranjar este. Noutro serviço hoje que me abriram os olhos em relação a este assunto, contei-lhe o que se passou, digo "olhe mas foi assim que me informaram" ao que muito simpaticamente o senhor me respondeu "pois, infelizmente é o pais que temos".

Tanta gente a querer trabalhar e tanta gente empregada a não saber fazer um car@lh#!

Não suporto gente mal informada em sítios de informações. IMPORTANTES caraças. Assuntos importantes. Já sabemos como são as burocracias deste país, ainda temos que levar com pessoas que trabalham em sítios dessas burocracias que não sabem bem o que estão ali a fazer.

O que fiz foi iniciar um processo que agora corre prazos e que dentro de prazos não consigo fazer outro processo que tinha que fazer antes se me tivessem avisado.

PS.: a pessoa em causa não é estagiário ( que dava um desconto de puder não saber tudo) pelo contrário é da casa há muitos anos. E só consigo pensar em que ganham experiência em ser incompetentes.

Também têm histórias destas em serviços publicos (este ou outro) ou só acontece a mim?!

05
Mar24

Há 17 anos a contrariar o desemprego.

Maria

E principalmente enquanto mulher, o quão bom é conseguir isto.

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Às vezes acham só fácil quando digo que trabalho há tanto tempo na mesma empresa, como se tivesse tudo controlado e como se, isto fosse "peanuts". Como se fosse só a minha zona de fácil conforto. Acreditem, não é. Continua a ser como há dezassete anos atrás. Uns dia bons outros menos bons. Uns dias a gostar muito de cá estar outros a querer só ir embora e desistir. Dias com sentido de crescimento outros de muitas insónias e fadiga a atropelar as outras rotinas. E este é o sinal mais evidente de como me consegui manter aqui tantos anos após aqueles primeiros dias de incertezas, medos, lágrimas e onde pensei não aguentar uma semana. Às vezes encontramos forças em não desistir e em querer superar-nos todos os dias. E isto é um exemplo disso, de superar expectativas, de não ir pela primeira impressão, de calar e saber falar na hora certa, de resiliência e determinação. Porque ter trabalho é também muito isso. E dá trabalho.

Isto é família. A estrelinha da sorte, que também é preciso ter num trabalho de dezassete anos na mesma empresa, é esta de me sentir com pessoas casa. Que se preocupam. Que estão quando têm que estar. Que nos fazem sentir parte - eu já mobília, é certo. Que nos metem em posições de destaque por mérito próprio de acreditarem tanto quanto nós mesmos que isto, afinal, resulta. Que me fizeram ver que trabalhar só com homens foi o melhor que me aconteceu, que nunca me diminuíram por ser mulher e que nunca me facilitaram a vida pelo mesmo motivo. Isto é respeito. Igualdade.

Apesar dos dias não, que todos os têm, tenho a melhor equipa e o melhor ambiente, isto traduzido em euros não tem preço. E no final do dia, pelo bem da nossa saúde mental tudo tem que ter peso na balança.

Mas é com o passar dos anos que uma pessoa aprende, que o mundo do trabalho é um bocadinho diferente daquilo que achamos quando saímos da escola e que na realidade sabemos pouco ou nada.

Às vezes tenho saudades da menina que aqui chegou cheia de esperança no olhar e uma inocência própria dos vintes. Mas o trabalho molda-nos, faz-nos crescer, ganhámos calo de muitas situações e formamos a nossa personalidade a cada novo dia.

Isto tem dias que é de loucos, mas de loucos todos temos um pouco, certo?

Agora acreditem, isto não é conforto, é provar todos os dias que o merecemos.

E eu mereço. Venham mais!

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06
Mar23

Pensei não aguentar uma semana. Passaram dezasseis anos!

Maria

Fez ontem 16 anos que não pertenço aos "quadros" do desemprego... como costumo dizer já faço parte da mobília, esta é a minha segunda casa! E isto é uma típica relação normal. Altos e baixos. Quase desistências. E dias bons. Dias não. Luta dia após dia. Dias com menos fé e dias que só se olha para o futuro. Juntos.

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Fui literalmente deitada aos lobos. Assim mesmo sem ninguém ali com paninhos quentes para "aliviar as fores", para enxaguar tanta lágrima que deitei e acalmar os nervos que aquilo me deu.

Não foi um inicio nada fácil. Foi muita coisa nova, foi, com outra idade, muita responsabilidade e foi muito olhar para o lado e ninguém para ajudar. Foi um "desenrasca-te". E durante muito tempo foi basicamente isso desenrascar-me todos os dias, panicando muitas vezes com os nervos e o stress a tentar lidar com tudo e a tentar ser capaz. Falhei muitas vezes com certeza mas tentei sempre dar o meu melhor e ser melhor. Acho que consegui. Nunca pensei estar aqui no hoje. Mas se estou deve-se à minha luta, perseverança e coragem. Porque foram muitos dias a aguentar o barco em dias não. Mas depois há os dias bons e a equipa que entretanto se tornou a melhor equipa e ambiente de trabalho na maior parte dos dias.

Afirmo novamente:

Atentem numa coisa, isto é um abre olhos para aqueles que começam num trabalho novo e é difícil, às vezes as coisas depois descomplicam um pouco. Às vezes vale a pena não ir pelo caminho mais fácil - desistir. 

É uma empresa de loucos, digo-o tantas vezes. Mas isto é família.

E eu continuo a agradecer por nos dias que correm, nestas crises que fui ultrapassando, ter trabalho. Agradeço as oportunidades que me vão sendo dadas. Continuo a resmungar todos os dias para sair da cama pela manhã, queixo-me pela cabeça massacrada com que chego muitas vezes ao fim do dia, bato o pé pelas vezes que ganho um cabelo branco por aturar gente que me tira do sério, dias há em que me revolto por ter tanta coisa nos meus ombros que às vezes me tira o sono, às vezes mando o boss (ou outros) abaixo de Braga (psicologicamente ou baixinho é certo) mas caramba, se ficasse em casa, se não tivesse trabalho, se fizesse parte da enorme lista de desempregados do país, aí sim o atrofio seria muito maior.

Um dia destes ouvi o Pedro Ribeiro (que admiro e ouço todas as manhãs) da Comercial dizer que o trabalho é importante mas enquanto director sempre tenta passar às equipas que o mais importante da vida deles tem que estar para fora da porta da rádio e que é preciso que as coisas corram bem lá dentro mas que cá fora a vida tem que ser ainda mais importante e têm que zelar por ela. E senti aquelas palavras, senti que estou no sitio certo porque aqui passa-se exactamente a mesma coisa. Trabalho com pessoas que se preocupam, que me tratam como família, que assim que digo que preciso sair dizem vai. Que são compreensíveis. Que me trazem pela manhã croissants, donuts e bolos. Que se estou mal é em casa que devo estar e nem preciso de papeis a justificar. Que levam a sério isto das relações e são humanos. Percebem o que eu digo?

E é isto. Pensei não aguentar uma semana. Passaram dezasseis anos!

É um exemplo de superar expectativas. De não desistir. De não ir pela primeira impressão. De saber que o ceder tem que partir de ambas as partes. De superação.  É realmente, um abre olhos.

Às vezes tenho saudades da menina que aqui chegou cheia de esperança no olhar e uma inocência própria dos vintes. Mas o trabalho molda-nos, faz-nos crescer, ganhámos calo de muitas situações e formamos a nossa personalidade a cada novo dia.

Venham mais!

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▪Texto em destaque na página do @SAPO

05
Mar22

Do não aguentar a 15 anos foi um "instantinho"

Maria

Um "instantinho" como quem diz que isto passou quase a correr e até custa acreditar que já ali estou há 15 anos!

Sim, hoje agradeço não pertencer aos "quadros" do desemprego há 15 anos... como costumo dizer já faço parte da mobília! E isto é uma típica relação normal. Altos e baixos. Quase desistências. E dias bons. Dias não. Luta dia após dia. Dias com menos fé e dias que só se olha para o futuro. Juntos.

IMG_20210305_105643_748.jpg

 

Continuo a dizer que não me acreditava neste dia se mo tivessem dito lá no início. Mesmo após as primeiras semanas. Que foram bem difíceis e onde fui, literalmente deitada aos lobos. Assim mesmo sem ninguém ali com paninhos quentes para "aliviar as fores", para enxaguar tanta lágrima que deitei e acalmar os nervos que aquilo me deu. Foi ali que comecei a ganhar cabelos brancos. Acreditem. Não foi nada fácil. Não é. Por muito que eu faça parte da mobília e isto seja já muito "Eu" há dias não, que apetece descer as escadas e fechar a porta, não sem antes entregar a chave. Mas depois tenho a melhor equipa e ambiente de trabalho na maior parte dos dias.

Afirmo novamente:

Atentem numa coisa, isto é um abre olhos para aqueles que começam num trabalho novo e é difícil, às vezes as coisas depois descomplicam um pouco. Às vezes vale a pena não ir pelo caminho mais fácil - desistir. 

Continuo a lembrar-me como se fosse hoje a primeira vez que pisei aquela empresa. No alto das minhas incertezas do que queria para o futuro. Lembro-me tanto das primeiras peripécias. Lembro-me de cá chegar e chorar a dizer que não aguentava uma semana. Uma semana que passei quase sempre a panicar com os nervos, o stress e as peripécias. Quem diria. Aqui estou Eu!

Continuo a ter mil e duas peripécias para contar desta empresa que já me trouxe tanta coisa boa e algumas menos boas, o que é perfeitamente natural. Quem me segue há mais tempo conhece bem algumas peripécias que vos conto porque na sua maioria são mesmo de arrancar risadas.  Isto realmente, tem dias que é de loucos.

Já chorei, mas já dei tanta risada boa, tanto com os funcionários, como com o boss, com os clientes (esta foi óptima), com os fornecedores ou mesmo com outros indivíduos que me aparecem à frente. Estou mais que atrofiada é certo. Fazer o quê?!

Mas isto é família.

E eu continuo a agradecer por nos dias que correm, nestas crises que fui ultrapassando, ter trabalho. Estes dois anos de pandemia não foi diferente e fui uma privilegiada por ter tanto trabalho, mesmo tendo sido dois anos bastante difíceis a nível psicológico. Continuo a agradecer as oportunidades que me vão sendo dadas. Continuo a resmungar todos os dias para sair da cama pela manhã, queixo-me pela cabeça massacrada com que chego muitas vezes ao fim do dia, bato o pé pelas vezes que ganho um cabelo branco por aturar gente que me tira do sério, dias há em que me revolto por ter tanta coisa nos meus ombros que às vezes me tira o sono, às vezes mando o boss (ou outros) abaixo de Braga (psicologicamente ou baixinho é certo) mas caramba, se ficasse em casa, se não tivesse trabalho, se fizesse parte da enorme lista de desempregados do país, aí sim o atrofio seria muito maior.

São 15 anos de trabalho na mesma empresa. Como isto passa tão rápido, tão rápido mesmo, como isto é tão importante! Mas a empresa também está de Parabéns por me ter porque sempre tento ser uma funcionária exemplar. Sei que me tratam como parte importante, como sendo da família e sei que sou mimada também, porque me respeitam e sabem o quanto dou de mim a esta empresa - e aqueles croissants ou donnuts que muitas vezes me trazem pela manhã são um exemplo.

Mas é isto. Pensei não aguentar uma semana. Passaram quinze anos!

É um exemplo de superar expectativas. De não desistir. De não ir pela primeira impressão. De superação.  É realmente, um abre olhos.

Às vezes tenho saudades da menina que aqui chegou cheia de esperança no olhar e uma inocência própria dos vintes. Mas o trabalho molda-nos, faz-nos crescer, ganhámos calo de muitas situações e formamos a nossa personalidade a cada novo dia.

Venham mais!

 

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05
Mar21

Pensei não aguentar uma semana. Passaram catorze anos!

Maria

Sim, hoje agradeço não pertencer aos "quadros" do desemprego há 14 anos... como costumo dizer já faço parte da mobília! E isto é uma típica relação normal. Altos e baixos. Quase desistências. E dias muito bons. Luta dia após dia. Dias com menos fé e dias que só se olha para o futuro. Juntos.

IMG_20210305_105643_748.jpg

 

Continuo a dizer que não me acreditava neste dia se mo tivessem dito lá no início. Mesmo após as primeiras semanas. Que foram bem difíceis e onde fui, literalmente deitada aos lobos. Assim mesmo sem ninguém ali com paninhos para enxaguar tanta lágrima que deitei e acalmar os nervos que aquilo me deu. Foi ali que comecei a ganhar cabelos brancos. Acreditem. Não foi nada fácil. Não é. Por muito que eu faça parte da mobília e isto seja já muito "Eu" há dias não. Mas depois tenho a melhor equipa e ambiente de trabalho.

Afirmo novamente:

Atentem numa coisa, isto é um abre olhos para aqueles que começam num trabalho novo e é difícil, às vezes as coisas depois descomplicam um pouco. Às vezes vale a pena não ir pelo caminho mais fácil - desistir. 

Continuo a lembrar-me como se fosse hoje a primeira vez que pisei esta empresa. Lembro-me tanto das primeiras peripécias. Lembro-me de cá chegar e chorar a dizer que não aguentava uma semana. Uma semana que passei quase sempre a panicar com os nervos, o stress e as peripécias. Quem diria. Aqui estou Eu!

Continuo a ter mil e duas peripécias para contar desta empresa que já me trouxe tanta coisa boa e algumas menos boas, o que é perfeitamente natural. Quem me segue há mais tempo conhece bem algumas peripécias que vos conto porque na sua maioria são mesmo de arrancar risadas.  Isto realmente, tem dias que é de loucos.

Já chorei, mas já dei tanta risada boa, tanto com os funcionários, como com o boss, com os clientes (esta foi óptima), com os fornecedores ou mesmo com outros indivíduos que me aparecem à frente. Estou mais que atrofiada é certo. Fazer o quê?!

Mas isto é família.

E eu continuo a agradecer por nos dias que correm, nestas crises que fui ultrapassando, ter trabalho. Este ano de pandemia não foi diferente e fui uma privilegiada. Continuo a agradecer as oportunidades que me vão sendo dadas. Continuo a resmungar todos os dias para sair da cama pela manhã, queixo-me pela cabeça massacrada com que chego muitas vezes ao fim do dia, bato o pé pelas vezes que ganho um cabelo branco por aturar gente que me tira do sério, dias há em que me revolto por ter tanta coisa nos meus ombros que às vezes me tira o sono, mas caramba, se ficasse em casa, se não tivesse trabalho, se fizesse parte da enorme lista de desempregados do país, aí sim o atrofio seria muito maior.

São 14 anos de trabalho na mesma empresa. Como isto passa tão rápido, tão rápido mesmo, como isto é tão importante! Mas a empresa também está de Parabéns por me ter porque sempre tento ser uma funcionária exemplar. Sei que me tratam como parte importante, como sendo da família e sei que sou mimada também, porque me respeitam e sabem o quanto dou de mim a esta empresa - e aqueles croissants ou donnuts que muitas vezes me trazem pela manhã são um exemplo. Hoje fui eu que trouxe!

Pensei não aguentar uma semana. Passaram catorze anos!

É um exemplo de superar expectativas. De não desistir. De não ir pela primeira impressão. De superação.  É realmente, um abre olhos.

Hoje é mais um dia cá. Para a semana oxalá também.

 

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05
Mar20

Esta empresa hoje está de Parabéns!

Há 13 anos a ter-me como funcionária...

Maria

Work

 

Sim, basicamente hoje falo do lado oposto. Normalmente começaria por comemorar os 13 anos sem pertencer aos "quadros" do desemprego... mas hoje falo da sorte que esta empresa tem, em me manter cá há treze anos (ahah). E isto é uma típica relação normal. Altos e baixos. Quase desistências. E dias muito bons. Luta dia após dia. Dias com menos fé e dias que só se olha para o futuro. Juntos.

Continuo a dizer que não me acreditava neste dia se mo tivessem dito lá no início. Mesmo após as primeiras semanas. Que foram bem difíceis e onde fui, literalmente deitada aos lobos. Assim mesmo sem ninguém ali com paninhos para enxaguar tanta lágrima que deitei e acalmar os nervos que aquilo me deu. Foi ali que comecei a ganhar cabelos brancos. Acreditem. Não foi nada fácil. Não é. Por muito que eu faça parte da mobília e isto seja já muito "Eu" há dias não.

Afirmo novamente:

Atentem numa coisa, isto é um abre olhos para aqueles que começam num trabalho novo e é difícil, às vezes as coisas depois descomplicam um pouco. Às vezes vale a pena não ir pelo caminho mais fácil - desistir. 

Continuo a lembrar-me como se fosse hoje a primeira vez que pisei esta empresa. Lembro-me tanto das primeiras peripécias. Lembro-me de cá chegar e chorar a dizer que não aguentava uma semana. Uma semana que passei quase sempre a panicar com os nervos, o stress e as peripécias. Quem diria. Aqui estou Eu!

Continuo a ter mil e duas peripécias para contar desta empresa que já me trouxe tanta coisa boa e algumas menos boas, o que é perfeitamente natural. Quem me segue há mais tempo conhece bem algumas peripécias que vos conto porque na sua maioria são mesmo de arrancar risadas.  Isto realmente, tem dias que é de loucos.

Já chorei, mas já dei tanta risada boa, tanto com os funcionários, como com o boss, com os clientes (esta foi óptima), com os fornecedores ou mesmo com outros indivíduos que me aparecem à frente. Estou mais que atrofiada é certo. Fazer o quê?!

Mas isto é família.

E eu continuo a agradecer por nos dias que correm, nestas crises que fui ultrapassando, ter trabalho. Continuo a agradecer as oportunidades que me vão sendo dadas. Continuo a resmungar todos os dias para sair da cama pela manhã, queixo-me pela cabeça massacrada com que chego muitas vezes ao fim do dia, bato o pé pelas vezes que ganho um cabelo branco por aturar gente que me tira do sério, dias há em que me revolto por ter tanta coisa nos meus ombros que às vezes me tira o sono, mas caramba, se ficasse em casa, se não tivesse trabalho, se fizesse parte da enorme lista de desempregados do país, aí sim o atrofio seria muito maior.

São 13 anos de trabalho na mesma empresa. Como isto passa tão rápido, tão rápido mesmo, como isto é tão importante! Mas a empresa também está de Parabéns por me ter porque sempre tento ser uma funcionária exemplar. Sei que me tratam como parte importante, como sendo da família e sei que sou mimada também, porque me respeitam e sabem o quanto dou de mim a esta empresa - e aqueles croissants que me trazem pela manhã são um exemplo.

Pensei não aguentar uma semana. Passaram treze anos!

É um exemplo de superar expectativas. De não desistir. De não ir pela primeira impressão. De superação.  É realmente, um abre olhos.

Hoje é mais um dia cá. Amanhã também.

08
Ago19

Como aguentar 12 anos numa empresa?

Maria

Muitas vezes fazem-me essa pergunta quando  se fala da minha empresa. Tantos anos na mesma empresa não é fácil. E acredito que, visto de fora, algumas sejam as dúvidas e as suposições. 

Já aqui falei. E tenho sempre o prazer de o dizer. O que me faz ficar cá tanto tempo são as pessoas. E num emprego, num trabalho diário, numa casa onde passas tanto tempo como na tua, ou mais (pelo menos acordada) são as pessoas que te fazem o ser e o querer estar. Quando pensam que é o dinheiro que move. Não, não é. São "bolos" diferentes. É importante. Mas para o nosso bem estar não é só o dinheiro que conta...

Percebam porquê.

Faleceu ontem o "Manuel". Que sempre apelidei carinhosamente de "meu Manelzinho" aqui na empresa. Quando cá cheguei, ele já cá estava. E foi sempre um querido comigo. Um amigo mais velho trinta anos. Que me aconselhou. Me deu dicas. Que muito desabafou. Que amava a família e babava pelas filhas... 

Trabalhamos juntos cerca de três, quatro anos não sei precisar e acabou por sair. Por seguir outro caminho.

Ás vezes ali aparecia ele no meio da produção a levantar a mão. Vinha cá ver como estávamos, dar um Oi. Contar que estava bem. Do que andava a fazer. Sempre que passava por ele na rua, aquele sorriso e aquele levantar a mão era certo.

Aqui na empresa não somos muitos. Somos família. Desde o início. Fui recebida assim há mais de doze anos. E continua-se a receber assim quem vem por bem.

O "Manelzinho" já cá não trabalhava há alguns anos. Mas foi da família. E ficou.

Hoje a empresa encerra para nos irmos despedir dele pela ultima vez. Todos. 

Mesmo que já não trabalhasse cá na empresa. Foi família. Esta empresa é isto.

Até sempre "Manelzinho"! <3

18
Jul19

Dia de mimar os colegas de trabalho

Maria

A Rádio Comercial diz que hoje é dia de mimar os colegas de trabalho.

Nem de propósito. Quem me segue nas redes sociais sabe que sou mimada muitas vezes no trabalho por croissants frescos e fofos logo pela manhã, mesmo dizendo que estou a tentar fazer "dieta". Nem de propósito, hoje trouxeram-me, não um, mas dois maravilhosos e fofos

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donuts!

Um café sem açucar tão pequeno e os donnuts tão grandes!

Fazer o quê?

Eu não me queixo dos meus colegas de trabalho por boicotarem a minha dieta e vocês?

05
Mar19

Doze anos sem pertencer aos "quadros" do desemprego...

Maria

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Se alguém me dissesse lá nos inícios, que este dia ia chegar, eu não acreditaria.

Não foi fácil e nem o é. Por mais que já seja rotina, que já lá tenha tanto "Eu". Continua a haver dias nada fáceis.

Atentem numa coisa, isto é um abre olhos para aqueles que começam num trabalho novo e é difícil, às vezes as coisas depois descomplicam um pouco. 

Continuo a lembrar-me como se fosse hoje a primeira vez que pisei aquela empresa. Consigo lembrar-me de logo no primeiro dia ter a noção de como aquilo seria passageiro, não passaria de um novo emprego que tinha aparecido por acaso mas que não era lugar para eu aguentar ficar.

Lembro-me tanto das primeiras peripécias. Lembro-me de cá chegar e chorar a dizer que não aguentava uma semana. Uma semana que passei quase sempre a chorar com os nervos, o stress e as peripécias. Quem diria. Estou lá há doze anos!

Lembro-me de poucos dias depois de lá ter começado a trabalhar o encarregado me dizer "em três tempos se não fores embora, ou tens uma panca como nós ou vais ficar com uma", hoje acredito que já tinha mas cada vez a panca dá sinais de piorar. Efeitos colaterais. Nada a fazer. O encarregado já foi embora mas agora afirmo, foi das coisas mais acertadas que me disse.

Lembro-me de não ter achado nada piada a só haver homens na empresa, não tinha ninguém com quem dar dois dedos de conversa feminina. E vinha de uma empresa equilibrada em géneros. Mas com o tempo percebi que foi a melhor coisa que me podia ter acontecido, uma pena não haver um achado no meio deles que me despertasse a alma, mas não. Ligações unicamente profissionais nestes doze anos. 

Tenho mil e duas peripécias sempre para contar desta empresa que já me trouxe tanta coisa boa e algumas menos boas, o que é perfeitamente natural. Quem me segue há mais tempo conhece bem algumas peripécias que vos conto porque na sua maioria são mesmo de arrancar risadas. 

São doze anos e isto realmente, tem dias que é de loucos.

Já chorei, mas já dei tanta risada boa, tanto com os funcionários, como com o boss, com os clientes (esta foi óptima), com os fornecedores ou mesmo com outros indivíduos que me aparecem à frente. Estou mais que atrofiada é certo. Fazer o quê?!

Continuo a agradecer por nos dias que correm, nesta crise que parece que ganhou raízes, ter trabalho. Continuo a agradecer as oportunidades que me vão sendo dadas. Continuo a resmungar todos os dias para sair da cama pela manhã, queixo-me pela cabeça massacrada com que chego muitas vezes ao fim do dia, bato o pé pelas vezes que ganho um cabelo branco por aturar gente que me tira do sério, dias há em que me revolto por ter tanta coisa nos meus ombros que às vezes me tira o sono, mas caramba, se ficasse em casa, se não tivesse trabalho, se fizesse parte da enorme lista de desempregados do país, aí sim o atrofio seria muito maior.

Como eu agradeço por ter trabalho. Dia após dia. Do muito que vem um dia ou outro que me apetece queixar... e ao ver tanta coisa ao meu redor não tenho de quê... as coisas vão-se ajeitando. Por mais que tenha dias na corda-bamba.

São doze anos de trabalho na mesma empresa. Como isto passa tão rápido, tão rápido mesmo, como isto é tão importante! Como me lembro tantas e tantas vezes disto quando pela manhã a caminho do trabalho venho a querer resmungar por ter precisado de uma grua para me tirar da cama. Mas... ainda bem. Continuo a chegar lá e a ter orgulho de ver que "aquilo" também já tem muito de mim.

Pensei não aguentar uma semana. Passaram doze anos!

É um exemplo de superar expectativas. De não desistir. De não ir pela primeira impressão. De superação.  É realmente, um abre olhos.

Amanhã lá estaremos.

05
Mar18

Onze anos sem pertencer aos "quadros" do desemprego...

Maria

Continuo a lembrar-me como se fosse hoje a primeira vez que pisei esta empresa. Consigo lembrar-me de cada rosto que vi, só homens, que ainda hoje são colegas de trabalho, outros que já não. Consigo lembrar-me de logo no primeiro dia ter a noção de como aquilo seria passageiro, não passaria de um novo emprego que tinha aparecido por acaso mas que não era lugar para eu aguentar ficar.

Lembro-me tanto das primeiras peripécias. Lembro-me de cá chegar e chorar a dizer que não aguentava uma semana (um abre olhos para aqueles que começam num trabalho novo e é difícil, as vezes as coisas depois descomplicam um pouco).

Lembro-me de poucos dias depois de cá ter começado a trabalhar o encarregado me dizer "em três tempos se não fores embora, ou tens uma panca como nós ou vais ficar com uma", hoje acredito que já tinha mas cada vez a panca dá sinais de piorar. Efeitos colaterais. Nada a fazer. O encarregado foi à pouco embora mas continuo a achar, que foi das coisas mais acertadas que me disse.

Lembro-me de não ter achado nada piada a só haver homens na empresa, não tinha ninguém com quem dar dois dedos de conversa feminina. E vinha de uma empresa equilibrada em géneros. Mas com o tempo percebi que foi a melhor coisa que me podia ter acontecido, uma pena não haver um achado no meio deles que me despertasse a alma, mas não. Ligações unicamente profissionais nestes onze anos. 

Tenho mil e duas peripécias sempre para contar desta empresa que já me trouxe tanta coisa boa e algumas menos boas, o que é perfeitamente natural. Quem me segue há mais tempo conhece bem algumas peripécias que vos conto porque na sua maioria são mesmo de arrancar risadas. 

São onze anos e isto realmente é de loucos.

Já chorei, mas já dei tanta risada boa, tanto com os funcionários, como com o boss, com os clientes (esta foi óptima), com os fornecedores ou mesmo com outros indivíduos (que não se esquecem) que me aparecem à frente. Estou mais que atrofiada é certo. Fazer o quê?!

Continuo a agradecer por nos dias que correm, nesta crise que parece que ganhou raízes, ter trabalho. Continuo a agradecer as oportunidades que me vão sendo dadas. Continuo a resmungar todos os dias para sair da cama pela manhã, queixo-me pela cabeça massacrada com que chego muitas vezes ao fim do dia, bato o pé pelas vezes que ganho um cabelo branco por aturar gente que me tira do sério, dias há em que me revolto por ter tanta coisa nos meus ombros que às vezes me tira o sono, mas caramba, se ficasse em casa, se não tivesse trabalho, se fizesse parte da enorme lista de desempregados do país, aí sim o atrofio seria muito maior.

Como eu agradeço por ter trabalho. Dia após dia. Mas a aguentar onze anos, acho que no mínimo já tenho direito a um busto em minha homenagem à entrada das nossas instalações. Já faço parte da mobília. Já é uma rotina enraizada. Já somos família. Já me tratam como tal. Do muito que vem um dia ou outro que me apetece queixar... e ao ver tanta coisa ao meu redor não tenho de quê... as coisas vão-se ajeitando.

Há muita coisa a acertar o compasso, a limar arestas, no entanto é ouro. 

São onze anos de trabalho na mesma empresa. Nos dias de hoje é mesmo ouro. Como isto me sabe bem, como isto passa tão rápido, tão rápido mesmo, como isto é tão importante! Como me lembro tantas e tantas vezes disto quando pela manhã a caminho do trabalho venho a querer resmungar por ter precisado de uma grua para me tirar da cama. Tipo hoje. Mas... ainda bem. Continuo a chegar aqui e a ter orgulho de ver que "isto" também já tem muito de mim.

Pensei não aguentar uma semana. Passaram onze anos!

É um exemplo de superar expectativas. De não ir pela primeira impressão. É realmente, um abre olhos.

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