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SorrisoIncógnito

Todo o sorriso é apaixonante devido ao incógnito que o ofusca! SORRIR_um estado de espírito...

05
Jun17

One Love Manchester - Ariana Grande

Maria

Ontem Ariana Grande voltou a Manchester para um concerto solidário em memória das vítimas do atentado de Manchester no fim do seu concerto no passado 22 de Maio. As receitas reverteram para a família das vítimas do ataque. Os bilhetes esgotaram em seis minutos após terem sido postos à venda (incrível).

Ontem assisti a algumas partes do concerto, em que Ariana Grande teve imensos convidados especiais, com quem partilhou o palco, na música, na solidariedade e nas mensagens de apoio.

Coldplay, Katy Perry, Miley Cyrus, Justin Bieber, Robbie Williams, Black Eyed Peas entre tantos outros grandes da música que aceitaram o convite de Ariana.

Durante o que vi, Ariana mostrou-se sempre bastante emocionada principalmente no final do concerto.

Fechou-o com a maravilhosa música "Somewhere Over the Rainbow".

 

Fica também outro "dueto" que adorei com a Miley Cyrus de outra música bem conhecida - "Don't dream it´s over".

 

22
Mar16

Alerta-terrorismo

Maria

Faz-me lembrar um pouco outro tipo de alarmes. Como por exemplo enquanto o ébola andou a matar pessoas lá no cabo do Mundo por África, informou-se mas não havia alarido, nem aquela preocupação, nem o tremer das pernas, nem o apertar o rabinho como quando se começou a ouvir os casos a chegar perto, a avançar sobre a Europa a ser caço mesmo aqui ao lado na vizinha Espanha.

Agora é isto do terrorismo. Que sempre houve. Que matam pessoas como quem mata moscas. Que criam o pânico, o medo, que geram ondas de violência de grandes dimensões. Que criam cenários de terror dignos de filmes. Que ceifam vidas como quem dá cá aquela palha. Que implantam bichinhos nas cabeças das pessoas pondo em causa toda e qualquer questão antes mais certa. De valores, questões morais, religiosas, políticas de países e segurança pessoal/mundial. Mas enquanto é lá longe, verdade seja dita, afecta-nos porque isto não é brincadeira, porque somos todos humanos, aqui ou na Cochinchina mas vamos lá à nossa vidinha porque aquilo é lá longe e eles nem se lembram de nós aqui.

Mentira. Quando menos se espera eles dão entrada na Europa. Quando é quase aqui ao lado, quando conseguem abalar o coração de um país tão próximo, a cena muda de figura. Eles não brincam e nós não nos queremos calar, e somos todos um pouco mais “Charlie” que ontem, mas o medo vem. Quem tem acompanhado ao longo do dia de hoje a situação é muito grave. e isto é tudo muito bonito quando continuamos aqui ao longe. mas ouvindo lá, falando com pessoas de lá, ver imagens em directo e todo o dia só haver policias nas ruas, ambulâncias, alertas para que não saiam de casa, sem trânsito, crianças que foram mantidas nas escolas sem contactos com os pais e familiares. Pessoas reféns. Reféns daqueles que todos sabemos, matam porque sim. Não imagino sequer o psicológico de todas as pessoas envolvidas, sendo eles polícias a correr o risco a cada segundo, sejam eles civis que se encontram à hora errada no local errado, sejam eles reféns que lutam pela vida frente a frente a uns homens tão vazios de tudo.

Cada vez mais estes grupos de terroristas, jihadistas, extremistas querem lançar o pânico e lançam, disso não temos dúvida. E no dia 7 conseguiram tirar a vida a uns mestres da caricatura, mas falharam ao não quererem que elas corressem mundo. Porque o mundo juntou-se e nunca se viram tantas caricaturas como ontem.

E agora a notícia que morreram os suspeitos. Tanto os irmãos do ataque ao “Charlie Hebdo” como do suspeito ao ataque hoje ao minimercado.

A vida vai continuar. Vai ficar um “7 de Janeiro” assim como ficou um “11 de Setembro”, um “15 de Abril”… Mas vai ficar medo. Porque este foi um ataque diferente.

Este post estava em rascunho desde o dia 16/01/2015. Foi feito após o atentado em Paris ao "Charlie Hebdo" a 7/01/2015. Nunca cheguei a publica-lo e já o tinha visto ali mas não apaguei, mas também não pensei em chegar a publicá-lo. Nem mesmo naquela trágica sexta-feira 13 de Novembro em que voltaram a atacar Paris.

Infelizmente hoje há mais um dia em que a vida continua mas vai ficar um 22 de Março. Não para Paris, mas para a Bélgica, no seu coração o atentado com estas três bombas e já cerca de 34 mortos e um número incalculável de feridos.

Medo?! É uma mistura de tanto que não sei explicar, ouvi porem alguém na televisão que mora lá em Bruxelas dizer algo do género, "não tenho medo do amanhã, porque isso é o que eles - quem faz isto - querem. Tenho antes respeito, pelo que me ensinaram, pelos valores que tenho, pelo que pode acontecer em qualquer lugar em qualquer momento e pela vida, vida que essas pessoas não respeitam.

A vida é isto que nos passa, mesmo com o coração nas mãos é viver. É tentar lutar por um mundo melhor.

Era tão fácil. Não que o mundo fosse cor-de-rosa. Mas que tivesse menos dias negros como este.

Há muita tristeza. E raiva. E fé. Esperança.

E coragem e força para os familiares e amigos das vítimas.

16
Nov15

Uma estranha sexta-feira 13!

Maria

Uma sexta-feira normalíssima. E eu sentada no banco à espera da aula de ginástica começar conversava com uma colega. Hoje não será uma sexta-feira 13 para quem ganhar o euromilhões, mas já para nós parece-me que vai ser uma aula puxada, disse-lhe eu. Parece-me que sim, hoje vai dar burpees respondeu-me. A aula começou. Trinta minutos para começar com quatro sequências de 30 agachamentos, 10 burpees, 15 flexões, 15 dorsais, 15 abdominais e 30 jumping jacks. Em cada sequência aumenta 10 para agachamentos e jumping jacks os restantes 5. Pronto só de ouvir o que se tinha a fazer comecei logo a rogar 359 pragas por ter decidido entrar naquela sala. A aula foi difícil. Desgastante. E desafiante a cada nova sequência que conseguia acabar. Saí daquela sala liberta de qualquer mal psicológico que me podia estar a afectar, durante 60 minutos não pensei sequer na vida cá fora. Saí dali com uma dor em tudo quanto era lado menos na alma. Completamente transpirada a desejar apenas e só um banho. Cheguei a casa e corri para a casa de banho. Marcavam 22 horas. Ainda não tinha fechado a porta e ouço o meu pai em voz alta “olha notícia de ultima hora parece que houve uma explosão num bar em…” Não ouvi o resto. Ainda perguntei cá?! Mas com a água do chuveiro já não ouvi nada. Tirei um peso de cima, o banho deixou-me super relaxada e pensei duas vezes, isto vale a pena. Sinceramente não pensei mais no que ouvira o meu pai dizer, jamais imaginava eu que se tratava de mais um acto terrorista desta dimensão. Uma pessoa é tão inocente nestes pequenos nadas que a vida nos dá. Saí da casa de banho pronta para arranjar alguma coisa para comer porque ainda não tinha jantado e fui à sala onde o meu pai assistia à tv incrédulo. “Não pode ser. Eles atacaram novamente Paris”. Foi naquele momento que senti novamente o peso da “malha” que tinha levado. Parece que me faltaram as forças nas pernas. E queres assim muito acreditar que aquilo não passa de um filme de terror. Um beliscão para percebermos que estas imagens que nos continuam a chegar, aqueles sons, não são de um qualquer filme. Daqueles que há feridos e mortos porque sim, porque faz parte. Daqueles que levantam a mão a pedir ajuda e levam um tiro. Daqueles que se fazem de mortos para não levarem um tiro. Daqueles onde se arrastam os corpos dos amigos feridos no chão para o virar da esquina. Daqueles que no final aparece “the end” e volta tudo ao normal. Não. Aquilo está mesmo a acontecer. Naquela cidade que é a cidade do Amor. Aquela cidade que quero tanto conhecer quando encontrar o Amor. Não está a fazer sentido, nem o que estou a ver, nem o que estou a ouvir. Nem o que estou a dizer. Muito menos o que estou a tentar associar cá dentro.

As informações são escassas. Atrapalham-se. Há vários atentados. Vários feridos. Muitas mortes. Pânico. Um bar. Cafés e esplanadas. Restaurantes. Um jogo de futebol. Coisas tão banais do dia-a-dia a serem interrompidas pelas mãos de alguém que se acha no direito de tirar vidas por quem dá cá aquela palha. Nunca vou acreditar em ideologias que tenham como base matar alguém, fará gente inocente. Que apenas se dá ao direito de viver. Podia ser eu ou tu, ali sentados na mesa de um restaurante a fazer um brinde à vida. Ali naquela esplanada do café às gargalhadas entre amigos. Ali a assistir ao concerto de uma banda que tanto quisemos ver.

Pára tudo. Tenho família em Paris, ligo o facebook e automaticamente entra um alerta. “ “Joana” marcou-se como segura no terror em Paris”. É a minha prima. Grávida que mora ali no centro de Paris. Está tudo bem connosco, diz-me por sms. E começo a receber alertas de vários amigos e conhecidos que vivem em Paris. Incluindo (aquelas pessoas estranhas, vá parvas) pessoas que moram aqui ao lado mas têm como morada no facebook Paris. É giro, é chique e nestas alturas calha mesmo bem. Há família que não me responde. Espera-se. De repente pára tudo. O melhor primo, melhor pessoa, melhor amigo foi para Paris esta semana para um congresso de médicos. Chegava precisamente na sexta. Tentar contactar e nada. Mais tarde notícias. Estava no aeroporto lá quando tudo aconteceu, mas estava bem. E és abalroada pelo sentimento de incapacidade perante a brutalidade das imagens. Não são os meus familiares e amigos mas são os de alguém.

É para nos meter medo? Parabéns. Conseguiram. Vivemos com medo. Não consigo sequer imaginar o medo que atormenta os Franceses. Parisienses em particular. Não basta dizer que não se tem medo. Lá dentro o nosso corpo reage apavorado.

Não consigo sequer imaginar o que é deitar a cabeça na almofada e não conseguir sentir o silêncio. Quem assistiu aquele terror não consegue. Precisará de um tempo para voltar a sentir o silêncio. Se é que voltam a conseguir.

Isto é guerra. E não é daquelas guerras de infância em que o "inimigo" atacava e nós dizíamos "batota, esta não vale porque ainda não estava preparada".

Muita tristeza. E raiva. E fé.

E coragem para os familiares e amigos das vítimas.

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