Continuo a não ser a mulher ideal de hoje muito menos a mulher ideal de há 41 anos atrás. Agradeço sempre por não ter vivido no antes 25 de Abril de 1974 e agradeço a tudo aquilo que foi conquistado, a todos, principalmente a nós mulheres, que de longe obtivemos as maiores diferenças. A liberdade continua a estar nas coisas tão simples do hoje no nosso dia-a-dia, desde o podermos opinar; o dizermos «não quero»; o poder de trabalhar; o poder decidir sobre o casar ou não, com que idade e com quem; o poder de vestir o que nos apetecer; de sair de casa, sozinhas com o nosso próprio carro para fazer as nossas coisas; o poder de não ser apenas e só um produto/objecto do homem; usar isqueiro sem ter que tirar licença; poder falar de política e ter a liberdade de dizer que os que estão lá em cima não valem um chavo e só nos fodem. Dia após dia, tantas e mais coisas que, por mais que nos dias que correm estejamos a viver uma crise económica mas muito maior uma crise de valores perante um governo que insiste em apertar um cinto de maneira até que a respiração nos seja restrita, segundo o que me foi ensinado do antes 25 de Abril, temos que comemorar uma liberdade que se conquistou.
Sempre, Viva a Liberdade!