Acho que há uma linha ténue que separa o nosso lado bom do mau. Há uma linha ainda mais ténue entre a sede de vingança e esse mesmo lado mau do nosso eu. Há um discernimento na nossa personalidade quando somos espicaçados com algo que nos fere, nos atinge negativamente. Há quem consiga lidar com essas mudanças, há os que tentam e depois há os outros... Eu não sou racista e tento não ter preconceitos. Mas sinceramente se há coisa que me tira do sério, me faz bater o pé e falar mal, são pessoas mal-educadas, mal intencionadas, tempestuosas e extremamente vingativas. O que se passa em Londres, a meu ver, nada tem a ver em vingar a morte de uma pessoa. Tudo interessa menos isso. Interessa destruir, desanuviar, estragar, queimar, roubar, agredir, intimidar, vandalizar. A quem? Isso também não interessa. A sede de vingança, de querer ter uma marca num acontecimento é tal que se pararem para pensar nas vidas que estão a destruir, no caos que estão a causar vão perceber que passaram de vingativos a criminosos enquanto o diabo esfregou um olho. E que a diferença entre eles e aqueles que sempre o foram não é assim tão grande a partir do momento que andam de mãos dadas a lançar o pânico.