Semana 45: Lembra-me a minha adolescência.
O meu primeiro namorado - Cantor - O meu primeiro namorado, é cantor, já o era na altura. E sempre que o ouço cantar é impossível não me remeter a essa idade. Idade de acharmos que já temos pêlo na benta e já sabemos muito bem o que queremos, idade que já pensamos no amor ser para toda a vida. E sofremos como se a vida acabasse já ali quando as coisas já não o são, mesmo quando somos nós a já não querer sem ter noção do que realmente queremos (confuso? sim a adolescência é por si só confusa). Aquelas primeiras músicas cantadas ao telefone para "aprovação". Há coisas que não se esquecem e há pessoas que nos levam imediatamente para fases da nossa vida.
Os amigos do meu irmão - Comecei a sair cedo. Comecei a sair cedo com os amigos do meu irmão e sempre fui, apesar de ser sempre novita à beira deles bem tratada, sempre me levaram para todos lado sem problemas, até para as férias. Hoje sempre que os encontro chamam-me "Mariazinha" sempre. Quando muitos podem não achar piada, eu amo, sei que é com o maior carinho que o fazem. Eu fui sempre a mana mais nova de todos. Há um carinho que ficou sempre. Hoje é isso que me lembro. Que tenho. Que guardo.
Cartas - Tenho tantas ainda guardadas naquela gaveta das memórias. Cartas dos namorados, dos admiradores, da melhor amiga enquanto estava emigrada. Da família que estava longe. De pessoas que já cá não estão. Coisas que já não se usam e que deixam tanta saudade. E que confesso gosto de abrir lá de longe a longe. Só para sentir um pouco daquilo bom que senti na altura.
Nazaré - Preciso, por falar nisso de lá voltar novamente. Na adolescência todos os verões passava lá férias, primeiro com os amigos do meu irmão, depois juntando os meus amigos. Também com o namorado. Foram alguns anos seguidos a voltar sempre lá. Já fui muito feliz em Nazaré. Tenho imensas recordações, muitos risos e choros. Aquela "idade boba". Muitas aventuras. Cheiros bons. Comida do melhor. Gente simpática. O mar. Pela manhã, pelo dia, pelas noites, os amanheceres, o pôr do sol. O falar a cantar. O bláblá bar. O jogar bilhar num café ao lado do Bláblá que não me recordo o nome. A D. Maria que alugava quartos e chegamos a ficar lá algumas vezes. Daquele picadinho de madrugada naquele restaurante que batíamos à porta e alguém abria um postigo para ver quem era e nos deixava entrar. O Guilherme que trabalhava num bar por quem tive uma "paixoneta de verão" e ainda guardo uma pulseira que me deu antes de vir embora (mas nem me lembro da cara). A carne de porco à alentejana servida no melhor restaurante com as melhores pessoas que conheci n'"A tasquinha" que fazia valer todo o tempo de espera mesmo reservando sempre. Do paredão e das conversas que tive lá deitada. Tanta coisa que me lembra que só de falar apetece seguir viagem já!
Revista Super Pop e Ragazza - Tinha uma maluqueira qualquer por essas revistas na altura. Ainda hoje não percebo, porque raramente compro uma revista sobre o que quer que seja. Mas na altura contava os dias para ver quando elas chegavam à banca. Eram os testes que tinham para se responder, os brindes. Os posters. Os cromos. Os autocolantes. Uma loucura só vista.
#52semanas
E desse lado, o que vos lembra a adolescência?