26
Mar19
Peripécias deste lugar à beira Pólo Norte plantado.
Maria
Em dias de vento agressivo como está, havia de filmar uma noite aqui, um bocadinho abaixo do Pólo Norte porque vocês já conhecem as minhas peripécias com o vento, mas isto só visto.
Não encontrei um único caixote do lixo em pé. Encontrei muitas árvores caídas, seguradas pelos fios. Ramos a voarem, estrada completamente cheia de porcaria arrastada do vento. E uma noite mal dormida a pensar quando a casa descolava e acordava noutro lugar.
O vento começou já ontem ao início da noite e só piorou até agora de manhã. Não é como nas tempestades que vem umas rajadas bem fortes e pára. Foi toda a noite com rajadas fortes e a levar tudo pelo ar.
As persianas lá de casa, pareciam automáticas a terem um piripaque. Por volta das cinco da manhã acordei, ouvia-se um barulho estranho, algo de plástico ao reboliço cá fora, a bater contra tudo.
A caminho do trabalho encontrei de tudo nas bermas da estrada, vasos, cadeiras de plástico e afins. Passei por tempestades de areia que só visto e trouxe folhas agarradas ao pára-brisas do carro. Uma balbúrdia!
Passei por uma senhora que ia a segurar nos óculos com as duas mãos enquanto tentava andar quase sem sair do sítio, assim como de repente andou dois metros, se no sentido correto não sei!
O vento é gelado e preciso de trazer o cabelo bem amarrado para andar lá fora.
É isto. Coragem Maria! Coragem! Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte.