Diz que estou de férias
Parece que hoje estou a descansar de um longo dia de horas extras sem fim. Estes últimos dias foram tão absorventes que a ultima coisa que me lembro foi de dormir. Na sexta-feira foi o ultimo dia de trabalho antes das férias. Foi um dia repleto de trabalho, sem pausas quase para respirar, foi entrar num escritório às oito e meia da manhã e sair apenas às oito e meia da noite com cerca de meia hora para almoçar lá mesmo. Foi sair de lá a desejar um banho mais que qualquer outra coisa. Foi querer sair de lá sem estar a pensar que estava quase a entrar de férias, mas a querer e muito que tudo estivesse resolvido até àquele ultimo dia. Foi dar pontapés em muitas línguas inclusive na nossa. Foram palavrões. Foi um desligar o PC com vontade. Aliás com muita vontade. Tanta quanto fechar a porta e o portão. E esquecer o telemóvel do trabalho. Mas uns minutos tão escassos que mais uma vez quase nem tive tempo para pensar que aquilo estava feito. Saí do trabalho às oito e meia com uma marcação às nove na esteticista que não podia ser adiada visto que no sábado seria um dia importante. Não sei como cheguei tão rápido a casa, e entre tomar banho e mandar uma mensagem de atraso à esteticista e comer alguma coisa estava lá. Com o cabelo ainda a escorrer água mas sentadinha para a manicura. Agora que escrevo sobre isso quase fico sem ar tal como no dia. E entre manicure, depilações e pedicure quando cai à cama quase ouvi o despertador a lembrar que estava aí um grande dia. Era o casamento da prima francesa. Era o dia da família. Longe, cansada, mas cheia de vontade de ter um grande dia. Só a caminho caí na real. Era o primeiro dia de férias. Mas logo passou porque o dia foi imensamente preenchido. Tão bom. Sorrisos lágrimas. Família. Muita dança no pé. Caipi blacks. Domingo foi metade do dia de ressaca e a outra metade a receber a família que está fora. Noite noitada na terrinha. Ontem segunda-feira festa da terrinha. Família. Mesa cheia, casa cheia. Muitos sorrisos. O jantar era para nove apareceram sem contar mais cinco. À mesa na pequena sala éramos catorze. Houve espaço para todos, comida e bebida para todos. Alguém disse à mesa - "Quando há vontade tudo se ajeita. Quando se quer dá para todos. Há casas maiores que cabem menos gente lá dentro." Como sabe bem ouvir isso e como eu fico babada com os elogios que dão à minha mãe, por ter o coração que tem e por nunca fechar a porta a quem chega. Hoje foi mesmo para descansar. Nada fiz. Foi literalmente o meu primeiro dia de férias depois deste fim de semana prolongado tão absorvente. Foram uns dias repletos de desculpas para sorrir. E como eu gosto disto!