Diogo Jota e André Silva
Tinha acabado de estacionar o carro na empresa e mesmo antes de o desligar ouço o Pedro Ribeiro (da Comercial) com a voz bastante diferente de a que estava a ouvir até então a tentar expressar a notícia de ultima hora com a incredulidade no discurso.
Abri logo as noticias e ali estava ela, Morreu Diogo Jota e o irmão André Silva num acidente de carro em Zamora! Tinha 28 anos, casou há pouco mais de uma semana com a namorada com quem já tinha três filhos pequenos.
Grande merd@. Fiquei abananada. Não há outra maneira de o dizer. Incrédula. Triste. Com medo. WTF?! E um murro no estômago como se o conhecesse e me fosse próximo. Afinal de contas vibrei muito sentada no sofá e a gritar "vai Jota vai". Por isso ele também é um bocadinho nosso.
Na verdade, não é isso, mas só me passou pela cabeça aqueles pais que perdem de uma forma injusta os dois filhos. Os dois filhos, já perder um filho é o que é, dois é devastador nem há palavras sequer que se possam dizer, que se possam arranjar para reconfortar aqueles corações ainda tão envoltos na alegria e emoções com os últimos tempos, assim como a mulher casada de fresco com o amor da sua vida e agora viúva com três filhos que não terão mais capítulos escritos com o pai a abraça-los... e depois da maneira que foi, porque sabemos já que, após o acidente houve um incêndio o que fez com que até o carro ficasse irreconhecível. Porra. Sem especulações, que forma injusta de pensar nas famílias e amigos ao perder, o filho, o marido, o pai, o amigo de 28 anos. Reconhecido além fronteiras, figura pública que nos deu muitas alegrias, a nós amantes de futebol.
Sendo do FCP é normal que seguisse mais o Jota, era um miúdo talentoso sem grandes holofotes, cheio de talento nos pés e na visão de jogo, que sempre se falou do grande que era no balneário, daquele sorriso, sempre pronto, expressivo e brincalhão. Todos estávamos à espera que entrasse em jogo para brincar lá à frente e nos dar uma alegria. Vê-lo brilhar no Wolverhampton e agora no Liverpool era orgulho e na Selecção Nacional o brilho nos olhos sempre era proporcional ao seu sorriso e saía-me sempre o "Ele jogou no Porto".
Porra. Custa mesmo acreditar. Que não o aconselharam a ir de avião pela pequena cirurgia que tinha feito e ao ir de carro à morte trágica não consegue fugir.
E a ultima publicação do Jota, talvez poucas horas antes do acidente é uma publicação cheia de amor, sorrisos, felicidade e vida de um dia que como escreveu "nunca se vão esquecer"...
A vida tem maneiras muito peculiares de nos mostrar que talvez, seja destino ou não,seja azar ou um acaso, seja estar no lugar errado há hora errada, ou mera coincidência, há coisas às quais não fugimos. Mas nem isso nos consegue aliviar desta notícia que hoje nos abalou e que com certeza nos faz pensar em como tudo é tão efémero, a felicidade, a alegria, a vida, os sorrisos, o êxtase, as pessoas... menos a dor.
E é na dor dos mais próximos que não conseguimos evitar pensar. Aos Pais, àqueles Pais, à mulher, aos filhos, aos amigos, aos colegas e a todos os que tiveram a oportunidade de privar com eles, muita força. A dor é devastadora. Diogo e André, descansem em paz!
Esta fotografia, tirada há menos de um mês, dia 8 de Junho, na vitória de Portugal da Liga das Nações, como falo no ultimo post.
O ultimo título do Diogo num ano que lhe foi feliz em dias para comemorar.