Das amizades...
Um dia destes por entre a secção dos legumes do Lidl avistei uma cara conhecida. Não, não é daquelas que se foge a sete pés para não gastar tempo em conversas de caca. Era uma amiga que não via há imenso tempo, olhamos uma para a outra e a risota foi mutua, "há tanto tempo que não nos vemos e tinha que ser logo no supermercado entre os verdes, cá bestas"! Dois beijinhos e dois dedos de conversa. Bem, ficamos ali paradas no meio do corredor quase uma hora. Nem demos conta. O tempo voou. E com certeza devem ter reparado naquelas duas inocentes ali na letra todas entusiasmadas. Verdade seja dita, nem reparei quem passou por nós. A conversa foi óptima. Disparamos a dar novidades uma à outra, coisas que não interessam a ninguém e algumas confidências. Rimos muito a combinamos aquele café que está para ser há tanto tempo e nunca o é. Ela é uma amiga do tempo de escola. Daquelas que muito raramente nos temos encontrado. Vidas completamente diferentes. Mas muitas histórias juntas. Muitas lembranças. E sempre muitos sorrisos. A mesma idade, ambas solteiras e ambas a contar peripécias que nos juntaram no passado. "Falamos tanto nos 30 tudo ser tão diferente e afinal parece tudo tão igual". Mesmo. Conseguimos rir do passado e voltar à mesma conversa de sempre "se contas isso mato-te". É bom, saber que no fundo, há pessoas que não se dão por meios trocos, que é como quem diz, estão sempre lá, mesmo que a vida siga caminhos diferentes, vire do avesso e o tempo passe com uma facilidade que nem se dê conta. Tenho mesmo a sorte de, por entre os pingos de algumas desilusões conhecer pessoas que valem a pena.