Às vezes um novelo pode ter mais que duas pontas que se lhe pegue…
A minha opinião não passa por deitar as culpas a ninguém, passa por gostar que as coisas fossem bem esclarecidas, não por mim, mas por aqueles pais cuja vida lhes foi roubada quando lhes levaram os filhos. A minha opinião vem de dúvidas, de escritos, de diz que disse, viu e não viu. A minha opinião forma-se pelo que de consciência ouço e leio e tiro conclusões como todos e tão só por isso, a minha opinião vale o que vale.
Não é a primeira vez que falo no assunto, mas também não é uma tecla que vou insistir, mas a verdade é que este é mais um daqueles casos que não estando resolvido apoquenta-nos. Quando um dia destes a CMTV anunciou que finalmente o Dux, João Miguel Gouveia, ia falar pela primeira vez, cerca de dois meses depois da tragédia, eu e se calhar muitos ficaram na expectativa até que, eis, ele surge por entre um “não tenho nada a dizer neste momento”; “a seu tempo falaremos”; “neste momento falarei com as autoridades competentes apenas” e um “E já agora identifique-se”, é certo que, não se ouvindo a intervenção desde o início, não sei se a senhora se identificou e depois daquelas perguntas, ele deve ter pensado mas quem é esta com microfone em punho a dizer “CM”? Uma maluca qualquer que se lembra de me fazer umas perguntas e eu agora tenho que responder, queres ver? Eu não acho que tenha sido por acaso aquela pergunta, mas adiante, ele se não queria prestar declarações cagava e andava como tantos fazem quando são interpelados, remetia-se ao silêncio, ou apenas um “sem comentários” ou mesmo só o “não tenho nada a dizer neste momento”. Sim aquele “identifique-se” e aquele parar e olhar nos olhos “a seu tempo (pausa) falaremos” deu a sensação de, quando estes dias saio de casa pela manhã e está branquinho cá fora, frio.