Adorava conhecer a terra onde estás. Já não quero.
Essa vontade foi-me a partir do momento que foi essa terra que nos separou. Não quero conhecer o que gostas aí, o teu trabalho, os teus novos amigos, quem te acolheu. E falarem-me dessa terra é darem-me um murro no estômago. Aquele que eu amo, nesse dia deixou de existir. Lá longe, nessa terra até podem dizer que existes, mas eu continuo a achar que foi o que sobrou daquele tão ele que amei que lá está. É fazer-te o luto sem que tenhas realmente deixado de existir neste mundo. Parece-me mais fácil. E aceitável. Eu continuo a sentir saudades e a chorar o meu padrinho, a minha avó… os que me foram. Assim como te chorei, tantas noites e tantas manhãs. Assim como te tenho saudade. E seria só um bocadinho estúpido eu sentir isso se ainda te achasse entre nós. Eu não mereço e tu muito menos que te chorem a existência. Tu magoaste-me. Do tanto que dói ainda. E eu escolhi a maneira mais fácil de suportar, este amor que me corrói, ainda, todos os dias. Adorava conhecer a terra onde estás. Já não quero.