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SorrisoIncógnito

Todo o sorriso é apaixonante devido ao incógnito que o ofusca! SORRIR_um estado de espírito...

01
Jun14

Da criança que todos temos dentro de nós...

Maria

Tenho saudades de jogar à bola na rua e não ter a noção do porquê de insistirem no “cuidado com os carros”. Tenho saudades de ter os joelhos esfolados do skate, dos patins e dos malhos no campo de futsal em cimento. Tenho saudades de com dois blocos de cimento e uma tábua fazer uma baloiço, de andar de bicicleta sem medo mesmo não chegando com os pés ao chão. De insistir em jogar ténis com uma raquete profissional mesmo não tendo força sequer para a levantar. Tenho saudades de fazer covas na terra e jogar ao berlinde rastejando no chão. Saudades de esconder os carros do mano no congelador ou no quintal. Tenho saudades de me perder nas horas no recreio da escola depois das aulas terminarem. De subir às árvores para roubar fruta. De me esconder nos campos de milho ao jogar à cuca e no dia seguinte ouvir os vizinhos dizer “ai se eu descubro quem andou em cima do milho”. De entrar sem medos no tanque de água gelada e aquilo parecer uma piscina olímpica. De cozinhar apenas em panelas de plástico. De ter um bebé filho/sobrinho/afilhado lindo que só dava trabalho quando nós queríamos e dava-se pelo nome de Nenuco. Tenho saudades de ter a minha cadela pastora alemã a ir-me buscar à escola e proteger-me as costas como ninguém. Saudades de ver a roupa deixar de me servir porque estou em fase de crescimento. Saudades de não ter que ir ao hospital ver ninguém porque aquilo não é lugar para nós. Saudades de não ter a noção do porquê as pessoas seguem caminhos diferentes e não olham mais para trás. Tenho saudades de ter perto, os tios, os primos, o mano, o melhor amigo, as amigas e a minha aldeia ser um Mundo. Tenho saudades de jogar basquete sem ter medo de partir as unhas. Tenho saudades de faltar às aulas só porque o estar a beber finos e a comer tremoços faz muito mais sentido. Saudades da loucura das sextas-feiras à tarde na discoteca. Saudades de ser feliz com uma nota de 500 escudos. Saudade da liberdade que sentia por ter um cartão de estudante com autorização para sair. Saudades de não saber o que são redes sociais. De não ter que andar com telemóvel. E de encontrar sempre quem eu queria onde sabia. De falar sozinha e não acharem que posso estar doente. De cair à noite à cama e adormecer antes mesmo de tirar a roupa e alguém vestir-me o pijama. Tenho saudades de abraçar, beijar e dar as mãos a alguém sem medos, sem maldade, sem segundas intenções. De não entender. De sorrir sempre e só chorar porque o tombo que demos valeu uma grande ferida.

Saudade desta criança que temos dentro de nós que a cada fase que passa perde mais um bocadinho da inocência que caracterizou a nossa infância, a nossa juventude, o início da nossa maturidade e agora nesta seca do ser adulto. Tenho saudades de não saber o que é ter saudades.

Todos temos uma criança dentro de nós e eu tenho saudades da inocência desta minha criança.

25
Abr14

25 de Abril

Maria

Não sou a mulher ideal de hoje muito menos a mulher ideal de há 40 anos atrás. Agradeço por não ter vivido no antes 25 de Abril de 1974 e agradeço a tudo aquilo que foi conquistado, a todos principalmente a nós mulheres. A liberdade está nas coisas tão simples do hoje no nosso dia-a-dia, desde o podermos opinar; o dizermos «não quero»; o poder de trabalhar; o poder decidir sobre o casar ou não, com que idade e com quem; o poder de não ser apenas e só um produto/objecto do homem; usar isqueiro sem ter que tirar licença; poder falar de política. Tantas e mais coisas que, por mais que nos dias que correm estejamos perante um governo que insiste em apertar um cinto de maneira até que a respiração nos seja restrita, segundo o que me foi ensinado do antes 25 de Abril, temos que comemorar uma liberdade que se conquistou. Sempre, Viva a Liberdade!

17
Abr14

Segredo*

Maria

Há uns anos, no fim de uma noite de copos virei-me para o meu, na altura namorado, e pedi-lhe que me deixasse fumar um charro. Ele prontíssimo respondeu, "tudo bem mas pede-me quando estiveres sóbria!". Talvez por isso (e agradeço a ele) nunca na vida toquei num. Ele era um namorado espectacular e nunca ninguém percebeu porque acabei com ele. A verdade é que acabei no dia em que olhei para ele com pena porque não tinha de mim o amor que merecia. Ainda hoje tenho pena de mim por ter desistido do homem que me disse “nunca vais ter ninguém que te ame como eu” e que acredito.

*desafio do Shiuuuu
13
Nov13

Coisas que me dão a noção de como o tempo passa! *10*

Maria

Mudei as fraldas de alguém que já tem carta de condução. Mudei as fraldas de alguém que já esta quase a sair da faculdade. Mudei as fraldas a alguém que já vi a fumar charros. Mudei as fraldas (ainda de pano e alfinetes enormes) a alguém que está quase de papel assinado e aliança no dedo e quase a mudar as fraldas dos seus próprios filhos. Tudo "miúdos" diferentes.

11
Nov13

Memória (fotográfica) interna!

Maria

Nós marcamo-nos muitas vezes por piores momentos na vida, se calhar lembramos bem mais dos piores do que dos melhores, porque os melhores queremos sempre mais e os piores, são aqueles que quanto mais queremos esquecer, mais se infiltram. Já aqui disse que o último Novembro foi-me doce, o melhor mês do ano passado, aquele Novembro que se eu chegar mais ali à frente vou-me lembrar sempre e apesar dos pesares está na parte boa dos momentos. Faz hoje precisamente um ano que, a minha memória não me falha, lembro cada detalhe do dia 11/11/2012. Tão precisos, esses detalhes que de tão bons me sabem agora tão mal. Lembro-me inclusive das roupas que vestíamos naquele dia, eh pá estávamos giros, dos cheiros e dos passos. Lembro-me do jantar e das gargalhadas com aquele olhar tão cúmplice que me perta o coração e me faz sentir apaixonada só de me lembrar. Lembro-me até que na televisão via-se futebol e que numa mesa próxima estava um familiar meu. Gostava de nestas alturas não ter uma memória quase fotográfica. Mas tenho. A verdade é que daquele dia tenho. E se fechar os olhos, lembro-me das mensagens, das palavras ao ouvido. Da música que se ouvia. Do silêncio abafado pelo bater de dois corações perdidos, um pelo outro. Do abraço. Oh aquele abraço. Há um ano atrás, o dia de S. Martinho, domingo, foi-me tão especial como se fosse escolhido a dedo, meticulosamente preparado de tão surpreendente e inesperado que foi. Num dia frio de sol, numa noite de luar quente. Consigo fechar os olhos e sentir aquela sensação desde que disseste que estavas a chegar até quando me despedi e subi as escadas olhando para trás com um sorriso parvo cravado no rosto e pois claro, na memória. Até me deitar sobre a cama pequena para tanta emoção e até receber a mensagem com aquelas palavras que claro está ficaram cravadas cá dentro como se de uma lápide se trate e talvez por isso, não há chuva nem sol, não há sorrisos nem lágrimas, não há felicidade nem tristeza, saudade, desilusão ou distância que apague. Estará ali para todo o sempre, como tantos outros momentos que ficaram e como tantos outros que espero que fiquem. Sentidos. A vida é feita disso. E por mais que, um dia, como o de hoje, eles doam ao ser sentidos é sinal que vivemos. E é isso que faz sentido. Por mais que doa. Faz, todo o sentido.

29
Out13

O descobrir e dar valor às Arrumações!

Maria

No domingo foi dia de revirar gavetas, espreitar caixas, abrir armários e deitar fora o que estava a mais. Mexer no que não me lembrava, ver o que não queria e encontrar o que não estava à espera. Ainda haveria mais, mas desisti por mais uns dias. Assim que possa volto lá, ao baú das recordações. Eu já disse que sou péssima em desfazer-me das coisas? Assim como gosto de guardar coisas da vida. Isso mesmo, coisas da minha vida.


  1. Bilhete Queima das Fitas Porto 2001 - 1.500$ Caramba há 12anos. E se nesta altura vão muito novos para as queimas, naquela altura não era bem assim. E eu lembro-me como se fosse hoje estar a chegar a casa e o meu pai  abrir a porta para ir trabalhar.
  2. Agendas/Diários - Sou péssima nisto, há lá montes delas e dá-me um gozo brutal ler o que lá escrevi, parece outras vidas.
  3. O primeiro anel oferecido pelo primeiro namorado. E o anel oferecido pelo ultimo namorado. - Objectos que marcam.
  4. Perfumes vazios - uns mais recentes que outros, já sabem o que quero para o Natal?
  5. Bilhete FCPorto x Chelsea, Estádio do Dragão, Jogo para a Liga dos Campeões 2007 - A não esquecer. Pela primeira vez, vi a uns metros de mim o meu ídolo futebolístico de seu nome Drogba. Ficou na memória.
  6. Telemóveis (incluindo o primeiro que tive) falecidos, em fase terminal ou em processo de traição.

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