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SorrisoIncógnito

Todo o sorriso é apaixonante devido ao incógnito que o ofusca! SORRIR_um estado de espírito...

29
Mar16

Desafio 52 semanas | Semana 11/52

Maria

 

Semana 11: Os meus brinquedos favoritos na infância eram...

 

Bonecos Chorões - Nos anos 80 haviam uns bonecos chorões, grandes que eu adorava, tive alguns, inevitavelmente acabavam sempre da mesma maneira, sem cabeça. Fruto do meu irmão se vingar das coisas que eu lhe fazia.

Legos - Perdia-se horas naquilo.

Monopólio - Jogar monopólio significava juntar os vizinhos e ficarmos até às tantas naquilo. Ora na casa de um de nós, ora nos passeios na rua. Mais que o jogo era o convívio que fazíamos e isso não tem preço.

Nenuco - Ainda mora lá em casa, o Nenuco loiro de olho azul. Anda tenho a "sobrinha" que gosta de ir para lá brincar com ele. E ele traz-me lembranças óptimas.

Carrinhos - Sempre fui uma Maria rapaz e gostava de brincar com os carros do meu irmão muito mais que com as barbies e as outras bonecas. Gostava especialmente de uns que mudavam de cor com a temperatura, então eu escondia-os no congelador/arca.

Bola - Inevitavelmente, tudo o que tivesse uma bola eu parava no tempo, Ora jogar futebol, ora jogar basquetebol, ora jogar ténis, ora jogar voleibol.

#52semanas

E vocês, com o que brincavam mais que vos dê uma saudade só de falar?

07
Mar16

Desafio 52 semanas | Semana 8/52

Maria

 

Semana 8: Os melhores filmes infantis que já assisti foram...

Talvez será o "Top 5" mais difícil a fazer, pelo menos até agora sim. Não me lembro de ver muitos filmes infantis. Ou então os que vi não me marcaram, não me lembro. Nunca foi a onda. Nem em criança. Fui uma virada do avesso que me escondia à beira do mano mais velho para ver filmes de terror.

O Rei Leão - Porque é aquele filme que até mesmo mais tarde se vê. Porque já o vi com o sobrinho, com as "sobrinhas"...

Up! Altas Aventuras - Gostei imenso da história...

 A idade do gelo - Fez-me rir imenso.

 Procurando Nemo

Shrek

 #52semanas

E vocês, muita mais fácil não?!

04
Dez15

Coisas que me dão a noção de como o tempo passa! *15*

Maria

Eu sou do tempo do “e vai milho”; do brincar ao elástico; à cuca ou às escondidas; de brincar ao 1,2,3 macaquinho de chinês; de jogar à macaca; ao berlinde, às fisgas. Sou do tempo dos walkmans (e do que era ter uma caneta para quando a fita das cassestes saía toda), dos walkie talkie (e da verdadeira aventura que era usá-los), das cassetes VHS (ainda tenho lá para casa algumas com gravações do Dragon Ball!!). Sou do tempo das chiclas gorila e das Peta Zetas. Sou do tempo de jogar futebol na rua e cada vez que a bola ia parar ao quintal dos vizinhos ouvir um raspanete. Sou do tempo de ir a pé sozinha para a escola e para a catequese. A minha mãe tinha mais que fazer que me ir levar. E no inverno quase nem me mexia pelo caminho com as camisolas quentes, o kispo, o gorro, o cachecol e as luvas, claro o guarda-chuva e a mochila carregada. Sou do tempo de brincar às casinhas nas árvores cá fora. De dar uns murros no saco de areia pendurado no alpendre e as mãos ficarem a doer até mais não. Sou do tempo de jogar monopólio na rua com as crianças vizinhas. Do tempo de chegar à varanda e chamar bem alto pelo nome da minha amiga para combinarmos ir brincar as duas. Sou do tempo do triciclo e nunca houve cá nada a motor. Contando que na maior parte das vezes ficava com o que já tinha sido do meu irmão que era mais velho e não dava para comprar para os dois. Mesmo que fosse cor de rapaz. Btw também sempre fui uma Maria rapaz. De jogar tetris na game boy e do Super Mário na Super Nintendo (coisas que ficavam para mim do primo rico de Lisboa). Sou do tempo do jogo do galo, do jogo do stop com as palavras, do quem é quem. Sou do tempo de as aulas acabarem e ficar na escola, no recreio de terra batida, onde com duas latas ou pedras fazíamos as balizas, até anoitecer. Sou do tempo de ir sozinha passear o cão, mas quem me passeava era ele. Sou do tempo de chegar a casa toda arranhada das silvas mas quem me curava era a minha mãe. Do tempo de pegar no lanche e pôr na mochila juntar-me com os primos e amigos e ir conhecer as montanhas, hoje são trails. Sou do tempo de todos os vizinhos saberem quando o jantar estava pronto, ou de quando estava a demorar a entrar em casa pois a "chamada" baseava-se quando a minha mãe gritava “Maria já para dentro!”, quando chamava pelos dois nomes próprios era malha na certa. Não havia cá telemóveis. Computador e Internet era coisa para os pais empresários. Sou do tempo dos joelhos todos esfolados das quedas de bicicleta porque claro não usava capacete muito menos joelheiras.

As crianças hoje em dia são felizes. Oh pá mas antigamente é que éramos. Há uma felicidade na inocência que se perde nos dias que correm. A inteligência de mexerem num smartphone tão pequeninos, jogarem no tablet e na playstation. Terem todos os brinquedos que querem de ultima geração. Verem todos os dvds do x e da y. Terem um carro que as leva à porta da escola e as vai buscar, mesmo morando a 200 metros. É outro mundo. O mundo está diferente. Mas o antigamente dá uma saudade quando olho para a infância de agora! Como o tempo passa, como as coisas mudam.

________________________________________________________________________________________________

AVISO

 

Não se esqueçam dentro de dias o endereço do blog vai mudar para: sorrisoincognito.blogs.sapo.pt

 

14
Mai15

Se não respeitares o outro, quem te vai respeitar a ti?

Maria

No dia em que o meu sobrinho com cerca de 4/5 anos chegou a casa do infantário a dizer o “António” deu-me um murro. Perguntamos e tu que lhe fizeste? E ele com um ar que a coisa tinha corrido bem disse “Apertei-lhe o pescoço”.

Da nossa parte teve um estiveste bem. Foi um chega pra lá. Único e pontual. O restante blábláblá nem foi preciso porque já se lhe tinha ensinado que nada justifica a violência, mas há sempre um “mas” (porra se há!). Com certeza outros concordam outros tantos vão discordar. Mas o que eu sei é que esse menino “António” andava-lhe sempre a importunar, a ser chato, a espicaçar até ao dia que o meu sobrinho se cansou de deixar andar e “respondeu”. Falamos aqui de crianças, miúdos no infantário, sabemos que nada com agressividade mas são idades em que a nossa personalidade está a desenvolver-se.

Foi-me ensinado (e ensino) que nós somos todos diferentes. Há sim pessoas com instintos bons outras menos bons e há pessoas, quer se aceite ou não más, ponto final. Há coisas em nós que já vêm programadas mas as demais vão-se delineando. Pois então foi-me ensinado que “quanto mais te abaixares, mais te vêem o rabo”. E a verdade é que se deixarmos ser um saco de pancada iremos ser sempre um saco de pancada – passo a expressão.

Não estou com isto a dizer que vamos agora andar aqui todos a responder na mesma moeda e se vem um com violência partimos também para a violência. Claro que não e longe disso. Mas em todos os casos, e todos os casos são diferentes, há excepções.

No todo de todas estas histórias que vão aparecendo, de miúdos cada vez mais mal educados, violentos, babujeiros, badalhocos, inoportunos, sem respeito pelos outros e sem se darem ao respeito (e atentem miúdas que infelizmente estão a crescer piores que os rapazes). De filhos que não obedecem, que se fazem até para os pais, que ninguém lhes exerce autoridade, que andam na vidinha deles sem que alguém se lhes ponha rédeas e limites…

Atentem, eu já fui miúda. E travessa. Tinha opiniões muito minhas, raramente pedia, gostava mais de afirmar. Batia o pé e rodava a baiana. O recreio da escola era a minha perdição para ficar a jogar futebol e chegar tarde a casa. O meu pai nunca me deu uma sapatada que fosse. Já a minha mãe todas as que me acertou foram bem dadas. E algumas recordo-me bem. Os meus longos cabelos até lhe davam jeito e nem por isso fiquei traumatizada a ponto de o usar agora curto. Mas fui bem a tempo de sair cedo e ganhar-lhes a confiança. De ter educação para com os outros, sempre, mas ter-me respeito por mim mesma, faz de mim a pessoa que sou hoje. Hoje não se pode dar um estalo num filho ou puxar-lhe a orelha porque fazem queixa. Hoje as pessoas não têm tempo, logo menos paciência e não chegam a acompanhar nada. Quando vão a ver “ai não pode ser, o meu filho/a era incapaz de tal coisa”.

Depois é isto. É o que se vê. É o que se tem visto. Mas isto que vai parar às redes sociais é uma percentagem mínima do que vai por aí. Já experimentaram sair à noite e ver a educação dos miúdos que andam por lá? A postura deles? Já experimentaram perguntar a adolescentes do porquê de certas situações a acontecerem na escola? Como eu já ouvi “aquela faz não sei o quê para se manter no grupo”; “aquele fez isto porque aquele mandou”. Right. Cada cabeça sua sentença. Mas tenho pouca fé em muitos jovens que andam por aí para o nosso amanhã. Para se ser homem e mulher não basta sê-lo apenas pelo sexo com que se nasceu. E acreditem que um dia mais cedo ou mais tarde vão perceber que o ser bonito por fora estará longe de vos fazer ser uma boa pessoa, ou menos boa, ou má. E geralmente acabam por descobrir da pior forma.

Acreditem que o ter piercings e tatuagens porque sim. O andar com a barriga à mostra e com etiquetas de marcas caras. O ser a miúda mais gira do bairro ou o bad boy que todas idolatram, o terem iphones, ipads e afins de i’coisas com 4987 amigos no facebook, o terem twitter, flickr, instagram não farão de vocês amanhã alguém na vida. O ser o mister do grupo também não, porque amanhã esse grupo vai na volta e deixa de o ser. É preciso um bocadinho mais. A começar por valores. Educação e respeito. E nem precisa de ser para com os outros, para com os velhinhos ou com as crianças. Basta começar por vocês mesmos. Dar-se ao respeito isso sim é bonito. E está sempre na moda. Eu sei que há idades em que a visão é turva e não deixa ver isso, mas acreditem que é melhor usarem óculos mais cedo e mais tarde não precisarem deles que vice-versa.

10
Abr15

Dia dos Irmãos!

Maria

Manos <3

Eu até podia contar as vezes que me escondia debaixo da mesa da sala na hora que o mano estava para chegar da escola, só para o ouvir perguntar “Onde está a Maria?” era o momento “querido” antes de voltarmos ao cão e gato. Eu até podia contar como ele me levantou o dedo a avisar que ai de mim lhe pegasse na bicicleta vermelha que tanto estimava, visto que eu nem sequer sabia andar e já se sabia o desfecho. Não só peguei às escondidas como rua abaixo aprendi, o problema é que só parei no meio das silvas e cheguei a casa sem bicicleta. Anos mais tarde teve a sua nova bicicleta de montanha parece que ainda estou a vê-lo a lançar-me aquele olhar de “se lhe pegas levas uma malha”. E aqui a Maria teimosinha que chegue foi logo na primeira oportunidade, era quase maior que eu, quase que nem chegava com os pés aos pedais quanto mais pôr os pés no chão mas os muros ajudavam a subir, já quando tive que parar sem muro à beira ou passeio, catrapum lá fomos as duas ao chão. Até podia contar como lhe dava cabo dos carrinhos enquanto ele me tirava as cabeças aos nenucos. Até podia contar como ele gostava do seu saco de boxe e eu não o deixava de melgar até ao dia que pegou em mim e disse que fazia de mim como ao saco de boxe. Até podia contar como puxei a toalha da mesa num aniversário dele só porque também queria uma festa para mim. Até podia contar como levávamos a minha mãe ao limite até apanharmos os dois de tão pestinhas que éramos.

Mas… também podia contar como ele me defendia de tudo e de todos. Podia contar como o meu irmão cedo me levou a sair com ele. Podia contar como fui falar com um brutamontes um dia na discoteca porque lhe queria bater e estava a confundir o meu irmão com outra pessoa. Podia contar inclusive que um dia ele ia passar 15 dias de férias a Nazaré com um amigo, só os dois e eu claro também queria ir. Mas que raio iam agora os dois (na casa dos vinte e picos) para irem às gajas e iam levar a irmãzinha mai’nova atrás, era o que faltava. No dia antes de irem perguntou-me “tens a tua mala feita?” (isto não é para todos não) e posso adiantar que foram umas férias fantásticas. Podia contar as quantas vezes eu me chateava com um namorado meu quando andávamos todos na night ou não queria ir embora tão cedo e vinha ter com ele a dizer arranjas-me boleia? Nunca me falhou. Podia contar como os amigos dele é que foram os meus amigos porque independentemente da idade que nos separa levavam-me para todo o lado, jantaradas, nights, férias… Podia contar como chorei baba e ranho dias a fio quando ele foi trabalhar para fora…

Até hoje. Oh pá podia contar tanta coisa destes dois. Tanta coisa sobre o que é isto de ser irmão. Falar de como o sangue que nos corre nas veias foi-me feliz ao dar-me o irmão que tenho hoje… mas faltam palavras. É um amor maior. Assim mesmo nestes milhões de centímetros que nos separam fisicamente mas que nos unem lá dentro.

Eu sou a melhor irmã do mundo, eu sei, mas só porque ele é o melhor irmão do mundo.

* diz a Rádio Comercial

19
Mar15

Feliz Dia Pai ♥

Maria

Colo já não é fácil dar-me mas continuas a não me deixar cair! ♥ ♥ ♥

papi.jpg

E não suportas as minhas lágrimas de forma que vives para o meu sorriso. E quando ele te faz sorrir... o meu coração sente. Pai, resmungamos tanto, batemos de frente, rimos para lá das gargalhadas até as queixadas doerem e até dizeres "pára não posso mais" ! E eu digo vou, e ainda hoje, me lês os cuidados, me pedes atenção, me mostras que te preocupas (filhos criados, trabalhos dobrados já dizia a minha avó). Gostas sempre de dar a tua opinião de tudo em mim e quando a saia é mais curta o teu "olha que está frio" leva-nos às gargalhadas. A chave do carro é sempre minha. Agora quem te conduz sou eu. Nunca tiveste medo? Perguntei-lhe algures. "Já, quando na primeira vez que pegaste no carro aceleraste a ponto de eu pensar que me atiravas ao rio, e tu sabes como eu não gosto do rio, perto! Agora cala-te e conduz, tenho lá eu medo". Gostas de me pedir opinião, fica bem Maria? Gostas que te ouça a falar das estrelas mesmo que no fim me digas "Não ouviste um car@lho". Não gosto que me digas que estás velho. Gosto agora que me vens dizer que te lembras do tabaco quinhentas vezes ao dia, mas que estás forte na luta. Tu és forte, meu Pai. Eu sei.

E é isto e por isto, e por tanto mais, que te amo. Que faz de ti esse meu Pai e eu de ti essa filha. Que o tempo muda, nós crescemos e vocês envelhecem. E dá medo. Recapitulando: E é isto e por isto, e por tanto mais que te amo. Que faz de ti esse meu Pai. Que os tempos mudam, nós crescemos, eu e tu crescemos juntos.

Um sorriso de Feliz Dia do Pai a todos os pais, a todos os pais que se orgulham de sê-lo, a todos os pais cujos filhos vivem orgulhosos. A todas as mães que tiveram de ser pais. Um sorriso àqueles que já não os têm fisicamente. Um sorriso especial ao meu segundo pai, meu padrinho, que sei que sempre me acompanhas onde quer que efectivamente estejas e um beijo mais que especial ao melhor Pai, o Meu.

Amo esta música

22
Dez14

Do meu Natal. Do sentido. Do coração. Dos valores.

Maria

Eu sempre adorei o Natal. Sim se me perguntarem por memórias. Tenho tantas. Boas. Natal sempre me foi especial. O Natal na infância, quando toda a família se juntava na mesma mesa, onde não existiam cadeiras mas sim bancos que arrastávamos naquele chão de cimento, junto aquela lareira de “céu aberto” naquela casa de pedra fria. Lembro-me de haver chocolates aos molhos. Rabanadas da tia, o Bolo Rei que ninguém queria a fava, aletria da mãe, sonhos, bolinhos de abóbora feitos pela vizinha como ninguém, pão-de-ló. After Eight(que desde então amo). Frutos secos dos mais variados em cada tigela. Lembro-me ainda hoje quando diziam “crianças vão espreitar ao andar de cima se já vêem o Pai Natal. Lá íamos nós, feitos tolinhos atropelar-nos nas escadas a ranger da velha madeira para nos aproximarmos da janela que por entre as vides deixava ver a entrada para a cozinha onde todos estavam. Lembro-me inclusive, de antes mesmo de querermos ver o Pai Natal, queríamos ouvir o som da bengala que sempre o acompanhava. A original bengala de madeira com campainha. Que frenesim. Na cozinha, das crianças eu a única rapariga. Eram os pais, o mano, os primos, os tios, as tias e a avó. A grande mulher. A grande Avó. Aquela que conseguiu com que estas memórias me sejam ainda hoje nostálgicas. Sim havia as meias que sempre se oferece, o pijama, ou mesmo os chinelos. As luvas, os gorros, os cachecóis. A roupa porque sempre foi o essencial e claro os brinquedos. Querem saber? A melhor prenda era estarmos ali. Todos. Sempre foi. Sempre será. Muito mais agora que já não o é. Faltou a grande mulher. Falta. E tudo mudou. Tudo. Menos os valores que me ensinaram. E esses sempre fizeram com que o Natal fosse a festa da família e nunca passasse a ser esse dia de comércio que cada vez mais querem fazer. Ainda hoje ou melhor ainda mais hoje o presente é secundário. Natal para mim é mesmo família. Talvez por sentir uma enorme falta de quando foi apenas isso. De quando havia família junta. Naquela casa. Talvez por sentir a falta daqueles cheiros que nunca mais foram os mesmos. Ou daquele calor da velha lareira. Dos pratos lacados ou das malgas da sopa das panelas pretas da fogueira. Ou mesmo porque hoje já não partilho a mesa com os primos, com os tios e tias, com a avó ou mesmo com o mano.

Talvez por isso eu não ligue a presentes. Os meus valores não mudaram. O Natal só me faz sentido quando à mesa consigo juntar um pouco do que acho ser Natal. E isso é raro e não há presente que me encha o coração desse vazio preenchido pela melancolia de saber o que é o Natal. Para muitos é a noite da troca de presentes. Para mim isso é secundário. De coração. E pouco ligo quando não recebo nada. Mas continua a doer quando não tenho os meus comigo. Muito.

01
Jun14

Da criança que todos temos dentro de nós...

Maria

Tenho saudades de jogar à bola na rua e não ter a noção do porquê de insistirem no “cuidado com os carros”. Tenho saudades de ter os joelhos esfolados do skate, dos patins e dos malhos no campo de futsal em cimento. Tenho saudades de com dois blocos de cimento e uma tábua fazer uma baloiço, de andar de bicicleta sem medo mesmo não chegando com os pés ao chão. De insistir em jogar ténis com uma raquete profissional mesmo não tendo força sequer para a levantar. Tenho saudades de fazer covas na terra e jogar ao berlinde rastejando no chão. Saudades de esconder os carros do mano no congelador ou no quintal. Tenho saudades de me perder nas horas no recreio da escola depois das aulas terminarem. De subir às árvores para roubar fruta. De me esconder nos campos de milho ao jogar à cuca e no dia seguinte ouvir os vizinhos dizer “ai se eu descubro quem andou em cima do milho”. De entrar sem medos no tanque de água gelada e aquilo parecer uma piscina olímpica. De cozinhar apenas em panelas de plástico. De ter um bebé filho/sobrinho/afilhado lindo que só dava trabalho quando nós queríamos e dava-se pelo nome de Nenuco. Tenho saudades de ter a minha cadela pastora alemã a ir-me buscar à escola e proteger-me as costas como ninguém. Saudades de ver a roupa deixar de me servir porque estou em fase de crescimento. Saudades de não ter que ir ao hospital ver ninguém porque aquilo não é lugar para nós. Saudades de não ter a noção do porquê as pessoas seguem caminhos diferentes e não olham mais para trás. Tenho saudades de ter perto, os tios, os primos, o mano, o melhor amigo, as amigas e a minha aldeia ser um Mundo. Tenho saudades de jogar basquete sem ter medo de partir as unhas. Tenho saudades de faltar às aulas só porque o estar a beber finos e a comer tremoços faz muito mais sentido. Saudades da loucura das sextas-feiras à tarde na discoteca. Saudades de ser feliz com uma nota de 500 escudos. Saudade da liberdade que sentia por ter um cartão de estudante com autorização para sair. Saudades de não saber o que são redes sociais. De não ter que andar com telemóvel. E de encontrar sempre quem eu queria onde sabia. De falar sozinha e não acharem que posso estar doente. De cair à noite à cama e adormecer antes mesmo de tirar a roupa e alguém vestir-me o pijama. Tenho saudades de abraçar, beijar e dar as mãos a alguém sem medos, sem maldade, sem segundas intenções. De não entender. De sorrir sempre e só chorar porque o tombo que demos valeu uma grande ferida.

Saudade desta criança que temos dentro de nós que a cada fase que passa perde mais um bocadinho da inocência que caracterizou a nossa infância, a nossa juventude, o início da nossa maturidade e agora nesta seca do ser adulto. Tenho saudades de não saber o que é ter saudades.

Todos temos uma criança dentro de nós e eu tenho saudades da inocência desta minha criança.

10
Abr14

Em dia dos Irmãos!

Maria

Quando nascemos não vimos programados, se calhar um dia, mas hoje ainda não. Tão só por isso nem tudo o que vem de sangue é o que durante a vida nos é mais próximo. A vida molda-nos, moldando aquilo que pelas regras da vida está imposto numa lista. Às vezes seguimos outras tantas nem por isso. O grau de parentesco já há muito que deixou de ser o mais importante na caminhada da vida e na construção do nosso eu. Não é para todos, mas para muitos. É claro que se tenho quem me é mais amigo fora os laços de sangue será mais importante. Já tive uma amiga e uma prima a casarem no mesmo dia. Seria injusta para comigo mesma se optasse pelo casamento da prima que raramente mantenho contacto ao invés de ir ao da minha amiga que partilhávamos o dia-a-dia. Para muitos é inconcebível para outros tantos é igual ao litro para mim é dar importância a quem faz parte do meu eu, independentemente do sangue que nos corre nas veias.

Agora quando falo de irmãos, oh pá dá-me cá dentro um nó. Isto de irmãos viverem de costas voltadas, de não se falarem, de se anularem uns aos outros, de não conviverem, dá-me urticária. Talvez por sempre ter tido uma relação com o meu irmão assim pra lá de espectacular. Talvez por desde pequenos e com uma diferença de idade de sete anos termos passado por fases difíceis em que era como o cão e o gato, mas sempre juntos. Talvez por o meu irmão, sendo o mais velho nunca me ter deixado para trás, nunca ter deixado de me levar com ele para sair, nas férias, para o grupo de amigos dele que passou a ser também o meu, mesmo com esta diferença de idade. Talvez por nunca termos falhado um com o outro, por não deixarmos de ser os melhores amigos e arranjar desculpas para as nossas asneiras. Talvez por termos ultrapassado o “trauma” de que sempre me tirava as cabeças dos nenucos e eu sempre fazia de tudo para lhe destruir os carros. Talvez por sempre que me chateavam ele estava lá a proteger e porque apesar de mais nova impunha-me quando lhe queriam tirar a razão. Talvez por quando ele teve que sair de cá, nós estarmos na idade em que eu já não precisava dele para sair mas com ele é que fazia sentido. Eramos do mesmo grupo quem faltava fazia falta, então o meu irmão.. Talvez por estarmos há já alguns anos a lutar diariamente com esta cena chata da distância que mói. Talvez por ainda hoje falarmos todos os dias e talvez por ainda hoje a protecção mutua se sentir.

Enfim o que eu tenho a dizer é que o meu irmão tem uma sorte tremenda em ter-me como irmã, no entanto o sentimento é recíproco. ♥

[sim, eu ia puxar-lhe a orelha :) ]

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