Karma is my middle name.10
Qual é a probabilidade de estares de baixa pela primeira vez na tua vida e nessa mesma semana, teres dois feriados em dias úteis?
Pois. K-A-R-M-A. E o meu é gigante!
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Qual é a probabilidade de estares de baixa pela primeira vez na tua vida e nessa mesma semana, teres dois feriados em dias úteis?
Pois. K-A-R-M-A. E o meu é gigante!
Às vezes dá medo. Às vezes custa mesmo acreditar que tudo vai ficar bem, até porque, nós sabemos que não ficará para todos, tudo bem.
Às vezes dá medo. Mesmo ali por trás do enorme sorriso com que abres a porta assim que sais do quarto pela manhã para enfrentar o mundo. Nem que seja esse mundo que fica fora de portas, mas que ajudas a segurar aqui dentro de casa junto com os teus. Ou pelo menos por eles. Por nós. Pelo outro.
Às vezes dá medo. Como as coisas se processam agora rápido demais. Como se perdem vidas, como se magoam pessoas, como nos sentimos incomodados com um simples passo fora de casa. Como não sabemos bem lidar com os outros. Como olhamos de cabeça baixa para os outros.
Às vezes dá medo. Saber que nada será assim como sempre foi. E que para chegar lá perto sabemos nós o que caminho que temos a percorrer, as pessoas que não vamos ver e as pessoas que se vão afastar.
Às vezes dá medo. As histórias que nos chegam. As vidas que se continuam a perder. E o esforço que continua a ser feito.
Às vezes dá medo. Mas temos que começar a enfrentar, fora de portas o inimigo invisível. Com cuidados. Mas na fé e na esperança, ainda que com medo.
Às vezes dá medo. Toda esta saudade de gente, de normalidade, de querer ir passear, de férias, de ir jantar, de conviver, de reencontros, de visitar família, mas sobretudo de abraços sentidos.
Foram dois meses daqui. A olhar pela janela e a tentar acreditar vai ficar tudo bem. Mesmo que, com medo e a saber que não vai ficar assim tão bem para todos.
Voltaremos. Ainda a medo. Voltaremos a tentar ser fortes. A tentar manter a normalidade. Convictos que isto vai passar e na esperança de também nós fintarmos esta ameaça invisível que está por aí, em todo lado. A tentar continuar a proteger os nossos. Com essa força que nos fará ser mais nós. E que sejamos mais conscientes. Resilientes. Melhores pessoas - a olhar o próximo e a diminuir a proporção do nosso umbigo.
Estamos sempre a aprender. E esta é mais uma fase de aprendizagem que ficará na nossa história. Na minha. Na tua. Na dos nossos.
Hoje ao 63º dia, é talvez o meu último dia de teletrabalho e segunda-feira provavelmente já sairei de casa a tentar voltar à normalidade que tanta falta me faz. A tentar voltar a uma rotina fora de portas. A tentar ir - mesmo que em dias com medo. Eu sei, mas também sei que o importante agora é ir, mesmo com medo.
Coragem Maria, coragem. Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte - mas desta vez - a acreditar que vai #ficartudobem - a vida não tem sido fácil para ninguém, por este mundo fora principalmente àqueles que continuam lá, na linha da frente. Por todos nós. E depois por eles.
Sanidade mental desse lado, como está a correr isso?
Foi no dia 13 de Março que decidi a minha quarentena voluntária, mas foi no dia 16 de Março que fui buscar as trouxas ao trabalho para começar o teletrabalho por cá, em casa. Há um mês. Escrevi aquele texto que nunca sonhei na vida escrever. E mais, agora um mês depois tudo estar mais ou menos no mesmo ponto. Em casa a trabalhar com o escritório aqui montado. Sem saber quando volto e sem saber quando isto acaba. A diferença é que um mês depois temos quase 600 mortos e mais de 18.000 infectados confirmados.
Num mês, fui duas vezes ao trabalho e nessas duas vezes aproveitei para ir ao supermercado fazer compras cá para casa. No trabalho continua quase tudo igual. E digo quase porque continua-se a trabalhar, para o estrangeiro, não com o movimento num outro ano normal nesta altura, mas a agradecer todos os dias a coisa não ter descarrilado, até à data muito.
Trabalhar em casa não é de todo uma cena maravilhosa, mas agradeço ter que sair o mínimo possível de casa e faço a minha parte no que diz respeitar a quarentena.
Há dias melhores que outros. A parte de ter bastante trabalho ocupa-me basicamente quase o dia todo e isso é óptimo. No entanto há dias menos bons. Por já estar nisto algum tempo. Por ter saudades de muita coisa, principalmente de ouvir presencialmente as minhas pessoas, família e amigos. Pelos abraços. Pelos beijos das minhas pequenas. Pelas jantaradas e confidencias com a minha melhor amiga enquanto brindamos, pelo pegar no carro e ir dar uma volta. Por espairecer fora de portas. Por ter falhado o aniversário da minha afilhada de quatro anos. E tivemos a Páscoa e o que me faz falta desta época é mesmo o sentar-me à mesa com a família, nesta casa ou naquela e aquele convívio. A sorte é que ainda moro na melhor rua do mundo, com os melhores vizinhos e aqui leva-se muito à letra ir para a varanda conversar.
E por talvez, há um mês não fumar. E quem é que vai deixar de fumar, logo numa altura de confinamento em que te apetece bufar a toda a hora por tudo e por nada? Não fumar nesta situação é do caraças. Acreditem. Eu não disse que deixei de fumar, que isso é todo um processo que nunca sei se vai começar e ter pernas para andar - quando quem me segue há mais tempo sabe que já parei algumas vezes de fumar e uma das vezes durou 22 meses. Mas não fumo há um mês. Ainda não me apeteceu cortar os pulsos, nem subir paredes e acho que ainda não comecei a delirar mas... acredito que contribui bastante para ter níveis de sanidade mental a oscilar muito diariamente.
Coragem Maria, coragem. Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte - mas desta vez - a acreditar que vai #ficartudobem, logo #ficaemcasa!
Sanidade mental desse lado, como está a correr isso?
Acho que nunca pensei na vida escrever um post assim. Acho que nunca me passou pela cabeça algum dia o fazer. Mas como a mim, acho que a muito de vocês. Isto era mesmo coisa para nos passar ao lado e não chegar cá. Até que chegou, está para ficar e a nossa melhor arma para o enfrentar é tentar ficar saudáveis em casa.
Ontem, depois de dois dias em casa, fui trabalhar. E não vi lógica nenhuma nisso (eu e a cagufa que tenho, e quem me segue algum tempo sabe, das minhas crises de garganta e neste momento não pode haver a hipótese de ter que ir a correr para um hospital fazer nebulizações com corticoides) de ter que me deslocar para o trabalho e expôr-me. Mas isso acho que devia ser para quase todos possível. Porque as empresas de hoje ou amanhã terão mesmo que fechar e é melhor fechar com pessoas saudáveis que com pessoas já doentes. Mas somos o país do "logo se vê".
É verdade, peguei literalmente nas minhas trouxas e montei o escritório cá em casa. Não é fácil. Não tenho o espaço que preciso, mas uma pessoa dá o jeito para que as coisas se façam. Há muito skype e messenger para o trabalho e para as outras empresas com quem trabalho.
Eu, que trabalho maioritariamente com o estrangeiro e estou a ver os próximos tempos bem difíceis, vou tentar manter as coisas alerta desde casa. Aqui, com esta vista, perdida nas montanhas, no rio, com ar puro (espero) e a fazer figas "vai ficar tudo bem".
Espero que desse lado se mantenham também seguros. Se possível em casa. E se andarem na rua para o essencial tenham cuidado.
Aos profissionais de saúde continuo a agradecer, após estes dias , o incrível trabalho que estão a fazer e os riscos que estão a correr do trabalho em excesso e das poucas horas a descansar. OBRIGADA!
Coragem Maria, coragem. Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte - mas desta vez - acredito que não seja muito mais fácil para quem vive nos grandes centros!
Sim, basicamente hoje falo do lado oposto. Normalmente começaria por comemorar os 13 anos sem pertencer aos "quadros" do desemprego... mas hoje falo da sorte que esta empresa tem, em me manter cá há treze anos (ahah). E isto é uma típica relação normal. Altos e baixos. Quase desistências. E dias muito bons. Luta dia após dia. Dias com menos fé e dias que só se olha para o futuro. Juntos.
Continuo a dizer que não me acreditava neste dia se mo tivessem dito lá no início. Mesmo após as primeiras semanas. Que foram bem difíceis e onde fui, literalmente deitada aos lobos. Assim mesmo sem ninguém ali com paninhos para enxaguar tanta lágrima que deitei e acalmar os nervos que aquilo me deu. Foi ali que comecei a ganhar cabelos brancos. Acreditem. Não foi nada fácil. Não é. Por muito que eu faça parte da mobília e isto seja já muito "Eu" há dias não.
Afirmo novamente:
Atentem numa coisa, isto é um abre olhos para aqueles que começam num trabalho novo e é difícil, às vezes as coisas depois descomplicam um pouco. Às vezes vale a pena não ir pelo caminho mais fácil - desistir.
Continuo a lembrar-me como se fosse hoje a primeira vez que pisei esta empresa. Lembro-me tanto das primeiras peripécias. Lembro-me de cá chegar e chorar a dizer que não aguentava uma semana. Uma semana que passei quase sempre a panicar com os nervos, o stress e as peripécias. Quem diria. Aqui estou Eu!
Continuo a ter mil e duas peripécias para contar desta empresa que já me trouxe tanta coisa boa e algumas menos boas, o que é perfeitamente natural. Quem me segue há mais tempo conhece bem algumas peripécias que vos conto porque na sua maioria são mesmo de arrancar risadas. Isto realmente, tem dias que é de loucos.
Já chorei, mas já dei tanta risada boa, tanto com os funcionários, como com o boss, com os clientes (esta foi óptima), com os fornecedores ou mesmo com outros indivíduos que me aparecem à frente. Estou mais que atrofiada é certo. Fazer o quê?!
Mas isto é família.
E eu continuo a agradecer por nos dias que correm, nestas crises que fui ultrapassando, ter trabalho. Continuo a agradecer as oportunidades que me vão sendo dadas. Continuo a resmungar todos os dias para sair da cama pela manhã, queixo-me pela cabeça massacrada com que chego muitas vezes ao fim do dia, bato o pé pelas vezes que ganho um cabelo branco por aturar gente que me tira do sério, dias há em que me revolto por ter tanta coisa nos meus ombros que às vezes me tira o sono, mas caramba, se ficasse em casa, se não tivesse trabalho, se fizesse parte da enorme lista de desempregados do país, aí sim o atrofio seria muito maior.
São 13 anos de trabalho na mesma empresa. Como isto passa tão rápido, tão rápido mesmo, como isto é tão importante! Mas a empresa também está de Parabéns por me ter porque sempre tento ser uma funcionária exemplar. Sei que me tratam como parte importante, como sendo da família e sei que sou mimada também, porque me respeitam e sabem o quanto dou de mim a esta empresa - e aqueles croissants que me trazem pela manhã são um exemplo.
Pensei não aguentar uma semana. Passaram treze anos!
É um exemplo de superar expectativas. De não desistir. De não ir pela primeira impressão. De superação. É realmente, um abre olhos.
Hoje é mais um dia cá. Amanhã também.
Receber presentes.
Já viram alguma fashion blogger / influencer receber uma grade de cerveja? De meio litro cada? Directamente da Alemanha?
Ah pois é!
É notório. É por estas e por outras que, como vocês sabem, não sou e nunca serei uma Fashion Blogger.
[sim, houve um cliente que mandou uma grade de cerveja para cada funcionário da minha empresa!!]
Muitas vezes fazem-me essa pergunta quando se fala da minha empresa. Tantos anos na mesma empresa não é fácil. E acredito que, visto de fora, algumas sejam as dúvidas e as suposições.
Já aqui falei. E tenho sempre o prazer de o dizer. O que me faz ficar cá tanto tempo são as pessoas. E num emprego, num trabalho diário, numa casa onde passas tanto tempo como na tua, ou mais (pelo menos acordada) são as pessoas que te fazem o ser e o querer estar. Quando pensam que é o dinheiro que move. Não, não é. São "bolos" diferentes. É importante. Mas para o nosso bem estar não é só o dinheiro que conta...
Percebam porquê.
Faleceu ontem o "Manuel". Que sempre apelidei carinhosamente de "meu Manelzinho" aqui na empresa. Quando cá cheguei, ele já cá estava. E foi sempre um querido comigo. Um amigo mais velho trinta anos. Que me aconselhou. Me deu dicas. Que muito desabafou. Que amava a família e babava pelas filhas...
Trabalhamos juntos cerca de três, quatro anos não sei precisar e acabou por sair. Por seguir outro caminho.
Ás vezes ali aparecia ele no meio da produção a levantar a mão. Vinha cá ver como estávamos, dar um Oi. Contar que estava bem. Do que andava a fazer. Sempre que passava por ele na rua, aquele sorriso e aquele levantar a mão era certo.
Aqui na empresa não somos muitos. Somos família. Desde o início. Fui recebida assim há mais de doze anos. E continua-se a receber assim quem vem por bem.
O "Manelzinho" já cá não trabalhava há alguns anos. Mas foi da família. E ficou.
Hoje a empresa encerra para nos irmos despedir dele pela ultima vez. Todos.
Mesmo que já não trabalhasse cá na empresa. Foi família. Esta empresa é isto.
Até sempre "Manelzinho"! <3
A Rádio Comercial diz que hoje é dia de mimar os colegas de trabalho.
Nem de propósito. Quem me segue nas redes sociais sabe que sou mimada muitas vezes no trabalho por croissants frescos e fofos logo pela manhã, mesmo dizendo que estou a tentar fazer "dieta". Nem de propósito, hoje trouxeram-me, não um, mas dois maravilhosos e fofos
donuts!
Um café sem açucar tão pequeno e os donnuts tão grandes!
Fazer o quê?
Eu não me queixo dos meus colegas de trabalho por boicotarem a minha dieta e vocês?
De manhã no trabalho eu com um ataque de tosse, até que o boss diz:
- Esse pigarro ainda é do nó na garganta, Maria?
Nó na garganta? Pergunto eu, completamente a leste...
- Sim, ainda deves andar com nó na garganta desde sábado!!
...
...
(referia-se claro ao clássico, o que eu faço com uma pessoa destas!!)
Se alguém me dissesse lá nos inícios, que este dia ia chegar, eu não acreditaria.
Não foi fácil e nem o é. Por mais que já seja rotina, que já lá tenha tanto "Eu". Continua a haver dias nada fáceis.
Atentem numa coisa, isto é um abre olhos para aqueles que começam num trabalho novo e é difícil, às vezes as coisas depois descomplicam um pouco.
Continuo a lembrar-me como se fosse hoje a primeira vez que pisei aquela empresa. Consigo lembrar-me de logo no primeiro dia ter a noção de como aquilo seria passageiro, não passaria de um novo emprego que tinha aparecido por acaso mas que não era lugar para eu aguentar ficar.
Lembro-me tanto das primeiras peripécias. Lembro-me de cá chegar e chorar a dizer que não aguentava uma semana. Uma semana que passei quase sempre a chorar com os nervos, o stress e as peripécias. Quem diria. Estou lá há doze anos!
Lembro-me de poucos dias depois de lá ter começado a trabalhar o encarregado me dizer "em três tempos se não fores embora, ou tens uma panca como nós ou vais ficar com uma", hoje acredito que já tinha mas cada vez a panca dá sinais de piorar. Efeitos colaterais. Nada a fazer. O encarregado já foi embora mas agora afirmo, foi das coisas mais acertadas que me disse.
Lembro-me de não ter achado nada piada a só haver homens na empresa, não tinha ninguém com quem dar dois dedos de conversa feminina. E vinha de uma empresa equilibrada em géneros. Mas com o tempo percebi que foi a melhor coisa que me podia ter acontecido, uma pena não haver um achado no meio deles que me despertasse a alma, mas não. Ligações unicamente profissionais nestes doze anos.
Tenho mil e duas peripécias sempre para contar desta empresa que já me trouxe tanta coisa boa e algumas menos boas, o que é perfeitamente natural. Quem me segue há mais tempo conhece bem algumas peripécias que vos conto porque na sua maioria são mesmo de arrancar risadas.
São doze anos e isto realmente, tem dias que é de loucos.
Já chorei, mas já dei tanta risada boa, tanto com os funcionários, como com o boss, com os clientes (esta foi óptima), com os fornecedores ou mesmo com outros indivíduos que me aparecem à frente. Estou mais que atrofiada é certo. Fazer o quê?!
Continuo a agradecer por nos dias que correm, nesta crise que parece que ganhou raízes, ter trabalho. Continuo a agradecer as oportunidades que me vão sendo dadas. Continuo a resmungar todos os dias para sair da cama pela manhã, queixo-me pela cabeça massacrada com que chego muitas vezes ao fim do dia, bato o pé pelas vezes que ganho um cabelo branco por aturar gente que me tira do sério, dias há em que me revolto por ter tanta coisa nos meus ombros que às vezes me tira o sono, mas caramba, se ficasse em casa, se não tivesse trabalho, se fizesse parte da enorme lista de desempregados do país, aí sim o atrofio seria muito maior.
Como eu agradeço por ter trabalho. Dia após dia. Do muito que vem um dia ou outro que me apetece queixar... e ao ver tanta coisa ao meu redor não tenho de quê... as coisas vão-se ajeitando. Por mais que tenha dias na corda-bamba.
São doze anos de trabalho na mesma empresa. Como isto passa tão rápido, tão rápido mesmo, como isto é tão importante! Como me lembro tantas e tantas vezes disto quando pela manhã a caminho do trabalho venho a querer resmungar por ter precisado de uma grua para me tirar da cama. Mas... ainda bem. Continuo a chegar lá e a ter orgulho de ver que "aquilo" também já tem muito de mim.
Pensei não aguentar uma semana. Passaram doze anos!
É um exemplo de superar expectativas. De não desistir. De não ir pela primeira impressão. De superação. É realmente, um abre olhos.
Amanhã lá estaremos.
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