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SorrisoIncógnito

Todo o sorriso é apaixonante devido ao incógnito que o ofusca! SORRIR_um estado de espírito...

06
Fev18

Peripécias deste lugar à beira Pólo Norte plantado.

Maria

-2ºC 

Quando o teu rádio, como forma de protesto por o teres deixado a dormir ao relento resmunga contigo. E como? Remetendo-se ao silêncio...

20180206_090040.jpg

 

Sim é isto. Até o rádio parou de funcionar. Por isso imagino as temperaturas de madrugada...

As manhãs no inverno estão longe de serem aquilo que tu achas que elas poderão ser.

Se gostas de olhar pela janela para teres uma primeira impressão de como estará o dia cá fora, esquece. Está tudo muito bonito. Céu azul lindo. Poucas nuvens. Sol radiante. Pões um pé fora da porta e os dois graus negativos até te congelam a alma.

Aquele descer as escadas a olhar para o carro é o processo mais doloroso, muito mais que a espera da água na mangueira congelada. E é toda uma ventura para te lançares à estrada.

Coragem Maria, coragem. Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte.

01
Fev18

A minha rua é melhor que a tua #6

Maria

Sim. Por aqui continua-se a ter os melhores vizinhos. Principalmente quando te dão "bons dias" tão - digamos que - originais.

Hoje vou a entrar no carro para vir trabalhar e ouço a bom som da janela da minha vizinha:

"Se tivesse um filho homem dava-to! Oh rapariga mai' jeitosa pá"!

Eu já disse que a minha rua é melhor que a tua? Pelo menos conseguiu fazer com que a minha viagem para o trabalho não passasse sem umas boas gargalhadas. A minha rua é melhor que a tua. É isso.

11
Dez17

A tempestade "Ana"!

Maria

Ontem era dia de tempestade "Ana". O alerta tinha sido dado e os avisos mais que distribuídos. O Norte estava em alerta com aviso vermelho, devido principalmente ao vento forte. Seria então um típico domingo morrinhento dentro de portas. Como sabem, moro ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte, numa terra que tem o vento como nome do meio, mas... aquilo que vi e ouvi ontem ultrapassou tudo aquilo que me lembro de até à data ter ouvido. Mesmo ali naquele pedaço de terra que já se vai habituando em ser conhecido como a terra do vento.

Durante a tarde tive uma única fuga de casa, para ir dar colinho à afilhada mai'nova, que mora tão longe como a casa ao lado e já aí o vento estava forte, o que me fez quase cair pelas escadas abaixo e como era impossível abrir um guarda-chuva foi correr o mais que pude e nem assim evitar ficar toda encharcada.

A coisa tendeu a piorar, aliás como era o alerta - entre as 20 e as 2 horas da manhã de hoje.

Tinha-se combinado ver o jogo do [meu] FCP juntos, mas foi abortada a saída de casa visto que o tempo não estava propício e muito menos convidava. Já depois do Porto marcar os 2 ou 3 primeiros golos tudo começou a intensificar-se.

O barulho cá fora assustador. Cada vez mais. Parecia que as persianas estavam a tentar ser arrancadas. Ouviam-se barulhos estranhos no exterior da casa, mas fora de questão ir espreitar. Aquilo assobiava por todos os cantos. E eu enrolada na mantinha só pedia para que aquilo passasse rápido. A chuva até não era muita, mas o vento. Minha nossa o vento era claramente sentido. Até que por uns segundos - gigantes - aquilo estremeceu tudo. Barulhos muito fortes e a luz foi abaixo. Ficou-se ali às escuras a ouvir-se o tumulto que se passava cá fora. 

De repente acalmou.

Um silêncio assustador. Depois daquela rebeldia toda. Continuou-se sem luz.

Abri uma das janelas e espreitei cá fora. Consegui ver que a rua estava cheia de restos de uma placa de pladur. Não quis ver mais. Estava frio. Fechei a janela, ainda sem luz e deitei-me.

Eu, que tenho insónias e que para dormir é os cabos dos trabalhos passei quase a noite em claro. Sempre em alerta quando começava a soprar um pouco mais. Depois foi a chuva.

A luz voltou. Liguei-me à internet e vi as ultimas actualizações. Infelizmente muitas ocorrências. Só queria dormir e que tudo já tivesse passado.

Acordei ainda escuro e esperei que se fizesse luz. Abri a janela:

 

20171211_082820.jpg

 

Está frio. Nevou na serra e começa a sentir-se o gelo. A chuva continua. Não usei a estrada habitual para o trabalho porque nestas alturas fica bastante perigosa - nem imagino como esteja. Vim por uma alternativa. Mesmo assim, vi árvores caídas. Acidentes. Condutores com condução irresponsável face ao estado das vias. Bastante sujas. Muitas folhas. Ramos de árvores. Terra. Escoamentos entupidos. Lençóis de água. Placas destruídas. Outdoors arrancados. Estruturas feitas num oito.

Cheguei ao trabalho bem depois da hora de entrada mas bem. Todo o cuidado a conduzir é pouco.

Já no trabalho, a chuva intensificou-se e houve um trovão que iluminou todo o escritório.

Eu disse. O inverno quando viesse ia trazer tudo aquilo que tem atrasado em chegar.

Que se fechem as portas da serra que está a ficar um grizo mais ou menos e é esperar que não hajam muitos mais estragos.

E coragem Maria! Coragem! Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte.

02
Nov17

Dos 1 de Novembro. Do ser solteira. E dos desbloqueadores de conversa de gente cusca.

Maria

Desde que me lembro, os meus 1 de Novembro é dia de família. De voltar lá, a eles. Aos meus. É dia de reencontros, de sorrisos e abraços. De lembranças. De agradecer muito. De sentir. Ter saudade. De ver a família. De falar, contar novidades. Das inevitáveis e nunca surpreendentes perguntas do estar solteira, dos namorados, do casamento, dos filhos... é dia dos da cidade virem à aldeia e acharem-se os maiores junto dos parolos até lembrarem que nasceram ali. É dia de norte, de descer ao rio. De respirar aquilo tudo. E ficar com ciscos nos olhos.

Ontem não "cumpri" o dia 1 de Novembro. Não fui à família. Não fui ao cemitério, até porque o faço imensas vezes e não preciso deste dia para o fazer.

Ontem foi dia de passeio com a comadre. Fomos ao passeio e às compras.

Hoje a minha mãe liga-me e diz, sabes que ontem falaram de ti lá no cemitério.

Ai sim? Perguntaram se já me tinha casado (basicamente todos os anos o mesmo desbloqueador de conversa!)?

Não. Mas quase. Disseram que tinhas um namorado muito giro. Alto, elegante. Muito bonito. Que ficavam muito bem juntos. E ao que parece é engenheiro.

...

...

Depois de me rir, perguntei-lhe, e tu que disseste?

- Que nos devia apresentar que nem eu nem tu o devíamos conhecer. ahahah

...

(É o que faz pôr fotografias com um primo que não vive cá e vem cá passar uns dias e já pensarem que é o namorado!!! Por acaso lindo, alto, elegante. Muito bonito e por acaso médico. Falham em tudo esta gente cusca. Só a mim?! - btw o que já me ri)

16
Out17

Portugal a arder.

Maria

Incêndios

 

Ontem a vista de minha casa, às três da tarde era esta. O vento forte traz. A minha casa cheirava a fumo. E isto estava longe de ser um dos lugares que por exemplo vi em directo na TV, como por exemplo Tondela. Dá medo. O vento. O fumo. O pânico nas pessoas. A falta de comunicação. Tudo a fugir. Os mesmos desabafos. As estradas sem visibilidade. Os acidentes. E depois a constatação de mortos. Estamos em Outubro. É certo com um tempo fora de normal para a altura, mas como é possível um país a arder desta maneira? Responsabilidades? Meios? Mão severa nesses (des)humanos que matam aquilo que nos dá vida. Uma tristeza. Uma impotência perante estes cenários devastadores. A subida do número de vítimas... E o que a noite encobriu que nos permitiu deduzir que o amanhecer seria negro...

Hoje chego ao trabalho e às nove da manhã da janela, era isto:

 

Nove da manhã a caminho do trabalho e mais pareciam oito da noite. O fumo. O cheiro. Uma calmaria estranha. À entrada das instalações do trabalho algo não estava bem. No parque de estacionamento um "lixo" estranho. Assim que abri a porta do escritório percebi. O chão da parte de dentro cheio de vestígios de fogo. E um cheiro forte e cada vez mais intenso à medida que subi as escadas a fumo. Já no andar de cima e por ser tudo em vidro para a frente das instalações me apercebi realmente do que aconteceu. Ardeu tudo à volta. Aliás ainda fumega... e então que me contaram. Os primeiros bombeiros chegaram às 3 da manhã. E acho que o cenário esteve mesmo mau. Graças a Deus não afectou nada aqui dentro.
Continuo sem ver o outro lado da montanha. Do Rio. Está escuro. As luzes têm que estar ligadas. Continua o fumo. Parece que vem de todo o lado. Triste início de semana.

Sem NADA fazerem os que de direito. Como baratas tontas perante um cenário que nos surpreendesse a primeira vez. Mas não é. E continuam sem planos, sem apurar responsabilidades e é o Deus nosso Senhor nos acuda.

Só apetece dizer, balelas, tretas, ide gozar com o caralhinho que isto é inconcebível. Mais do mesmo.

O balanço é, como seria de prever depois da noite de ontem, catastrófico, com um número de vítimas confirmadas até ao momento (14h) de 31 mortos.

Nilton, numa publicação disse, das frases mais acertadas que li:

"Estamos num estranho limbo onde as calamidades continuam a acontecer e não há nem culpados nem soluções. Pior, as instituições que nos deviam defender, como o Governo, a Proteção Civil, parecem baratas tontas que nunca viram um fogo e foram apanhadas desprevenidas pela primeira vez. Portugal é o gajo que se senta a ver o Titanic vezes sem conta e fica sempre admirado porque o barco foi ao fundo."


Imagino nas situações mais trágicas... muita força a todos os habitantes das terras mais fustigadas e aos bombeiros! Aos bombeiros um bem haja, pela coragem, pela força.

Bombeiros

[Imagem - internet]

 

 

16
Dez16

Peripécias deste lugar à beira Pólo Norte plantado.

Maria

2 graus*. mãos geladas. pés nem os sinto. casaco de pêlo apertado. AC a dar as ultimas (que é como quem diz a funcionar mal com certeza). chuva (partículas de gelo leia-se). nevoeiro. diz que neva nas montanhas mas nem as montanhas hoje consigo ver. garganta inflamada. dores no corpo.

Posso encolher-me dentro desta bola de pêlo e hibernar? Volto no verão!

(e ainda há quem diga que gosta mais do inverno, até dói)

Coragem Maria! Coragem! Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte.

*e estou no trabalho que em casa normalmente ainda desce cerca de 2 graus!

Mais pelo Facebook. Ou pelo Instagram - @sorrisoincognito

12
Dez16

A minha rua é melhor que a tua #4

Maria

É sempre um orgulho falar da minha rua. Porque realmente gosto da rua que me acolhe há tantos anos. Mais, as pessoas que lá vivem. Já aqui falei imensas vezes dos meus vizinhos. E tão só por isso e muito mais, continuo a dizer que a minha rua é melhor que a vossa.

Continuo a ter o vizinho que a família não liga e que continua a ser ajudado por todos lá da rua. E é dele que hoje venho falar, mais uma vez. Ele lá continua na sua vidinha. Sozinho. Pelo que sei sem contacto com familiares e com contacto com os vizinhos. Sempre o mesmo, extremamente bem educado, sempre com um sorriso e uma mão levantada a cumprimentar. Continua a gostar de beber o seu copo e não condeno, muitas vezes acredito que será mesmo a sua única companhia. Nós vizinhos, vamos fazendo o que se pode.

Ontem, combinado anteriormente, foi a minha mãe que lhe deu o almoço. Fez-se assado e partilhou-se com ele. Nesta semana que é particularmente difícil. Soube há poucos dias que está doente...e esta semana recebeu a informação que será agora internado no IPO. Partilhou com os vizinhos que mais o ajudam a notícia e todos ficamos naturalmente "tocados" com a notícia. Principalmente nesta época de família, coisa que lhe falta. Imagino que as conversas e os desabafos que tanto se precisa o "sufoquem".

Ele agradece vezes sem conta o que se partilha com ele e acredito que no fundo seja isso que lhe consola o coração. Nunca sabemos ao olhar para uma pessoa a vida que carrega. E eu espero que lhe esteja reservado o melhor caminho. Porque merece. E que consiga encontrar sempre "vizinhos" que o ajudem.

Eu já disse que a minha rua é melhor que a tua? A minha rua é melhor que a tua. É isso.

23
Nov16

Uma onda de frio vindo de Copenhaga (ou talvez não).

Maria

gelo

O despertador toca, que é como quem diz, o pai trouxe o café à cama (sim a fasquia está alta para arranjar um homem que me trate como o meu pai). Abro a janela do quarto e está um nevoeiro de dar dó. Não se vê um metro à frente. Está muito frio. Volto a cair na cama, só mais cinco minutos. E uma preguiça descomunal. Como é óbvio aqueles cinco minutos foram mais alguns e tudo o resto é a correr, o que é bom para tentar nem sentir o frio. Abro a porta de casa e tudo branquinho. Tudo. O jardim, a rua, os carros, os telhados das casas, tudo branquinho perdido entre o denso nevoeiro. Frio. Volto a entrar, pego no gorro e no kispo com pêlo. Hoje está mesmo frio. Os carros e aquela camada de gelo que os cobre. Sabem aquela chuva molha tolos? Que não chove mas deixa tudo molhado? É parecido, não nevou, mas deixou tudo branquinho e congelado. Coragem Maria!

A sorte do pai sair antes e ter lavado o carro dele e o meu, faz-me despachar senão tudo volta a congelar. Mas devagar, as escadas estão cheias de gelo. Tudo a postos para patinar.

Um grau. Está um grau. Maravilha (só que não). E aí pensei nas luvas que estive para comprar no fim-de-semana mas não comprei com o pensamento parvo - ainda não está assim tanto frio. Ai que bem que sabiam...

Respirar é uma tortura, que aquele ar gelado congela todas as articulações do corpo. Trava a fala. E os olhos ficam meio intermitentes como o sinal de perigo de gelo no carro. Não há condições. Afinal o gelo não veio só de Copenhaga!!!!!!

Agora é assim, mais um ou dois dias de frio sem chuva e menos um ou dois graus e neva. Certezinha.

Coragem Maria! Coragem! Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte.

28
Set16

Boa vizinhança! (A minha rua é melhor que a tua #3)

Maria

Segundo a Comercial, hoje é o dia da boa vizinhança. Mais que uma vez já aqui falei dos meus vizinhos. Da minha rua e vocês sabem, por mais desculpas que tenham, a minha rua é melhor que a vossa!

Tenho tantas histórias de partilha. Ainda hoje à hora de almoço a minha mãe deu à minha vizinha que tem filhos pequenos uma caixa de cereais que nos saiu num cabaz e como não comemos partilhamos com quem sabíamos que ia gostar. Essa mesma vizinha que no fim de semana trouxe uma saca de figos lá para casa.

Por aqui continua a ser assim. Não é troca é partilha.

Partilhamos limões, alfaces, tomates, hortaliça e salsa. Uns têm uma coisa, outros têm outra. Partilhamos os bolos de aniversário, ou mesmo aqueles caseiros que sabemos que gostam. Continuo a adorar os bolinhos de abóbora que a minha vizinha me oferece sempre no natal. Continuo a fazer mousse de chocolate de after eight para os amigos vizinhos que gostam.

As minhas escadas continuam a servir de "esplanada" para as noites de verão onde nos juntamos. A vizinha oferece uma orquídea porque tem duas iguais. O meu pai oferece o piri-piri das suas plantações. Outra vizinha oferece pêras, ou laranjas, ou figos.

Tenho outra vizinha que continua a ir lá jantar quando às vezes a minha mãe faz cabidela. Tenho outros vizinhos que estão fora e sempre que cá vêm juntamos-nos para uma refeição em conjunto. Cada um leva o que pode.

Continuo a ter o vizinho que a família não liga e que continua a ser ajudado por todos lá da rua.

Partilha-se a farinha quando a de uma acaba a horas inconvenientes, ou o leite, ou o arroz. Ou mesmo o pão que já acabou e a padaria já fechou.

Aqui divide-se tudo que se possa. Ajudamos-nos uns aos outros. Partilhamos o que temos. Partilhamos também o coração, porque criamos laços.

Os meus vizinhos são os primeiros a ajudar se virem que se está a precisar. São aqueles que o meu carro avaria a caminho do aeroporto e eles se metem no carro para me ir levar mesmo que isso fique a quase uma hora de distância. Assim como eu dou boleia sempre que alguém precisa quando vou a caminho do trabalho.

A minha rua continua a ser família. Uns mais que outros é normal, assim como é normal ter uma ovelha negra, mas continua a não fazer mossa. E continuamos a não saber tudo da vida uns dos outros. Que não sabemos. Não é preciso. Mas é bom estar lá quando alguém precisa e quando nós precisamos.

Continuo a ter vizinhos que apanham a roupa se começa a chover. Que ajudam a mudar o pneu quando furou. Que vão às compras e que perguntam se precisamos que nos tragam alguma coisa para não termos que ir lá de propósito. Continuo a ficar com a filha da vizinha se ela precisar de dar um saltinho a qualquer lado.

Tenho inclusive ex-vizinhos que nos continuam a vir mostrar a filha que agora cresce longe de nós. Tenho vizinhos que ficam com o meu cão se viajo. Que vêm perguntar se preciso de alguma coisa quando estou doente.

Ainda há dias um vizinho veio trazer um bolo, porque fez massa a mais e deu para dois.

E continuo a pensar naqueles que vivem no mesmo prédio, que nem se cumprimentam e muitas vezes nem se conhecem.

Tenho vizinhos que já me ajudaram muito nas lágrimas e nos sorrisos. Que saio de casa pela manhã e o "Bom dia" efusivo aparece.

E como já aqui disse antes, não é incómodo. Faz parte. E eu gosto disto. Disto típico de aldeia. Desta família de sangue diferente. Mesmo onde uma ovelha negra existe mas não faz mossa. Mesmo onde um deles é um ex meu mas não faz mossa. Mas gosto. Eu sei que é sorte. E agradeço muito por isso. Gosto dos meus vizinhos. A minha rua é melhor que a tua. Tenho uma boa vizinhança. É isso.

16
Ago16

Diz que estou de férias

Maria

Parece que hoje estou a descansar de um longo dia de horas extras sem fim. Estes últimos dias foram tão absorventes que a ultima coisa que me lembro foi de dormir. Na sexta-feira foi o ultimo dia de trabalho antes das férias. Foi um dia repleto de trabalho, sem pausas quase para respirar, foi entrar num escritório às oito e meia da manhã e sair apenas às oito e meia da noite com cerca de meia hora para almoçar lá mesmo. Foi sair de lá a desejar um banho mais que qualquer outra coisa. Foi querer sair de lá sem estar a pensar que estava quase a entrar de férias, mas a querer e muito que tudo estivesse resolvido até àquele ultimo dia. Foi dar pontapés em muitas línguas inclusive na nossa. Foram palavrões. Foi um desligar o PC com vontade. Aliás com muita vontade. Tanta quanto fechar a porta e o portão. E esquecer o telemóvel do trabalho. Mas uns minutos tão escassos que mais uma vez quase nem tive tempo para pensar que aquilo estava feito. Saí do trabalho às oito e meia com uma marcação às nove na esteticista que não podia ser adiada visto que no sábado seria um dia importante. Não sei como cheguei tão rápido a casa,  e entre tomar banho e mandar uma mensagem de atraso à esteticista e comer alguma coisa estava lá. Com o cabelo ainda a escorrer água mas sentadinha para a manicura. Agora que escrevo sobre isso quase fico sem ar tal como no dia. E entre manicure, depilações e pedicure quando cai à cama quase ouvi o despertador a lembrar que estava aí um grande dia. Era o casamento da prima francesa. Era o dia da família. Longe, cansada, mas cheia de vontade de ter um grande dia. Só a caminho caí na real. Era o primeiro dia de férias. Mas logo passou porque o dia foi imensamente preenchido. Tão bom. Sorrisos lágrimas. Família. Muita dança no pé. Caipi blacks. Domingo foi metade do dia de ressaca e a outra metade a receber a família que está fora. Noite noitada na terrinha. Ontem segunda-feira festa da terrinha. Família. Mesa cheia, casa cheia. Muitos sorrisos. O jantar era para nove apareceram sem contar mais cinco. À mesa na pequena sala éramos catorze. Houve espaço para todos, comida e bebida para todos. Alguém disse à mesa - "Quando há vontade tudo se ajeita. Quando se quer dá para todos. Há casas maiores que cabem menos gente lá dentro." Como sabe bem ouvir isso e como eu fico babada com os elogios que dão à minha mãe, por ter o coração que tem e por nunca fechar a porta a quem chega. Hoje foi mesmo para descansar. Nada fiz. Foi literalmente o meu primeiro dia de férias depois deste fim de semana prolongado tão absorvente. Foram uns dias repletos de desculpas para sorrir. E como eu gosto disto!

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