Eu e a maquilhagem
Ultimamente têm me perguntado "começaste a usar maquilhagem?", "namorado novo?" (WTF?!), "já sabes usar maquilhagem?".
Para terem a noção de como grande parte da minha vida a maquilhagem me passou ao lado. Completamente. E quando não passou, sempre foi um desastre. Que continua a ser.
Não percebo nada de maquilhagem. E sou capaz de perceber mais de nomes técnicos de futebol que propriamente acessórios de maquilhagem. Nunca tive problema com isso porque nunca me senti menos mulher por não adorar maquilhagem e nem perceber patavina.
Comecei nos últimos tempos a usar mais maquilhagem e como já tinha dito vou explicar porquê. Eu não ganho muita cor na cara. Uma cena marada de infância... mas na verdade não sou muito de ganhar cor na cara, mesmo quando fico morena a cara está sempre muito mais branca. E a minha cor normal é pálida. Ou melhor como costumo dizer cor lula deslavada. Sim é mesmo. Agora imaginam quando ando adoentada?! Não queiram. Até me costumam dizer "parece que não tens pinta de sangue rapariga" e inclusive já me sugeriram algumas vezes umas pancadinhas na cara a ver se a mesma reage... adiante. Os últimos tempos a coisa não tem facilitado quanto a andar adoentada. E tudo começou no fim do ano passado. E foi exactamente nessa altura, semanas depois de dias inteiros fechados em casa a definhar e a bajular esta cor de lula deslavada que surgiu a ideia. Da minha mãe "Oh rapariga põe lá uma corzinha nessa cara que ainda te fazem o funeral antes de morreres". Sim confesso, eu sou daquelas pessoas que ficando adoentada a minha cara é notoriamente o meu cartão de visita. E não engana. A não ser que lhe ponhas uns pozinhos é de bradar aos céus a palidez.
Ora que começou por aí. Mesmo quase sem pachorra. Comecei a pôr uma base, mais uma cor. A voltar a pôr rimel, o risco preto nos olhos e basta. Começou por aí, algo que já fazia muito de quando em vez. Batons nada. Até que, comecei a olhar para os mate como aqueles que eram capazes de me encher as medidas. Vai daí a experimentar. Passei da que não gostava de batom para a que talvez gosto mais dos vermelhos. Tal e qual. Não houve melhor altura para experimentar. Porque aquilo foi quase um acto necessário para não me atirar para a cama cada vez que me via ao espelho pela manhã e uma tentativa de não me fugirem a sete pés.
Nem todos os dias o fiz claro, mas confesso que houve dias complicados enquanto estava adoentada e que a maquilhagem disfarçou - houve dias seguidos de quase directas - não era bonito de se ver. Eu não me sentia bem. Confesso. E posso dizer que isso foi uma ajuda.
Fiquei-lhe com um gosto. No entanto não me senti melhor por o fazer. Mas marcou diferença. O que não quer dizer que não continue um desastre, porque continuo. E continuo a não saber usar mil e dois produtos, a não querer saber porque existe trezentos e quarenta e dois pincéis para pintar um rosto. E continuo a usar vermelho quando me apetece. Continuo a sair sem maquilhagem um dia e no outro quero tudo. Não quero exageros. Mas não quero regras. Quero maquilhar-me no dia a dia e não o fazer quando vou sair. Se assim for o meu apetite assim será. Ou vice-versa. Quero usar dois dias seguidos maquilhagem assim como uma semana esqueço que ela existe. Essa sou eu. Continuo a ser.
Não sou uma fashionblogger muito menos em maquilhagem. E continuo a dizer - Darem-me uma caixa de maquilhagem é como darem uma caixa de marcadores a um puto. Um autêntico desastre portanto... E mesmo que se faça acompanhar de manual de instruções não melhora a coisa...
PS1.: Eu até já vi vídeos. Tipo "passo a passo" e mesmo assim, é como eu dizer que vou ao Porto e afinal chego a Lisboa. Completamente o oposto.
PS2.: Por falar em maquilhagem hoje estou a fazer uma experiência com um batom vermelho mate da Maybelline que comprei para ver o quanto dura e se marca. Sigam nas stories do instagram.