O despertador toca, que é como quem diz, o pai trouxe o café à cama (sim a fasquia está alta para arranjar um homem que me trate como o meu pai). Abro a janela do quarto e está um nevoeiro de dar dó. Não se vê um metro à frente. Está muito frio. Volto a cair na cama, só mais cinco minutos. E uma preguiça descomunal. Como é óbvio aqueles cinco minutos foram mais alguns e tudo o resto é a correr, o que é bom para tentar nem sentir o frio. Abro a porta de casa e tudo branquinho. Tudo. O jardim, a rua, os carros, os telhados das casas, tudo branquinho perdido entre o denso nevoeiro. Frio. Volto a entrar, pego no gorro e no kispo com pêlo. Hoje está mesmo frio. Os carros e aquela camada de gelo que os cobre. Sabem aquela chuva molha tolos? Que não chove mas deixa tudo molhado? É parecido, não nevou, mas deixou tudo branquinho e congelado. Coragem Maria!
A sorte do pai sair antes e ter lavado o carro dele e o meu, faz-me despachar senão tudo volta a congelar. Mas devagar, as escadas estão cheias de gelo. Tudo a postos para patinar.
Um grau. Está um grau. Maravilha (só que não). E aí pensei nas luvas que estive para comprar no fim-de-semana mas não comprei com o pensamento parvo - ainda não está assim tanto frio. Ai que bem que sabiam...
Respirar é uma tortura, que aquele ar gelado congela todas as articulações do corpo. Trava a fala. E os olhos ficam meio intermitentes como o sinal de perigo de gelo no carro. Não há condições. Afinal o gelo não veio só de Copenhaga!!!!!!
Agora é assim, mais um ou dois dias de frio sem chuva e menos um ou dois graus e neva. Certezinha.
Coragem Maria! Coragem! Tu sabes, a vida não é fácil para quem mora ali um bocadinho abaixo do Pólo Norte.