Vejam só o que fui desperdiçar. Ter um dia daqueles “meus” que me iam encher de orgulho.
E muitas pessoas dizem “Parabéns é a quem nunca fumou” e eu digo, é isso mesmo parabéns a quem nunca fumou, mas muitos parabéns a quem entrou no vício e conseguiu sair e falando por experiência própria é preciso muita força e muita vontade para o conseguir fazer. Eu orgulhei-me durante muito tempo de o conseguir e escrevi aqui mês após mês até um ano a minha luta. Porque era um orgulho, porque era uma força de vontade interna aliada a uma vitória pessoal ter deixado de o fazer. E não é tarefa fácil, tive alturas bem difíceis em que apeteceu deitar tudo ao ar e agarrar no cigarro mais perto mas foi-se resistindo sempre a contar as semanas ou os meses. Até ao dia que me desiludi comigo mesma e deixei-me ir abaixo. Não há desculpas. Posso dizer mil e uma coisas para tentar desculpar o facto de vinte e um meses depois ter comprado um maço e deitar por terra todo o esforço que tinha feito desde então. Posso achar que tenho mil e uma desculpas para aguentar o desânimo que é ter-me deixado levar, ou para justificar tamanha burrice, ou para sentir este meu erro uma cruz menor, mas não há. No momento em que fui abalroada por uma descarga emocional negativa, ele – o vício – estava lá a olhar para mim, em primeira fila como um mafarrico a fazer-me tentação e eu, deixei-me ir na esparrela. E poderia dizer como me soube mal aquele primeiro cigarro por entre lágrimas e raiva, mas não. Soube-me bem e só por isso não me perdoo.
A todos que hoje continuam essa luta, muita força e PARABÉNS pela resistência ao vício. Eu espero um dia destes voltar a juntar-me a vocês.