Em tempos (uns anitos atrás) acordava eu por volta das 4h da madrugada, quando teria adormecido há alguns minutos (sempre sofri de insónias) sobressaltada por uns barulhos um pouco estranhos. Acordei e fiquei em silêncio tentado perceber o que se passava. Até então que me lembre nunca tinha tido qualquer medo ou paranóia de estar sozinha, de falar de coisas talvez fictícias, de ver filmes de terror sozinha…não, não era cismática!
Naquela noite, algo me estava a deixar assim um pouco receosa, porque no silêncio e no escuro comecei a pensar que aqueles barulhos eram passos. Não que pensasse que fossem ali à minha beira, mas certamente que alguém se fazia passear cá fora…
Decidi então ligar a luz, daí a ter vontade de ir à casa de banho fazer um xixizinho foi um ápice. Como os barulhos estranhos já não se ouviam, pensei cá para mim “Maria, Maria, coisinhas da tua cabecita tonta” e lá me levantei. Do meu quarto à casa de banho cada interruptor de luz que encontrei, liguei, e mania minha, de noite quando vou (muito raramente acontece) à casa de banho não fecho a porta (manias!!!)e naquela noite não foi excepção.
Aqui, ouço novamente um barulho, mas um estrondo qualquer vindo da porta da rua.
(De dentro da casa de banho tenho vista para um hall onde vem dar o corredor da porta da rua, em frente à porta da casa de banho fica o meu quarto e do lado esquerdo o quarto do mano, do mesmo lado do corredor.)
Assustei-me. Assustei-me mesmo. Olho de repente para o hall que estava completamente iluminado e vejo uma sombra, em segundos logo pensei que não poderia fugir para o meu quarto visto que passava em frente ao corredor, e mal dei um passo apercebi-me que a minha sombra se reflectia no hall, isto querendo dizer que se estivesse alguém a entrar lá em casa, logo via que alguém estava no lado direito do corredor. Sem meias medidas agacho-me e gatinho até á porta do quarto do mano, abrindo-a e fechando repentinamente e saltando para a cama dele, digo apavorada:
- Mano, mano! Está alguém no corredor cá de casa.
Ele que dorme como uma pedra fez um grunhido qualquer. Eu repito (abanando-o ainda mais):
- Mano, mano. Estás-me a ouvir. Esta alguém no corredor! Levanta-te!!!
Ele, sem sequer abrir os olhos, deixa espaçar um:
- Está? Quem? Não ouço nada!
- Eu vi, fui à casa de banho e vi uma sombra no corredor. Tens que ir ver!!
- Oh mana, (sem nem sequer olhar para mim) podes ficar aqui comigo, se ouvir alguma coisa vou ver.
A verdade é que não mexeu um dedo… e eu? Medricas, apavorada, escondida atrás dele, “comida” de sono… acabei por adormecer!
Não querendo me prolongar muito mais no assunto. O meu querido mano durante a noite atirou-me abaixo da cama, com a soneira que estava e apavorada nem me mexi, deixei-me ficar. Escusado será dizer, o susto que foi de manhã os meus pais acordarem, e depararem-se com as luzes todas ligadas, a minha cama vazia, e a porta do corredor aberta! Imediatamente acordaram o meu mano perguntando por mim ao que ele respondeu que não fazia a mínima ideia. Com aquele burburinho todo acordei.
Conclusão: Tudo não passou de um susto. De muitas gargalhadas porque um espertinho de nós não fechou a porta de entrada e deu direito aquele filme todo, em que uma das personagens principais (Eu) se aterrorizou com a outra que era fictícia. O meu mano? Deixou de ser o meu herói naquela noite!
Este post surgiu depois de ter lido o da Jo e onde também se constata que os homens não são assim tão menos cagarolas que nós mulheres.
[ É por estas e por outras que digo que a minha vida dava um filme… ]
So_Risos**