Mulher sofre #2
Há um mês partilhei aqui um dos dramas de uma mulher.
" Aquele momento em que te apercebes que estás a um mês de um casamento e que não tens vestidos que te sirvam. O drama. O horror. Mulheres entendem-me? Não me apetece gastar dinheiro, até porque a um mês do casamento nos entretanto tenho a Páscoa e uma afilhada, tenho as minhas primeiras férias do ano que incluem viagem de avião, uma semana para gozar, uma comunhão e prenda para o melhor sobrinho do Mundo. E de seguida o casamento com prenda para os noivos. Comprar vestido? Não faço questão. Mas... (há sempre um mas) fazer o quê quando vais ao guarda-roupa e os vestidos não te servem?
Estou tramada. "
Estava a um mês de um casamento. O casamento é já amanhã. E novidades?
Pois. Nos entretanto foi-se a Páscoa. E tinha chegado à decisão de como não fazia questão e não dava mesmo jeito nenhum comprar um novo vestido, usar um dos que já tenho. Adiante. O próximo passo era eles servirem-me. Só que não. E então resolvi mudar alguma coisa, para conseguir caber dentro de um que seja. Quem me conhece sabe, o doloroso que para mim é tudo o que envolva comer menos. Sou uma #MariaTexuga mais que assumida. E nunca me vi na situação de "ter mesmo que ser". Pelo menos se o objectivo é usar um vestido que já tenha, não havia outra opção. Nos últimos meses tinha aumentado o meu peso em seis quilos. Seis. Mas isso são outros quinhentos. O importante era perder parte pelo menos até que um que seja servisse. Não foi preciso beber coisas verdes e comer sementes. Não foi preciso passar fome e deixar de comer. Isso era ponto assente que falhasse logo à partida. Mas a primeira regra foi, tentar não repetir. Acreditem, eu raramente como apenas um prato de comida. Encho o prato duas ou três vezes. E passava por aí. Então comecei a tirar comida para o prato só uma vez. Achei que não podia ser só isso e com isso comecei a intensificar as minhas caminhadas. Caminhar o mais possível, sendo que calhou logo num mês em que estava a sair tarde do trabalho, mas tentei ao máximo durante quinze dias, à noite ir andar o mais possível. No telemóvel marcava 5klms. Era o que tinha que fazer pelo menos. E fiz.
Assim até ao dia de ir de férias consegui perder três quilos. Com as caminhadas e com a redução para um prato apenas de comida às refeições. E com o lanche para coisas mais saudáveis, entre iogurtes, fruta ou bolachas menos calóricas. Antes mesmo de ir de férias já tinha três vestidos que apertavam. Óptimo.
O pensamento seguinte foi "vou de férias e isto não vai piorar porque de férias muitas vezes como menos". O segundo pensamento foi "isto não pode mesmo mudar porque depois não vou ter tempo para perder o que seja que tenha para perder".
Fui de férias e... encontrei-me com o bolo do caco, com a batata doce, com as pizzas do Papa Manuel, com as semilhas. Encontrei-me com a Poncha, com os amendoins e com as batatas doces fritas. Com a carne em vinho e alho.
Cheguei cá e encontrei-me com a balança.
Contas feitas hoje tenho dois quilos e meio a menos. Amanhã vou ter que entrar num vestido. Dê por onde der!